Um exame da Proteste (associação de defesa do consumidor) encontrou pelos de rato em uma amostra de ketchup da Heinz, marca comprada na semana passada pelo fundo de brasileiros 3G Capital e pelo empresário americano Warren Buffett.

Segundo a associação, foram encontrados três pelos de roedor em uma amostra de 100 gramas do ketchup. O produto, um pote de 397 gramas do lote 2C30, foi adquirido em dezembro em um mercado de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo).

A Proteste afirma que acionou a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pediu a retirada preventiva do mercado do lote avaliado.

Procurada, a agência disse que um parecer impede que decisões de polícia administrativa sejam tomadas com base em exames feitos por laboratórios "não oficiais". Afirmou ainda que os laudos encaminhados pela Proteste são "insatisfatórios".

Já a Heinz disse que não teve oportunidade de avaliar o produto em questão.

O teste, segundo a associação, está sendo feito com diversas marcas de ketchup e o resultado completo deve ser divulgado em breve. A Proteste não quis divulgar quais marcas estão sendo avaliadas –em 2005, durante exame semelhante, foram 16.

Ainda de acordo com a entidade, a decisão de avisar a Anvisa e divulgar o resultado sobre a Heinz antes mesmo de concluir as outras avaliações se deve à "gravidade dos fatos e do risco imediato à saúde do consumidor".

O lote que passou pela avaliação foi produzido no México e distribuído no Brasil pela Quero Alimentos, que também pertence a Heinz. A empresa não informou quantas unidades do produto fazem parte deste lote.

A Anvisa informou que acionou a Vigilância Sanitária de Goiás, onde está sediada a Quero, para que verifique se o local atende a legislação sanitária vigente.

Como é possível que a falha tenha ocorrido durante o processo de fabricação do produto, ainda no México, a Proteste diz que informou as associações de consumidores daquele país sobre o caso.

OUTRO LADO

Em nota, a Heinz Brasil destacou que "qualidade e segurança alimentar são primordiais" para a empresa.

Disse ainda que tem razões para questionar o teste baseada em seus "rigorosos programas de qualidade e segurança" e que não tem nenhuma evidência de problemas de segurança com o produto.

"Nossos processos produtivos são desenhados para assegurar a mais alta qualidade e segurança para nossos consumidores no Brasil", conclui a nota. (CAROLINA LEAL)