Saúde

Três maternidades paraibanas são premiadas por ONG

em simpósio


18/10/2015

As Maternidades Dr. Peregrino Filho, de Patos (1º lugar); Fundação Assistencial da Paraíba (FAP), de Campina Grande (2º lugar); e Dr. Deodato Cartaxo, de Cajazeiras (3º lugar), foram avaliadas e premiadas como as que prestam melhor atendimento entre as 21 unidades hospitalares que integram a Rede de Cardiologia Pediátrica da Paraíba, a partir da parceria entre o Governo do Estado com a ONG pernambucana Círculo do Coração. O resultado foi divulgado neste sábado (17), durante o IV Simpósio Internacional da Rede de Cardiologia Pediátrica, realizado no auditório do Fórum Cível, em João Pessoa.

Para isso, uma comissão formada por médicos, diretores de hospitais e professores universitários avaliaram as informações contidas nos painéis expostos no simpósio, em relação aos serviços ofertados, a partir da parceria do Governo do Estado com a ONG pernambucana Círculo do Coração, com o objetivo de oferecer assistência a crianças com problemas cardíacos em todo estado. A parceria completa quatro anos neste sábado (17).

“Participaram as 21 unidades que integram a rede em todo estado. Foram apresentados dados como número de atendimentos, população atendida, entre outros”, explicou a cardiologista pediátrica e presidente do Círculo do Coração, Sandra Mattos.

A Maternidade de Patos, que ganhou o primeiro lugar, faz parte da Rede Pediátrica desde 2012. Classificada como unidade de alto risco, em três anos, realizou 9.035 oximetrias, exame que detecta se o recém-nascido tem cardiopatia. Outro destaque foi a “Sala do Coração”, instalada em janeiro de 2013. É um espaço onde os profissionais da Maternidade complementam o atendimento, de forma virtual.

“Em Patos, fazemos os exames e quando há necessidade, por meio da internet, nos comunicamos com a equipe de cardiologistas pediátricos, do Círculo do Coração, que fazem as orientações, de acordo com cada caso”, disse a pediatra Nicoly Negreiros. Até agora, já foram realizadas mais de 500 consultas na “Sala do Coração”.

A médica fica emocionada quando lembra dos problemas que aconteciam, antes da parceria. “Tinham óbitos que a gente questionava as causas, já que não havia toda esta estrutura que tem hoje. Meu sentimento é de gratidão pela aprendizagem que a Rede proporciona aos profissionais e pelas famílias que ajudamos”, falou.

A maternidade da FAP, em Campina Grande, que ficou em segundo lugar, faz parte da Rede desde 2014. A pediatra neonatologista Berta Luíza Costa, que trabalha na unidade desde 2000, faz o comparativo de como era o serviço antes da parceria com o Círculo do Coração. “Um caso que me marcou muito, antes da Rede, foi um bebê que morreu na véspera de Natal por falta de assistência adequada. Recentemente, um recém-nascido foi diagnosticado com cardiopatia congênita complexa e, devido à rapidez do diagnóstico, hoje ele tem cinco meses e está bem”, disse.

A Maternidade de Cajazeiras, que ganhou o terceiro lugar, entrou na Rede Pediátrica em 2012. Foram realizadas 4.993 oximetrias; ganhou mais três leitos de UCI e, no total, a quantidade de leitos subiu de 19 para 23; aumentou mais um obstetra; todo quadro de enfermagem está fazendo pós-graduação em enfermagem obstétrica e neonatal; técnicos de enfermagem passaram por qualificações em suas áreas de atuação e foi feita a vinculação das gestantes com a unidade.

“A gestante tem o direito de saber onde vai parir; de escolher um acompanhante e de conhecer a Maternidade. Elas ficam mais seguras para terem o parto normal. O resultado disso é que aumentaram os partos normais e diminuíram os prematuros. Esta Rede nos proporciona interação, creditação junto aos usuários, apoio e segurança para que tudo aconteça da melhor forma e o tratamento do recém-nascido seja exitoso”, comemorou a gerente da unidade, Socorro Guedes.

“Isso tudo vem ocorrendo porque conseguimos formar uma Rede consistente, o que significa que não estamos isolados e fico muito feliz por estar comemorando estes quatro anos com um evento grandioso como o Simpósio. É a realização de um sonho”, falou Sandra Mattos.

Até agora foram realizados, em todo estado, mais de 100 mil oximetrias; diagnosticadas 1.489 crianças cardiopatas, sendo 480 operadas e o restante encontra-se em tratamento clínico. A Rede Pediátrica faz a cobertura de 95% dos nascimentos na Paraíba.



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