Paraíba

UFPB admite desafio de manter nível da Graduação com redução dos recursos

PRÓXIMO SEMESTRE


28/08/2016



A Pró-Reitora de Graduação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), professora Ariane Sá, está com um duro pepino para resolver em nome do mandato da Reitora Margareth Diniz diante de da conjuntura anunciada pelo Ministério da Educação, que é manter os cursos nos diversos Campi sem ver afetada a menor estrutura nem a qualidade de ensino. "O desafio é redimensionar as políticas acadêmicas, tanto no sentido conceitual e de eficiência no desempenho de seu papel de formadora, bem como na definição de prioridades de investimentos, dado os parcos recursos que se anunciam para o próximo ano", disse ela em Entrevista Exclusiva ao Portal WSCOM.


WSCOM – Qual a realidade dos cursos de Graduação da UFPB em termos de tamanho e avaliação?

Ariane Sá – A UFPB é uma instituição muito bem avaliada. A última avaliação externa realizada por uma comissão do MEC atribuiu nota 4 a UFPB, num parâmetro de 0 a 5. Atualmente, a UFPB oferta vagas em 139 cursos de graduação, nas modalidades presencial e a distância, e atende a mais de 30 mil alunos. Tem um quadro de cerca de 7 mil servidores, dos quais mais de 2.500 são professores, sendo a maior parte doutores em suas áreas de conhecimento.

WSCOM – Como a Pró-Reitoria de Graduação acompanha o desempenho dos diversos cursos nos diferentes campi?

Ariane – Temos uma equipe de professores do Departamento de Administração que nos assessora na análise de dados sobre os indicadores de formação (estudantes formados); retenção (que ficam nos cursos além do prazo previsto) e evasão (que não possuem vínculo) aos cursos. A equipe analisa ainda a retenção dos discentes nas disciplinas (alunos que se matriculam e não concluem com aprovação, ou seja, são reprovados ou desistem da disciplina).

 Em geral, os resultados não diferem dos índices nacionais. No entanto, dada a qualidade e a boa avaliação dos cursos da UFPB, nós nos preocupamos, principalmente, com a retenção nas disciplinas. Primeiro, porque esse estudante poderá ser um futuro evadido; segundo, porque os cursos de graduação devem criar condições para que esse aluno seja reintegrado e tenha garantido seu direito à colação de grau.

 Atualmente, a UFPB está desenvolvendo um sistema de acompanhamento de desempenho dos cursos de graduação.

WSCOM – Qual a maior preocupação hoje da UFPB na questão do nível dos cursos e a sua manutenção?

Ariane – A gestão da profª Margareth Diniz tem tido a preocupação de estimular os Centros de Ensino a discutirem os índices gerais de sucesso acadêmico na graduação. A intenção é que os Centros apresentarem metas que definam uma política acadêmica para os cursos sob sua responsabilidade e que estabeleçam condições de formamos um número cada vez maior de profissionais competentes para o mercado de trabalho e comprometidos com o desenvolvimento econômico, social e cultural do estado da Paraíba. Estamos, em parceria com professores do Departamento de Economia, estabelecendo parâmetros de acompanhamento dos profissionais formados pela UFPB, mapeando os egressos e identificando se exercem efetivamente a profissão. Nossa perspectiva é integrarmos todos esses esforços em um projeto diferenciado de formação e permanente atualização dos cursos.

WSCOM – Como os novos ventos de Brasília, do Ministério da Educação, afetam o ensino de graduação na UFPB?

Ariane – A principal preocupação que podemos pautar é sobre o financiamento. Nos últimos 2 anos o governo federal veio restringido os recursos destinados às Instituições de Ensino Superior. Isso significa pouco investimento na manutenção, na melhoria da infraestrutura e na criação de novos espaços de aprendizagem, a exemplo de laboratórios e bibliotecas setoriais. Além do comprometimento da política de inclusão, com a diminuição de bolsas de permanência de estudantes nas universidades, redução nos recurso voltados para a pesquisa e extensão.

WSCOM – Quais os maiores desafios?

Ariane – Entender o real tamanho das universidades, considerando que estamos vivendo um período posterior a expansão estimulada pelo projeto REUNI. Com essa constatação, o desafio é redimensionar as políticas acadêmicas, tanto no sentido conceitual e de eficiência no desempenho de seu papel de formadora, bem como na definição de prioridades de investimentos, dado os parcos recursos que se anunciam para o próximo ano. 



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