Política
Walter Santos: Crise entre Congresso e Governo Lula se agrava após veto à taxação de super-ricos
Analista político aponta desgaste na imagem do Congresso após propaganda do PT e destaca tensão entre interesses nacionais e internacionais
05/07/2025

O presidente Lula e o os presidente da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Cristiane Cavalcante/Portal WSCOM
O jornalista e analista político Walter Santos afirmou que o Brasil atravessa uma das mais graves crises institucionais entre o Congresso Nacional e o Governo Federal nos últimos anos. O embate teve início após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Congresso que derrubou a proposta de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) voltado para grandes fortunas, medida defendida pelo governo como forma de taxar os mais ricos.
Segundo Walter Santos, o recurso de Lula ao STF foi intensamente repercutido nas redes sociais e ampliado por uma peça publicitária do Partido dos Trabalhadores (PT), que evidenciou contradições no posicionamento do Congresso. Pesquisas apontam que a imagem do Congresso e do presidente da Comissão Mista de Orçamento, Hugo Motta, foram negativamente impactadas, sendo percebidos por parte da sociedade como atuando contra os próprios interesses populares.
“O Congresso Nacional foi fortemente atacado depois de uma propaganda produzida pelo PT, expondo as contradições do poder legislativo. (…) Segundo as pesquisas, o Congresso Nacional e o presidente da Câmara Hugo Motta saíram muito afetados, arranhados do ponto de vista da imagem, porque a sociedade conceituou que o Congresso está contra a própria sociedade”, apontou o jornalista.
Repercussão internacional e embate geopolítico
Além das tensões internas, Walter Santos destacou que a crise política no Brasil ganhou contornos internacionais. A revista britânica The Economist publicou, na última semana, que Lula perdeu liderança entre chefes de Estado, em razão de sua postura frente ao BRICS e agora também no Mercosul. Para o analista, ao defender o multilateralismo, Lula confronta interesses de países como os Estados Unidos e Israel. Ele conclui que o cenário aponta para um “enfrentamento cada vez mais aguçado” entre o governo brasileiro e setores do neoliberalismo global.
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