Em sua primeira visita ao Nordeste, sete meses após assumir o comando do Executivo Federal, Michel Temer afirmou que a Região é prioridade para o governo. "O Nordeste é uma prioridade para o nosso governo. Repassamos mais de R$ 200 milhões para obras hídricas durante o nosso período, e vamos passar mais, porque investir em água é garantir direitos", afirmou, durante sua passagem por Surubim, no Agreste de Pernambuco.

Em Caruaru, Temer escapou por poucos minutos de um protesto contra ele ao fazer uma escala de apenas 15 minutos. Ele, desceu de um helicóptero para entrar em um carro que o levaria a Surubim. Um grupo, formado por cerca de 20 manifestantes, chegou ao aeroporto poucos minutos depois de Temer ter deixado o local. As viagens de Temer ao Nordeste foram canceladas várias vezes por medo de vaias do presidente.

"Nós destinamos [verbas] a todas as obras de dificuldades hídricas da região do Nordeste", afirmou Temer. Ao lado do governador Paulo Câmara (PSB), ele lembrou que o governo está liberando R$ 12 milhões para obras na Barragem de Jucazinho, no Agreste, que está em colapso devido à seca, de um total de R$ 53 milhões, "para prevenir o futuro".

O reservatório, que encontra-se rachado em diversos pontos, teve uma série de obras de recuperação recomendadas pelo Ministério Público Federal há cerca de dois meses sob o risco de ruir caso os serviços não sejam executados. Temer também disse que dará continuidade às obras de transposição do Rio São Francisco. "Tenho tido inúmeras reuniões para alcançar objetivos centrais do governo que é precisamente completar as obras da transposição. Se conseguirmos entregar as obras nos próximos dois anos, já valerá um governo", afirmou.

Temer também destacou em seu discurso que tem investido no combate à pobreza e citou o reajuste de 12,5% do programa Bolsa Família como exemplo de ações do gênero. Ele afirmou que o seu governo não cortará programas sociais e ressaltou o lançamento do Cartão Reforma e do plano de regularização fundiária.

Temer também saiu em defesa das medidas econômicas e de ajuste fiscal, como a Proposta de Emenda Constitucional que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos e a reforma da Previdência. "As medidas são impopulares hoje para serem populares amanhã. Esta é a grande verdade. Alguém tinha de ter coragem de enfrentar o problema que o Brasil está atravessando", afirmou.