Paraíba

Unimed JP anuncia o Hospital Alberto Urquiza Wanderley como preferencial para o atendimento à Covid-19

Pacientes que não apresentarem riscos de infecção por coronavírus serão atendimentos por medidas on-line (telemedicina) ou encaminhados para outras hospitais da rede credenciada.


03/04/2020

Entrevista foi coordenada pelo presidente da Unimed JP, Gualter Ramalho, e pelos médicos Petrúcio Abrantes Sarmento e Luis Antonio Cavalcanti

Por Redação / Portal WSCOM

O presidente do Conselho de Administração (Conad) da Unimed João Pessoa, Gualter Lisboa Ramalho, anunciou, durante entrevista coletiva, nesta sexta-feira (3), que o Hospital Alberto Urquiza Wanderley passará a ser preferencial para o atendimento aos pacientes, clientes da Cooperativa Médica, com suspeita de infecção pelo novo coronavírus (Covid-19), durante o período que durar a pandemia. Também participaram os médicos Petrúcio Abrantes Sarmento, presidente do Comitê de Combate ao Covid-19 da Cooperativa; e Luis Antônio Cavalcanti, membro do Conad.

De acordo com Gualter Ramalho, a triagem de pacientes que buscarem atendimento no Hospital Alberto Urquiza Wanderley continuará normalmente, no entanto, àqueles que não apresentarem suspeita de Covid-19, serão orientados a procurar assistência em outro unidade hospitalar da rede credenciada ou interação com canais de telemedicina, nesse caso, sem a necessidade de internação.

“Nós, estamos de forma escalonada tornando esse hospital preferencialmente Covid-19. Isso implica em criar condições para que os pacientes que estejam internados e tenham condições recebam alta ou até mesmo sejam transferidos”, disse Gualter ao ressaltar que nenhum paciente da Unimed-JP deixará de ser atendido, sendo encaminhados para outras unidades referências de sua rede credenciada.

“Não haverá nenhum prejuízo à população, porque ninguém entrará no Hospital sem ser suspeita de Covid-19, a não ser uma eventual emergência, pois, precisamos entender a necessidade de que primeiro é preciso salvaguardar a vida. Todos os hospitais continuarão atendendo os pacientes de risco, mas àqueles que não têm risco eminente de vida, poderão se deslocar para um novo fluxo que será informado até a próxima terça-feira [7]”, frisou.

TRANSFERÊNCIAS

O presidente do Conad da Unimed JP ainda tranquilizou os usuários quanto à transferência de pacientes que já estão internos no Hospital Alberto Urquiza Wanderley. “Não haverá correria, porque nós temos suporte para a demanda atual. A gente poderia passar mais um tempo sem adotar essa medida, porém, analisando as estatísticas, estamos numa perspectiva de uma curva que pode angular antes de tomarmos a medida, por isso, essa antecipação. Então, não é necessário, nesse momento, transferir quem está internado para outro hospital, a gente quer que, antes disso, ele já procure o fluxo adequado que nós determinarmos”, explicou.

REDE CREDENCIADA

Gualter Ramalho ainda explicou que a rede credenciada está pronta para recepcionar os pacientes, que não sejam casos suspeitos de coronavírus. Para esse serviço, a Unimed JP conta com o suporte da Clinepa e Clin, para ginecologia e obstetrícia; Amip e o Hospital Ambulatorial Moacir Dantas, para o atendimento exclusivo em pediatria; Hospital Medical, para os pacientes oncológicos; e os hospitais Samaritano, Dom Rodrigo e Memorial São Francisco, para geriatria e procedimentos cirúrgicos de urgência.

PLANEJAMENTO

A transformação do Hospital Alberto Urquiza Wanderley em unidade preferencial para o novo coronavírus já vinha sendo analisada pelo Conselho Administrativo da Unimed JP. Para isso, foi anunciada a criação de um Comitê de Combate ao Covid-19, liderado pelo médico Petrúcio Abrantes Sarmento e pelo conselheiro, Luis Antônio Cavalcanti.

Como medida, para tornar a unidade referência, Gualter Ramalho enfatizou que todas as cirurgias eletivas, ou seja, não urgentes, estão sendo suspensas no Hospital Alberto Urquiza Wanderley como forma de evitar a proliferação do vírus em pacientes com outras doenças e comorbidades, e para a contenção de gastos com material e perdas com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), além de ventiladores (respiradores artificiais).

Ainda segundo ele, o Conselho Administrativo se reuniu antes mesmo do pleito do último sábado e após a eleição, às 18h, quando se iniciou o processo de criação do Comitê. “Essa ação rápida aconteceu logo após tomarmos posse, começamos e ontem concluímos todo o fluxo da rede e um documento conjunto nosso [Conselho] já está em vigor”, acrescentou.

MOMENTO DIFÍCIL

O novo presidente da Unimed JP fez ressalva que existe uma guerra sendo travada contra um inimigo invisível e, mesmo com todo aparato que a unidade tem montado, é preciso a colaboração de outros setores para o combate ao vírus.

“Quando você vai para uma guerra, você tem que se preparar, e, se pacificar, valeu apena o seu esforço. Então, não vamos nos preparar para o cenário bom, nós vamos nos preparar para o ruim e torcer que haja o menor número de ocorrências e que a gente consiga minimizar os danos. Isso não depende só de nós, depende muito mais das medidas que foram anunciadas, onde o isolamento é muito importante, porque se tiver um pico rápido, não dá tempo da gente se preparar, porque nem insumos tem para a gente consumir”, disse.

RESPIRADORES DE AR

Outra medida anunciada para tornar a flexibilização de unidade referência ao combate do Covid-19, foi a solicitação e transferência dos ventiladores e respiradores artificiais dos hospitais da rede credenciada não Covid-19 para o Hospital Alberto Urquiza Wanderley. De acordo com o médico Petrúcio Abrantes Sarmento, essa transferência será realizada de “forma escalonada”.

ISOLAMENTO SOCIAL

Por fim, o presidente do Comitê de Combate ao Covid-19 defendeu o isolamento social como medida para evitar o caos na saúde. “É a única forma que temos de empurrar essa curva mais para a frente para que se tenha tempo de ter EPI, rede estruturada, pessoal treinado e ventiladores”, ponderou.

“O que o isolamento social faz nesse momento é nos dar tempo para nos prepararmos. Se eu fosse colocar numa escala de 0 a 100% do pico que estamos esperando, nós estamos entre 10% e 20%, iniciando os nossos problemas. Todas as ações que vamos implantar a partir de agora em diante, serão balizadas por alguns fatores, como capacidade de isolar as pessoas que vão enfrentar a doença, capacidade de ter EPIs e gente para enfrentar o problema. Proteção e testagem da população, treinamento de profissionais de saúde e gerenciamento de leitos”, concluiu.

Confira trecho inicial da entrevista coletiva:


 



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