{arquivo}Amigo pessoal de Michael Schumacher, o ex-piloto da Fórmula 1 Philippe Streiff segue dando informações sobre a situação do heptacampeão, apesar do silêncio da família e dos médicos há três dias. Streiff conversou com o médico Gerard Saillant, um dos cirurgiões que atende Schumi, e repassou detalhes para a imprensa. Depois de dizer que teme que o alemão fique com sequelas, o francês revelou que o médico lhe garantiu que, apesar do estado crítico, a vida do alemão não está mais em perigo:

– Não sou médico, estou apenas repetindo o que Gerard Saillant me disse. Ele falou que a situação é séria, mas a vida dele não está mais em risco – declarou Streiff.

No entanto, a assessora do ex-piloto, Sabine Kehm, contestou esta informação, por meio de um comunicado para a imprensa.

– O estado de Michael ainda é crítico, mas estável. Nós gostaríamos de esclarecer que qualquer informação sobre a saúde de Michael que não venha de médicos que estão cuidando dele ou de assessores deve ser tratada como inválida e pura especulação. Pedimos que respeitem a privacidade da família. De acordo com os médicos que estão cuidando do caso, não há previsão de conferência de imprensa até a próxima segunda-feira – escreveu a assessora, ressaltando ainda que a família entregou a câmera acoplada ao capacete de Schumi voluntariamente às investigações.

O hospital tampouco confirmou oficialmente a declaração de Streiff. Neste sábado chuvoso em Grenoble, além da assessora, o pai, Rolf, o irmão, Ralf, e a esposa, Corinna, foram fotografados na entrada do Hospital Universitário, onde Michael segue internado em coma induzido.

Receio de sequelas
Streiff já havia mostrado preocupação quanto a possíveis sequelas. Ele teme que Schumi fique com alguma parte do corpo paralisada ou até possa perder a fala.

– Estão fazendo tomografias todos os dias para ver como os edemas estão sendo absorvidos e, quanto mais rápido foram absorvidos, menos ele vai ficar paralisado. Mas se a hemorragia continuar por muito tempo, ele corre o risco de ter uma hemiplegia (paralisação de um lado do corpo) ou perda da fala – explicou.

Streiff correu na Fórmula 1 entre os anos de 1984 a 1989 pelas equipes Renault, Ligier, Tyrrell e AGS, e ficou paraplégico há 25 anos, quando se acidentou durante treinos no Rio de Janeiro, quando as disputas aconteciam em Jacarepaguá. Ele disputou 58 corridas e conquistou 11 pontos e conseguiu um pódio na carreira na Fórmula 1.
Schumacher está internado desde domingo, após um grave de acidente de esqui em Méribel. Ele bateu fortemente a cabeça em uma rocha após se desequilibrar ao acertar uma pedra em um trecho entre duas pistas sinalizadas.

Levado de helicóptero para o hospital de Moutiers, cidade mais próxima do local, o alemão teria sofrido um colapso, o que fez com que a aeronave tivesse que fazer um pouso de emergência. De domingo para cá, Schumacher passou por duas cirurgias para reduzir a pressão intracraniana e diminuir os hematomas no cérebro. Após a última, na terça-feira, o quadro do ex-piloto tem se mantido estável, mas seu estado de saúde segue grave. Schumi completou 45 anos nesta sexta-feira e ganhou a homenagem de centenas de torcedores da Ferrari que fizeram uma "vigília silenciosa" em frente ao hospital de Grenoble.