Paraíba

WS expõe em análise causas e efeitos da reprovação ao novo modelo do bloco Muriçocas do Miramar


28/02/2019

Imagem reprodução

O blog do jornalista Walter Santos traz em novo texto publicado nesta quinta-feira (28), os detalhes que levaram ao registro de pequeno público presente no novo modelo do Bloco Muriçocas do Miramar, na noite de quarta-feira (27) de fogo, com visível reprovação à mudança.

 

Walter Santos que ocupou a Presidência e é um dos fundadores da Associação Folia de Rua, faz uma análise minuciosa da noite do Muriçocas de Miramar e mostra causas e efeitos da crise.


Confira o texto na íntegra:


Público esvaziado se traduz em reprovação ao novo modelo do Muriçocas; hora de repensar


As imagens reproduzidas da noite desta quarta-feira, 27, expondo o pequeno público do maior bloco e fundador do projeto Folia de Rua, “Muriçocas do Miramar”, foram a essência do mais duro recado dado à organização do Bloco atestando que o bairro de Miramar e a cidade de João Pessoa desaprovaram o novo modelo.


Até antes considerado o segundo maior bloco de arrasto do País – condição esta já questionada em face do Rio e SP – neste ano de 2019 o Bloco consolidado como patrimônio imaterial da cidade atraiu 1/10º ( um décimo) do que levou à avenida o Bloco de Bell Marques na última sexta-feira.


CAUSAS E EFEITOS


Os organizadores do bloco, em especial a sua maior estrela, cantor e compositor Fuba, argumentam que a crise com a inexistência de patrocinadores para manter os trios elétricos foi a causa principal da nova medida de buscar a origem do Bloco.

 

O fato é que, mesmo tendo Elba Ramalho como principal atração em palco, o público foi diminuto se comparado aos anos anteriores registrando um preocupante esvaziamento.


Esta realidade leva o Bloco à ruína, logo a exigir a famosa “Refazenda” de Gilberto Gil. Urgente, já a partir de agora.


CAUSAS DO DECLÍNIO


A questão atribuída à crise de patrocinadores é meio verdade porque na essência os problemas para a queda de público têm a ver com má gestão, crise interna dos organizadores (diversos fundadores estão afastados), a dependência de governos, a interferência política, pois, desde quando o bloco resolveu aderir a uma parte política entrou em queda e, sobretudo, falta de um planejamento antecipado e competente.

 

Este ano, o projeto Folia de Rua recusou uma organização com perspectiva de aprovação na Lei Rouanet com patrocinadores já contatados, entre eles um banco famoso, ou seja, abandonou uma possibilidade de auto sustentação porque a cúpula preferiu ficar à mercê da Prefeitura Municipal de João Pessoa.


MAIS PROBLEMAS


A rigor, falta transparência e a conscientização de uma nova cultura no trato de dinheiro, de financiamento dos blocos e dos projetos, porque do contrário é estimular negócios paralelos que só geram atraso.


OPORTUNIDADE DESPERDIÇADA


Aliás, ano passado os principais blocos fundadores do Folia de Rua às vésperas das eleições se reuniram para refundar o projeto com novo modelo, tal qual faz Recife com o Galo da Madrugada reunindo 60 trios elétricos, mas a articulação fracassou porque alguns líderes impuseram o veto a diversos blocos pequenos, tais como Maluco Beleza, Boi Vermelho, Frevo Rasgado, Tambiá Folia, Boi do Bessa, Anjo Azul, etc. , daí ter havido reação contrária e implosiva.


SÍNTESE


A questão central em todos os casos passa por crise de gestão, pois, Bell Marques prova a viabilidade de um projeto bem resolvido.


O bloco de Bell não pode é sair afetando gravemente a abertura do projeto na sexta-feira, mas ele e Salvador sabem fazer Carnaval.


Recife também sabe.


Em síntese, o Folia de Rua precisa se reinventar, mas a cidade já disse que não aprova o novo modelo do Muriçocas.


UMAS & OUTRAS


…Elba Ramalho foi atração contratada pela Prefeitura de Joao Pessoa.

…A classe musical precisa ser reincorporada fortemente.

…Mirandinha e Poliana fazem dupla de crescimento musical à base do samba.

…Bola Nonato, presidente do Folia de Rua, é na atualidade o presidente do Carnaval. Tradição. De certa forma isto explica o nível dos nossos festejos.

… Só a auto sustentação salva com negociação a envolver as autoridades públicas.

 

ÚLTIMA


“A Folia não pertence a ninguém/ tá cada um na sua…”


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