Policial

[VÍDEO] Ministro da Defesa inspeciona local ocupado por manifestantes que fazem ato na Esplanada, em Brasília


08/01/2023

Manifestantes fazem ato na Esplanada para pedir intervenção militar e até prisão de Lula (Foto: Estadão)

WSCOM com Estadão



O ministro da Defesa, José Múcio, foi sentir pessoalmente o clima das aglomerações de opositores ao governo Luiz Inácio Lula da Silva, neste domingo (8), atrás do Quartel General do Exército de Brasília, onde ficam residências de oficiais. Segundo a jornalista Eliane Cantanhêde, o chefe da pasta realizou a inspeção em um carro descaracterizado, sem placa oficial e com película escura nos vidros, e não foi reconhecido, nem abordado pelos manifestantes.

Segundo Cantanhêde, nesta segunda-feira (9) haverá uma reunião de ministros com representantes do Governo do DF para fazer um balanço dos atos do domingo, traçar um mapa das áreas ocupadas e avaliar as formas de agir para tirar esses opositores — não mais chamados de bolsonaristas — de áreas estratégicas da capital da República, além de buscar respostas para um pergunta chave do novo governo: quem financia esses movimentos?

Múcio relatou em conversas com o ministro da Justiça, Flávio Dino, que convocou a Força Nacional, e com o governador do DF, Ibaneis Rocha, responsável pela ação policial, que é “muita gente”, inclusive senhores e senhoras de mais idade, com travesseiros, roupas e mantimentos, dando sinais de que estão dispostos a ficar. Isso dificulta a estratégia de reação.

No início da tarde deste domingo, boa parte dos manifestantes que estava no QG iniciou uma marcha em direção à Esplanada dos Ministérios.

 

 

Faixas com as inscrições “Lula na cadeia”, “intervenção militar”, “supremo é o povo” e “Bolsonaro presidente” foram erguidas no meio da manifestação. A convocação foi feita por grupos de apoiadores do ex-presidente. O discurso é ir em frente ao Congresso Nacional para esperar alguma ação das Forças Armadas contra o governo Lula, medida que contraria a Constituição, mesmo que não haja nenhum indício por parte dos militares de que isso vá ocorrer.

 

 

Manifestantes estão liberados a passar, mas só a pé, sem portar qualquer tipo de arma branca ou de fogo ou qualquer objeto que possa servir para atos de violência. A ordem, tanto para a Força Nacional, com cerca de 150 integrantes, quanto para a polícia do DF, com um contingente muito maior, é não intervir enquanto os protestos forem pacíficos. A presença maciça de agentes e policiais serve para monitoramento, vigilância e dissuasão – ou seja, de alerta contra agressões a pessoas e ataques a prédios públicos.

 

Esplanada dos ministérios fechada para evitar protestos de bolsonaristas.

Esplanada dos ministérios fechada para evitar protestos de bolsonaristas.  Foto: Wilton Junior / Estadão

 

As formas de reação têm sido intensamente discutidas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o Governo Ibaneis Rocha. Há setores defendendo mais rigor para expulsar os manifestantes de áreas militares, por exemplo, e outros pedindo calma e “dando tempo ao tempo”.

Apesar de visões diferentes sobre como agir, Flávio Dino e José Múcio agem e discutem de acordo com o combinado com o Lula e com as peculiaridades de suas áreas. Múcio tem sob sua responsabilidade o Exército, a Marinha e a Aeronáutica, que foram muito contaminadas pela política no mandato de Jair Bolsonaro e ainda estão em fase de pacificação e acomodação. Ele não quer e não pode radicalizar. Essa, aliás, é a orientação de Lula para ele.

Os manifestantes que chegaram a pé na Esplanada estão passando por revista da PM. O acesso à Praça dos Três Poderes está bloqueado.

 

Policiais militares estão verificando a bolsa de manifestantes na escada do anexo no Itamaraty que da acesso a Esplanada do ministérios.
Policiais militares estão verificando a bolsa de manifestantes na escada do anexo no Itamaraty que da acesso a Esplanada do ministérios. Foto: Wilton Junior / Estadão


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