Política

Walter Santos analisa ‘surpreendente’ derrota de Cássio: “Declínio político à base de erros”


08/10/2018

Walter Santos é jornalista, empresário e mantém blog sobre política e cotidiano no WSCOM (Arquivo)

O jornalista Walter Santos analisa, nesta segunda-feira (8), a ‘surpreendente’ derrota do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) em busca da reeleição e lista possíveis causas do fato.

Leia:

‘A surpreendente derrota de Cássio: causas e efeitos em nova fase de reconstrução impondo revisões

Em maio deste ano, no salão Verde da Câmara Federal, o ex-presidente nacional do PSDB, Teotônio Vilela Filho, expôs em conversa a alta preocupação da cúpula tucana nacional diante da possibilidade do senador Cássio Cunha Lima correr riscos de não se reeleger por conta do surgimento da candidatura ao Senado de Daniella Ribeiro.

Téo Filho temia a força do Líder Aguinaldo Ribeiro ajudando ao priorizar a irmã levar riscos podendo derrotar Cássio. A rigor, o resultado foi também por outros fatores.

Bastou nossa informação à época ser veiculada no Blog para chover de críticas dizendo que estávamos exagerando. Não estava. Nem eu nem o ex-governador de Alagoas.

POSSÍVEIS CAUSAS

Cássio, atual vice-presidente do Senado Federal, ascendeu muito no plano federal, mas conduzindo Bandeiras de interesse do PSDB nacional com naturezas impopulares. Além do mais, na Paraíba, passou a se confrontar com o governador Ricardo Coutinho, que muito contribuiu para desgastá-lo.

DESDE 2014

No Impeachment, ele foi o principal algoz de Dilma Rousseff, Lula, ocupando o lugar de Aécio. Cássio foi impiedoso acusando o PT de ter instituído a corrupção no Brasil, etc.

Só que, com o passar dos tempos, o que se comprovou foi o envolvimento em desvios de recursos de Aécio, José Serra, Aluízio Nunes, Geraldo Alckmin e todo o MDB, que ele ajudou a entronar no poder, através do famoso Golpe.

Cássio, um líder indiscutível, passou a viver a partir de então de queda de aceitação popular porque seu discurso e a prática divergiam, pois, o PSDB foi flagrado em corrupção.

AINDA O TEMPO LULA

O senador foi rigorosamente injusto com Lula, hoje preso sem uma prova convincente a justificar tamanha anomalia, quando no passado, mesmo sendo do PSDB, em 2002, o ex-presidente o tratava como Cassinho para se entender a postura republicana de Lula.

Haddad mesmo nos contou que o então governador vivia o tempo inteiro em Brasília conseguindo emplacar projetos e recursos, apesar do senador José Maranhão reclamar e pedir a Lula a não liberação.

OUTROS FATORES

A agenda negativa de Cássio lhe fez prisioneiro de ambientes fechados passando a ser hostilizado nos segmentos de formação de opinião, inclusive em Campina Grande, sua raiz e base. Isto é tão forte que na eleição municipal de 2016 ele foi proibido de participar da campanha de Romero Rodrigues.

ERROS TÁTICOS

Ao não inserir como suplentes de peso ou de atração de reforço eleitoral, ele esnobou no excesso de confiança, como fizeram Vené buscando Ney Suassuna (grande apoio), e Daniella com Diego Tavares.

Além do mais, a mensagem do Horário Eleitoral o expunha como certo tom arrogante faltando maior sintonia com o povo e suas aspirações sem responder as acusações de arivardo e Couto.

Cássio deixou de ser popular como o foi pop star em 2002 e deixou de ser visto com mais frequência nos lugares públicos.

A agenda impopular ampliou a sua taxa de rejeição motivada pelo governador Ricardo Coutinho, João, Luiz Couto o expondo como perseguidor do Estado.

AFINAL

Faltou voto porque os apoios de Campina e João Pessoa foram muito aquém de sua história e liderança restando conviver com muitos erros estratégicos, agora tendo que suar mais para ser prefeito de Campina ou deputado federal.

Para ele, é o declínio político à base de erros até no trato da ideologia e políticas sociais.

Bolsonorar-se nesta fase da vida foi regredir demais.’


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