Os aplausos da torcida da Turquia à Seleção Brasileira e a Neymar, após a derrota em casa por 4 a 0, na última quarta-feira, deixaram o técnico Fatih Terim bastante irritado. Na entrevista após o jogo, o experiente treinador fez praticamente um monólogo, falando por dez minutos ininterruptos, em tom indignado, e abandonando a sala ao fim de apenas duas respostas. Para ele, os fãs em Istambul desistiram muito cedo de apoiar a equipe local na partida.

"Neymar e Willian devem ser aplaudidos, mas nossos filhos também deve ser aplaudidos. Eu gosto do meu próprio filho. Fomos vaiados imediatamente após o 1 a 0, quando poderíamos ter feito 1 a 1. Isso não pode ser, não temos esse direito. Precisamos mudar nossa cultura e nossa abordagem. Podem jogar mal, mas essas crianças são nossos filhos. No nosso país, isso deve ser levado em conta. Os fãs devem apoiar a equipe", criticou Terim.

Apesar das críticas à postura da torcida turca, o experiente treinador não condenou os aplausos à Seleção Brasileira em si – apenas a ausência do mesmo tipo de apoio para seu time. De fato, a torcida no Estádio Sukru Saracoglu começou vaiando o toque de bola do Brasil, mas depois do primeiro gol, marcado por Neymar, já era possível ouvir algumas vaias quando os turcos tentavam um ataque. No segundo tempo, as arquibancadas chiavam visivelmente até quando os brasileiros eram parados com faltas.

Terim reconheceu a superioridade do Brasil e pediu para que os torcedores turcos aceitassem a derrota pacificamente. "Nós jogamos contra um time muito bom, excelente. Às vezes só ficamos assistindo. Na Turquia, precisamos encarar mais os fatos. O Brasil é uma das melhores equipes do mundo e poderia ter feito mais gols. Precisamos ver nossas próprias realidades", afirmou.

A irritação da torcida turca tem explicação: a seleção vive péssima fase e já está em situação delicada para se classificar à Eurocopa de 2016. Nos três jogos das Eliminatórias até agora, o time somou só um ponto: um empate com a Letônia. Nas outras duas partidas, derrotas para a República Checa e para a surpreendente Islândia, que lidera a chave com 100% de aproveitamento.