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Walter Santos: Vídeos não emplacam impeachment, mas atiça base bolsonarista diante do desastre de Weintraub e general Augusto Heleno ao gerar alta crise com STF


22/05/2020

Vídeos não emplacam impeachment, mas atiça base bolsonarista diante do desastre de Weintraub e general Augusto Heleno ao gerar alta crise com STF

Quem viu atentamente a série de vídeos expostos a partir da autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, sobre a reunião ministerial dia 22 de abril no qual o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, acusava o presidente Jair Bolsonaro de deixar claro que iria interferir na Polícia Federal para proteger sua família e amigos, saiu da assistência atestando os sinais mas o conjunto mesmo assim não cria clima de Impeachment a partir deste caso.

Antes de qualquer opinião, lembremos que a reunião servia para apresentar, pela primeira vez, o então novo ministro da Saúde, Nelson Teich, que absolutamente nada disse, e nem o governo demonstrou prioridade na grave pandemia no país com a presidência totalmente alheia ao sério problema.

Só que, na prática, servia apenas para Bolsonaro enquadrar todos a equipe.

AQUÉM DO ESPERADO

A essência dos vídeos expõe um presidente de hábitos fora da formalidade, grosseiro, cheio de palavrões e sem modos de liderar uma equipe medíocre, entretanto, o conteúdo não impressiona mais do que as acusações do ministro da Educação, Abraham Weintraub, defendendo a prisão dos ministros do STF deixando o presidente em saia justa porque com a grave crise com o Supremo ele terá a cabeça entregue ao Centrão, já de olho no cargo.

O fato é que o conjunto de dados apresentados incitou a militância de ultra direita a manter seu apoio ao presidente, enquanto que, no paralelo, a nova crise deve cair afora sobre o “novo cristão do núcleo duro da Pátria Amada”, general Augusto Heleno, ao expor Nota de infeliz abordagem, ameaçando o STF pela posição do ministro Celso de Melo, ao acionar a PGR para se posicionar sobre entrega de celulares do presidente e filho Carlos Bolsonaro.

Em síntese, não será pelos série de vídeos que o Congresso Nacional abrirá processo de impeachment.



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