Política

Wagner Caetano condena o impeachment: “a parada não está ganha, ainda tem jogo”

JÁ NA PARAÍBA


14/06/2016



O ex-secretário Nacional de Relações Político-Sociais, Wagner Caetano Alves de Oliveira, que hoje assessora a presidente afastada Dilma Rousseff (PT), já está na Paraíba e falou sobre a visita da petista ao Estado. Ele concedeu entrevista à Rádio Tabajara nesta terça-feira (14), dia que antecede a vinda de Dilma à João Pessoa.

Na oportunidade ele falou sobre o objetivo da presença da presidente no Nordeste, especialmente em João Pessoa. Na Capital paraibana, Dilma estará acompanhada dos governdores Wellington Dias do Estado do Piauí, Flavio Dino do Maranhão e Camilo Santana, do Ceará.

“Sempre as visitas dos presidentes Lula e Dilma à Paraíba, foram anunciando políticas públicas no Estado e contribuindo para a qualidade de vida dos paraibanos. O carinho deles com o Nordeste é muito grande. O Nordeste sempre esteve dentro das nossas prioridades de Governo, em relação à inclusão social. Então estar aqui cumprindo agenda é motivo de muito satisfação e orgulho”, afirmou.

De acordo com o assessor, o momento é de discutir a Democracia brasileira. “Um tema como a democracia é muito imporante, debater o momento político pelo qual passa a sociedade é de extrema prioridade. A democracia nesse momento está sob risco”, frisou.

Segundo Caetano, essa é uma semana dedicada ao Nordeste brasileiro. Dilma deve visitar ainda as cidades de Salvador e Recife. “Por volta das 18h, haverá o encerramento da agenda no debate no Espaço Cultural e na quinta-feira estaremos em Salvador. Não sei se vamos pernoitar já na Bahia, estamos vendo questões de transporte, porque o governo golpista provisório retirou o direito da presidente de voar no avião da FAB, portanto estamos vendo qual a melhor opção. Mas sem dúvidas será uma semana muito produtiva. Temos a perspectiva de estar em Recife na sexta, mas nada confirmado ainda”, ressaltou.

Perguntado sobre a saída do prefeito de João Pessoa Luciano Cartaxo, do Partido dos Trabalhadores, em momento de crise, Wagner Caetano disse que, “essas pessoas que de forma eleitoreira jogaram os projetos do PT na lata do lixo, não terão mais êxito político”.

Ele afirmou também que é filiado do PT desde 1981 e se orgulha de fazer parte do partido. “Sei das dificuldade que temos que enfrentar, mas sei das propostas positivas que o partido trouxe para a população com a inclusicao social, por exemplo. Uma oporunidade de colocar o Nordeste dentro das prioridades dos governos. A desigualdade no país é fruto do modelo que era implementado desde 1500. Então Dilma e Lula mudaram esse cenário. E essas pessoas que de forma eleitoreira jogaram esses projetos na lata do lixo, eles não terão mais êxito político. As pessoas compreendem e a traição e elas não admitem”, destacou Wagner Caetano.

Wagner Caetano falou ainda sobre a possibilidade da volta de Dilma à Presidência da República e sobre a pressa da oposição em acelerar o rito do impeachment.

“Eles estão percebendo que a parada não está ganha, ainda tem jogo para ser jogado. O tempo é o senhor da razão. Tem coisas para sociedade conhecer/saber e que não foram ainda divulgadas. E a presidência internina está receosa quanto à isso. Quando mais rápido for decidido e com a população ainda sem conhecer direito e os senadores sem conhecer a fundo, eles têm chances de ganhar. Mas coisas ainda vão aparecer, eles temem isso”, ressaltou.

Ele disse ainda que é preciso que a sociedade tenha clareza sobre o processo. “Tenho certeza que amanhã, no Espaço Cultural terão mais de 10 mil pessoas na praça e isso é representativo e muito importante. Eles não têm essa popularidade, para eles quanto mais rápido a presidente fosse condenada, seria o ideal. Mas nós queremos o debate, queremos que a sociedade tenha clareza, saiba do que está acontecendo. Ele (Temer) não tem capacidade, não tem coragem de dispiutar as eleições com esse programa, porque ele não é popular, não é bem vindo, então, porque apressar o processo?”, indagou o assessor.

Plebiscito para possíveis novas eleições

Wagner disse que atualmente a sociedade está dividida sobre o impedimento da presidente. Num momento anterior tínhamos uma posição no povo que era majoritariamente a favor do impeachment. Quando foram sendo revelados os acordos da oposição o povo foi tomando conhecimento e mudando um pouco o pensamento. Porque Dilma não assumiu compromisso de livrar ninguém, e é essa maioria que está apoiando o impeachment para se salvar de uma possível punição”.

Para Caetano, o advogado de Dilma, Eduardo Cardoso está fazendo uma defesa brilhante. “Muitas pesaoas estão repensando a opção pelo impeachment, hoje nós temos uma maioria contrária, porque se deu conta que foi um engodo, uma farsa por trás desse processo, visando apenas os próprios interesses. Vamos ouvir a população sobre um plesbicito, caso a presidente eleita volte. Acho que há algumas pessoas e liderancas que querem que a presidente volte, mas que ela estute a população, se querem novas eleiçoes ou se querem que ela continue o mandato. Eu tenho certeza que a maioria da população está convencida da farsa desse impedimento”, complementou.



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