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Travestis e transexuais paraibanos são vítimas dos traficantes de pessoas

Alerta


24/02/2013



 Os olhos do Governo Federal estão voltados para a Paraíba quando o tema é o tráfico de pessoas, principalmente travestis e transexuais. Após a descoberta de uma quadrilha que agia na Espanha, uma segunda investigação está voltada agora para um grupo italiano que estaria levando paraibanos para se prostituírem na Europa.

O aumento no caso de travestis e transexuais levados para a Itália nestas condições colaborou para que, pela primeira vez, o governo criasse uma missão interministerial para combater a violência contra homossexuais e transexuais vítimas deste tipo de crime. Nesta segunda-feira, 25, funcionários dos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores e das secretarias de Mulheres e Direitos Humanos embarcam para Roma para reuniões com autoridades locais.

Segundo informações da CPI sobre o tráfico de pessoas no Brasil, divulgados em 2012, o comércio do tráfico de travestis e transexuais paraibanos para a Itália deve gerar cerca 6 milhões de euros para os aliciadores.

Missão internacional

Segundo a diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior, a diplomata Maria Luiza Ribeiro Lopes da Silva, disse que há uma série de investigações em curso que indicam casos concretos de violência e tráfico envolvendo brasileiros na Itália. "É a primeira vez que haverá uma missão como essa. Sabemos que os travestis são muito visados e viraram alvos também do narcotráfico", ressaltou.

A iniciativa faz parte da campanha brasileira de combate à violência e ao tráfico de pessoas no exterior. Inicialmente, as mulheres eram o foco da campanha, no entanto surgiu com a comprovação dos casos, surgiu a necessidade da inclusão de travestis e transexuais.

Além da Itália, missões de autoridades e especialistas brasileiros visitaram Portugal, a Espanha, Suíça e Holanda. Em junho, o Ministério das Relações Exteriores lançou o Guia de Retorno ao Brasil. O documento pretende orientar e dar condições de retorno aos brasileiros que seguem para o exterior e viram vítimas de redes de prostituição, exploração e tráfico de pessoas.

O guia foi lançado no começo do ano, depois de as polícias da Espanha e do Brasil desbaratarem uma rede de prostituição masculina em que 14 pessoas foram presas. As vítimas dessa rede caracterizam o público ao qual será direcionado o documento elaborado em conjunto entre o Itamaraty e a Secretaria Políticas para as Mulheres.

No guia há informações sobre oportunidades de emprego no Brasil e alternativas para buscar ajuda. Funcionários do Itamaraty e voluntários brasileiros serão treinados para transmitir as orientações e receberão o material. A ideia é ampliar parcerias com redes locais no esforço de aumentar o apoio às vítimas.

Editado em inglês e português, o guia ficará à disposição em todos os consulados do Brasil no exterior. A cartilha é resultado de parceria dos ministérios das Relações Exteriores e da Justiça, além da Secretaria de Políticas para as Mulheres.


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