Economia

Trump anuncia aumento das tarifas sobre aço importado dos EUA de 25% para 50%; Brasil é impactado


02/06/2025

Portal WSCOM



O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (30) que pretende dobrar as tarifas sobre o aço importado pelo país, elevando-as de 25% para 50%. A medida preocupa o mercado global, pois pode aumentar a pressão sobre os produtores de aço em todo o mundo, incluindo o Brasil, que é o segundo maior fornecedor de aço para os EUA.

As tarifas atuais de 25% sobre importações de aço e alumínio estão em vigor desde março de 2025, quando Trump assinou o decreto que instituiu as taxas. O objetivo do governo americano é proteger a indústria siderúrgica nacional, estimulando a produção interna e reduzindo a dependência das importações.

Em discurso durante comício na Pensilvânia, Trump afirmou:
“Vamos aumentar as tarifas de 25% para 50% sobre o aço importado, para proteger ainda mais a indústria americana.”

O aumento das taxas reativa temores de uma nova escalada na guerra comercial, já que desde o início da política tarifária dos EUA, os mercados têm sofrido instabilidade, com quedas nos principais índices globais devido às incertezas provocadas.

Impactos para o Brasil e o mercado global

 

Segundo dados do Departamento de Comércio dos EUA, o Brasil exportou cerca de 4,1 milhões de toneladas de aço para os EUA em 2024, sendo o segundo maior fornecedor, atrás apenas do Canadá (6 milhões de toneladas) e à frente do México (3,2 milhões).

Especialistas em comércio internacional destacam que o aumento das tarifas deve reduzir as exportações brasileiras para os EUA, obrigando o setor a buscar novos mercados ou a absorver o excedente no mercado interno, enfrentando forte concorrência, principalmente da China.

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José Luiz Pimenta, diretor da BMJ Consultoria, comenta:
“Brasil e Canadá são os países mais afetados em termos de exportação. Espera-se uma redução das importações desses países pelos EUA no curto e médio prazo.”

Lia Valls, pesquisadora da FGV e professora da UERJ, acrescenta que parte das exportações pode ser absorvida pela China, que prefere comprar matérias-primas semi faturadas para produção local. No entanto, o destino das exportações brasileiras ainda não está claro.

Jackson Campos, especialista em comércio exterior, alerta para impactos no mercado de trabalho:
“Menor demanda pode levar à redução da produção e cortes de empregos na siderurgia, além de afetar setores ligados, como transporte e mineração.”

Reação das empresas brasileiras

Um relatório do Itaú BBA indica que empresas multinacionais com forte atuação no mercado externo, como ArcelorMittal e Ternium, serão as mais prejudicadas pelo aumento das tarifas, devido à queda nas exportações para os EUA.

Por outro lado, siderúrgicas brasileiras com foco maior no mercado interno, como Gerdau, Usiminas e CSN, podem sentir menos os efeitos imediatos, embora enfrentam desafios com possível aumento da oferta interna e pressão nos preços.

O Instituto Aço Brasil, representante do setor, manifestou surpresa com a decisão americana e afirmou estar confiante na abertura de diálogo para restabelecer o comércio com base em acordos estabelecidos em 2018.

Histórico das tarifas

Desde fevereiro de 2025, Trump impôs tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio importados, com o argumento de proteger a indústria nacional e garantir a soberania produtiva dos EUA. A política tarifária tem atingido principalmente Canadá, México e Brasil, além de vários outros países.

A tensão comercial provocada por essas medidas tem provocado reações diversas no cenário global e aumentou a volatilidade dos mercados desde então.

 



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