Futebol

Vaquinha de torcedores pode pagar salário de “camisa nove”

bahia


21/01/2014



 Com o orçamento rígido e apertado, o Bahia terá de recorrer a opções pouco tradicionais para contratar o prometido camisa dez e o camisa nove que o time tanto precisa. Em ambos os casos, o clube vai precisar de uma ‘forcinha’ da sua torcida.

A primeira opção vem da associação em massa. Há uma promessa da diretoria de que assim que o clube atingir a marca de 30 mil sócios, um craque será contratado.

Na segunda alternativa, por meio de uma rede social, um grupo de tricolores vem se organizando para financiar um reforço. Na prática, a ‘vaquinha’ funcionará da seguinte forma: o salário será igualmente rateado entre os membros e pago em doze parcelas mensais no cartão de crédito diretamente ao clube.

A iniciativa, batizada de Ação Tricolor, já conta com 63 pessoas. "Começamos há cerca de dez dias. A ideia surgiu porque o Bahia parou de contratar, mas a gente sentia que faltava qualidade no elenco", conta o empresário Oldgard Freitas Júnior, um dos líderes do grupo.

O primeiro reforço ‘bancado’ pela torcida deve ser um atacante de área. "Esse é o nosso foco. O time precisa logo de um camisa nove matador", considera Oldgard.

A falta desse jogador ficou ainda mais evidente na derrota por 4 a 1 para o CSA. Rafael Gladiador, único centroavante do elenco, foi titular, mas decepcionou. Ao final do jogo, o técnico Marquinhos Santos cobrou o reforço: "É uma necessidade. A presença de um camisa nove vai nos dar uma estrutura melhor de jogo".

Segundo o líder da ação, o reforço pode ser o chileno Sebastián Pinto, do Bursaspor (TUR). "Foi um nome apresentado pelo Valton [Pessoa, vice-presidente do Bahia]. Mas ainda não iniciamos qualquer negociação. Queremos antes que a contratação tenha o aval de todos do grupo", diz Oldgard.

O Ação Tricolor é aberto para quem quiser ajudar. O perfil da maioria é de pessoas com boa condição financeira. "Tem empresários, advogados e médicos", conta Oldgard, que tem 49 anos e trabalha com engenharia. Os interessados devem entrar em contato pelo e-mail jogadordatorcida@gmail.com.

Da parte do clube, Valton Pessoa comemora a iniciativa. "É um voto de confiança na nossa credibilidade. Como retorno, eles terão carteira de sócio premium do clube, com acesso livre ao Lounge Premium da Fonte Nova", disse o dirigente.

A prestação de contas será feita mensalmente. "Partimos do princípio que a direção do Bahia é formada por pessoas confiáveis e vão trabalhar com transparência", diz Oldgard.

Segundo ele, a iniciativa não tem qualquer fim lucrativo. "Ninguém vai ter parte de jogador. O objetivo é apenas ajudar o Bahia", finalizou.

Associação em massa

Como já foi prometido pela direção, o camisa 10 só deve chegar quando o clube atingir a meta de 30 mil sócios nesse primeiro semestre. Segundo o vice-presidente Valton Pessoa, isso significaria um ganho significativo no orçamento. "Teríamos mais receita, e com isso, poderíamos pagar um salário maior", afirma.

Nas contas do dirigente, o Bahia tem hoje cerca de 18 mil sócios, mas apenas 10 mil estariam adimplentes. "Se todos pagassem em dia, teríamos quase R$ 720 mil a mais por mês. Pode parecer pouco, mas faz a diferença na hora de pagar um atleta", diz.



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