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Vigilante volta atrás e reduz para 29 o número de execuções, diz polícia

Assassino


23/10/2014

 O delegado Murilo Polati, titular da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios de Goiânia (DIH), afirmou, em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (23), que o vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, 26, voltou atrás em um segundo depoimento e confessou a morte de 29 pessoas desde 2011. Inicialmente, segundo a Polícia Civil, o jovem tinha assumido a autoria de 39 assassinatos.

Para o delegado, Tiago da Rocha não se arrepende dos crimes que cometeu e reduziu os crimes confessos por orientação da defesa. “Ele achou ótimo se tornar uma estrela. Ele é frio, meticuloso, sabia de todos os crimes e só não assumiu todos e outros que por ventura nós venhamos a descobrir porque começou a raciocinar", disse Polati. O delegado acredita que os 29 crimes foram assumidos porque Tiago crê que os exames de balística serão compatíveis nesses casos e poderão incriminá-lo.

Procuradas pelo G1, as advogadas do suposto serial killer não atenderam às ligações até a publicação desta reportagem.

Mesmo com a redução dos crimes confessados, o delegado informou que vai continuar a investigação dos 39 casos relatados pelo suspeito inicialmente.

Entre os 29 casos mantidos, estão os 15 investigados, inicialmente, por uma força-tarefa da corporação. Ele também reafirmou ser o assassino de duas mulheres, cujos casos não eram apurados pela operação da polícia e que foram incluídos na força-tarefa após a confissão. Dentre os 29 crimes também estão quatro homicídios de moradores de rua.

Exame psicológico

Polati afirmou ainda que o exame que determinaria o perfil psicológico do suspeito não será mais requerido pela Polícia Civil e só será feito quando o processo estiver no Poder Judiciário.

"Entendemos com todos os delegados, representantes do Minitério Público e com o próprio psicólogo forense, que integra a equipe a se rcomposta no judiciário, que não era o momento adequado até porque teria-se feito um exame isolado e em um segundo momento esse mesmo exame seria feito por uma equipe integrada por diversos profissionais, cuja equipe também é integrada por esse psicólogo forense", disse o delegado.

Na quarta-feira (22), Tiago foi visitado pela psicóloga neurocientista Cássia Oliveira. Segundo a polícia, ela requisitou a visita pois estuda casos de serial killers. Em uma avaliação informal, ela disse que não pode dar um diagnóstico sobre o jovem, mas adiantou que ele “não é louco” e afirma que, “sem dúvida”, trata-se de um serial killer. A polícia afirma que a avaliação não será utilizada nas investigações.

Ala de segurança máxima

Tiago foi transferido da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc) para o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana, na quarta-feira (22). Ele está sozinho em uma cela de 10 m² do Núcleo de Custódia, que é a unidade de segurança máxima do estado e tem capacidade para 80 presos.
O vigilante terá a mesma rotina que os demais detentos, com direito a banho de sol diário e de receber visita aos finais de semana.

Apesar de ter tentado se matar na cela da delegacia, Tiago não terá acompanhamento especial no Núcleo de Custódia. No entanto, o diretor da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e Justiça (Sapejus), Ezequiel de Souza, garante que a segurança dele está resguardada e todos os procedimentos necessários para isto serão tomados.

“Toda vez que é feito o remanejamento em qualquer cela se faz uma revista antes que coloque o preso. A obrigação do estado é resguardar a integridade física dele”, disse o diretor.

Comportamento

Tiago foi preso na capital no último dia 14. Na ocasião, ele confessou à Polícia Civil ter matado 39 pessoas desde 2011. Durante os dias em que ficou detido, sozinho, em uma cela da Denarc, o comportamento de Tiago chamou a atenção dos policiais. Na segunda-feira (20), o delegado Eduardo Prado revelou que o suspeito disse que estava com vontade de matar.

Também causou estranheza o fato de Tiago ler, em poucas horas, 40 revistas. “Outra coisa curiosa é que ele lê de trás para frente de forma rápida, como se fosse dinâmica, lendo de forma alta”, pontua o delegado. Prado disse ainda que o motociclista pediu bebida alcoólica na cela, mas que não foi atendido.



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