Paraíba

Velório de artista plástico José Palhano acontece no Crematório; familiares e amigos lamentam


26/06/2018



São incontáveis as manifestações de carinho e saudades em face do falecimento nesta terça-feira, em João Pessoa, do artista plástico José Palhano. O velório e cremação prevista para às 10h00 desta quarta-feira acontecem no Crematório ao lado da Mata do Amém, na estrada de Cabedelo.

Amigos como Ana Maria Gondim e Rozeane Gondim, intelectuais conhecidas em João Pessoa, também amigas do artista lamentaram a perda amiga.
Já a escritora e poetisa Ana Adelaide produziu um texto emocionado sobre o artista e amigo. Eis, a seguir, na integra:

“ José Palhano – O que é um amigo de infância? Aquele que conhecemos menina, famílias amigas, terraços, brincadeiras, festanças de São João, de adolescente. Depois , adultos, uma conexão no afeto. Enlouquecer juntos – Eu, você, Fred Pitanga e Guilherme Faulhaber.

Baía Formosa, Altiplanos e tantas noites boêmias e tomando todas. Mais terraços, mas loucuras, mais afeto. Sua casa no Rio de Janeiro? mi casa. Passeávamos, falávamos de Drummond, Pedro (neto do Poeta), D. Nise e seu trabalho.

Numa exposição sua na Funarte, fui montar os paralepípados, perdida mesmo naquela instalação. Foi meu amigo quando fiquei sozinha e perdida numa noite suja de verão. Me dava colo e prumo. No seu des-prumo.

Quando a sua mãe linda,D. Maria Helena se foi, fiquei tonta. De vê-lo sem aquele amor tão grande. Senti sua dor. Sua casa em todo lugar? um aconchego para receber os amigos: Bitu, Ana Lúcia, Ana Gondim, Toinho, Germana Bronzeado, Flávio Tavares, Fred, e tantos que lhe amam.
Sua oficina? um primor. Herdou do seu pai. Ganhei um jogo de gamão todo feito a mão de Dr. Antonio Carlos. Brindei com Betinho. Com Tom. Com Ana Maria. E com Ana Lydia. Toda a vida. De longe, é certo. Mas no fone, gargalhávamos como duas crianças.

Falávamos da vida, do tempo, do seu modo ermitão de viver, das mazelas nossas de cada dia. Tão amigo querido. Me ligava no Natal, na Páscoa, no aniversário, nos nascimentos, nas mortes.

E quando viajava, me trazia sempre um regalo. E comíamos papa com canela nas ressacas. kkkkkk Ai Zé. Só pode ser brincadeira. Barcelona me traiu. Fui te visitar com Vilani, e o que rodamos naquelas Ramblas. Cavas e Paellas! Sábado, Dia de São João, você me mandou um melão , cheio de capelinha. Te mandei corações e respondestes com florzinhas.

Nosso último contato. Passei o fim de semana todo conectada em você e uma coisa e outra não te liguei, a vida tá sempre ali à mão. Mas não está!

Um sopro nos separa! E agora José? E agora José Palhano? Meu amigo querido da vida toda, vá na luz. Dê beijos e beijos em todos que por lá estão. Mas, um especial pra Juca e D. Maria Helena. Inté querido”.


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