Economia

Vendas no varejo recuam 0,2% em maio, aponta IBGE


08/07/2025

Paulo Nascimento

O volume de vendas no comércio varejista brasileiro caiu 0,2% em maio, na comparação com o mês anterior, o que diz os dados divulgados nesta terça-feira, 8, pelo IBGE.O resultado veio abaixo das expectativas do mercado, que esperava uma alta de 0,2%, de acordo com pesquisa da Reuters.

Com esse desempenho, o varejo registra a segunda queda consecutiva após um início de ano positivo. Em março, o setor havia alcançado o maior nível desde o início da série histórica em 2000.

Agora, os dados reforçam os sinais de desaceleração na economia brasileira no segundo trimestre de 2025. “São dois meses seguidos de queda na taxa muito perto de zero. Mas esse valor perto de zero tem viés negativo para o comércio”, disse o gerente da pesquisa, Cristiano Santo. Segundo ele, o comércio tem sentido os efeitos das taxas de juros elevadas e da queda mais acentuada no crédito para pessoa física.

Apesar do recuo mensal, na comparação com maio de 2024 o setor ainda registra crescimento: alta de 2,1%, embora abaixo da expectativa de 2,4%.A desaceleração ocorre em meio a um cenário de política monetária mais restritiva.

A taxa básica de juros (Selic) está em 15% ao ano, e o Banco Central já indicou que pode mantê-la nesse patamar por um período prolongado. A medida busca conter a inflação, mas impõe desafios ao consumo e ao crédito.

Entre os oito segmentos avaliados pela pesquisa, cinco apresentaram avanço em maio. O destaque ficou com equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,0%), seguidos por móveis e eletrodomésticos (2,0%), artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria (1,7%), vestuário e calçados (1,1%) e supermercados e alimentos (0,4%). 

Já os piores desempenhos ficaram por conta de artigos de uso pessoal e doméstico (-2,1%), livros, jornais e papelaria (-2,0%) e combustíveis (-1,7%).No varejo ampliado, o que inclui veículos, motos, material de construção e atacado alimentício,  houve crescimento de 0,3% no mês.

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As vendas de veículos e motos subiram 1,5%, enquanto os demais setores mostraram estabilidade. Mesmo com o crescimento em alguns segmentos, o setor como um todo demonstra perda de fôlego.

O cenário atual mistura inflação ainda elevada, crédito mais restrito e juros altos, fatores que acabam impactando o consumo das famílias, ainda que a renda e o emprego mostrem sinais de resistência.



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