Política

Walter Santos analisa votação do impeachment de Dilma no Senado Federal

NO SENADO FEDERAL


11/05/2016



Em novo texto, nesta quarta-feira (11), o jornalista e analista político Walter Santos, aborda a votação do processo de impeachment de Dilma, no Senado Federal.

Segundo Walter, uma estratégia de derrubada cresceu com vários atores políticos e findou em um exemplo ruim para o Brasil. “Nunca na História brasileira, uma estratégia conseguiu abrigar tantos personagens e instituições, até mesmo as que por dever de Oficio, no caso o Ministério Público Federal e as instâncias superiores da Justiça, tramando e consolidando um péssimo exemplo para o futuro do País e das gerações em formação”.

Leia a análise na íntegra

A tomada do Poder ferindo a Democracia; De Zé Dirceu ao apeamento de Dilma

É inacreditável, mesmo verdadeiro, do tipo roteiro espetacular de cinema o que o Brasil acaba de registrar na sua História, diante da decisão do Senado Federal, de consolidar o afastamento da presidenta Dilma Rousseff, sem que haja até agora nenhum crime constatado contra ela, porque o argumento das “Pedaladas Fiscais”, como inconsistente, não conseguiu convencer até porque não precisava pois tudo estava já arrumado em Pacto Político dos Partidos de Oposição liderados pelo PMDB de golpear a jovem Democracia brasileira.

Nunca na História brasileira, uma estratégia conseguiu abrigar tantos personagens e instituições, até mesmo as que por dever de Oficio, no caso o Ministério Público Federal e as instâncias superiores da Justiça, tramando e consolidando um péssimo exemplo para o futuro do País e das gerações em formação.

TUDO COMEÇOU DESTRUINDO ZÉ DIRCEU

A rigor, a super-estrutura montada internacionalmente com amparo das instituições brasileiras começou mesmo no primeiro governo Lula quando foi deflagrado o famoso Mensalão atingindo mortalmente (politicamente falando) a possibilidade concreta do então ex-Ministro José Dirceu de ser candidato na sucessão do presidente petista.

Não fosse o Mensalão – processo através da AP 470, em que até hoje nunca foi apresentada uma única prova de participação de Zé Dirceu no esquema, mesmo sendo condenado – o Brasil e o Mundo teria convivido com o mais experiente e teórico socialista da esquerda latino – americana aprofundando o Socialismo na Améreica Latina.

Para rememorar: se Dilma, tratada na campanha como “Poste” de Lula conseguiu se eleger, certamente que seria razoável para cima admitir que Zé Dirceu, sem o Mensalão, teria sido o presidente pós Lula.
ALÉM DE ENGESSAR DILMA

A super-estrutura montada era e é tão forte que, desde outubro de 2014, a presidenta reeleita não conseguiu mais governar. Aécio Neves e o PSDB tudo fizeram com apoio do PMDB de Michel Temer que impediram ainda que ela governasse em 2015 e uns meses de 2016.

A Grande Midia conseguiu desestabilizar o Governo e acertado com o Congresso Nacional desbancou todas as tentativas de ressurgimento de Dilma, até porque fomentou e criou como principal algoz no processo de Impeachment a figura nefasta de Eduardo Cunha, mesmo afastado do cargo sendo poupado pelo STF ao permitir que ele da casa oficial da Câmara Federal continuasse a interferir na Câmara Federal.

O pior em tudo, além de tudo, é atestar a co-articipação do Supremo Tribunal Federal nesta artimanha grotesca contra a Democracia brasileira validando todo o estupro institucional atingindo a legalidade em cheio.

LULA É AINDA O ALVO

Embora sob a censura e critica de toda a Imprensa Internacional e de organismos independentes como OEA e ONU, o Golpe contra Dilma alimentado pela Oposição com a aval da Justiça ainda não sossegou porque, na próxima fase, vai querer tirar Lula do páreo de 2018 porque ele, apesar do maior massacre a um politico, sobrevive como a principal liderança de Oposição.

Toda a Direita e o Capital internacional que fomentaram e fomentam até hoje o Golpe só vão sossegar se conseguirem “matar” eleitoralmente o maior presidente de todos os tempos no País.

VAI TER REAÇÃO

Mas todos, novo Governo e lideranças, vão enfrentar reação popular e dos setores organizados podendo fazer das ruas palcos de guerra civil porque não se apeia um Governo legitimo sem contra-reação.

Projetamos momentos de muitos enfrentamentos.
 



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