Futebol

Técnico do Japão aposta no coletivo para bater Drogba e Falcao na Copa

Copa do Mundo


19/04/2014



Em grupo que poderá ter atacantes poderosos, italiano Alberto Zaccheroni vê força no elenco japonês, elogia torcida brasileira e diz que equipe de Felipão é favorita

O Japão está em um dos grupos mais equilibrados da Copa do Mundo. Sorteada para fazer parte da chave encabeçada pela Colômbia, seleção forte nos últimos anos, mas sem tradição de grandes resultados no torneio, a equipe asiática tem ainda a Costa do Marfim e a Grécia como adversárias na primeira fase. A grande expectativa é pelo duelo entre os atacantes Didier Drogba e Falcao García, que luta para se recuperar de cirurgia no joelho esquerdo e disputar o Mundial.

Em meio aos astros, o italiano Alberto Zaccheroni, que comanda o Japão, aposta na força coletiva de seu time. Embora também conte com jogadores de grandes clubes europeus, casos de Kagawa, do Manchester United, e Honda, do Milan, o técnico destacou o grupo como ponto forte para tentar avançar às oitavas de final.

– Jogadores de classe mundial são classificados dessa maneira apenas quando eles têm o suporte de uma boa equipe. O Japão pode contar com a unidade do grupo, é um aspecto muito importante da nossa equipe – disse Zaccheroni em entrevista, por e-mail, ao GloboEsporte.com.

A convocação para a Copa do Mundo será feita no dia 12 de maio. Enquanto isso, o treinador promove sessões de treinos em universidades do Japão para observar jogadores que têm se destacado na liga local. Segundo ele, ainda há vagas para que novas caras participem da competição mais importante do futebol.

O time asiático vai encerrar sua preparação com dois amistosos na Flórida, nos Estados Unidos. A escolha se deve à semelhança de clima, uma das maiores preocupações da comissão técnica. O Japão vai enfrentar Costa Rica e Zâmbia nos dias 2 e 6 de junho, respectivamente.

Na entrevista, Zaccheroni teceu elogios ao Brasil, dentro e fora de campo. Disse que tudo funcionou perfeitamente na Copa das Confederações, elogiou a paixão dos brasileiros pelo futebol e o carisma do técnico Luiz Felipe Scolari, além de apontar a Seleção como favorita.

Como avalia a preparação da seleção japonesa para a Copa do Mundo. Está saindo tudo de acordo com o esperado?

Sim, estou satisfeito com o trabalho que fizemos até agora e também com o planejamento que vai nos guiar à Copa do Mundo. É claro que ainda há detalhes nos quais estamos trabalhando, assim como todas as outras equipes. Por exemplo, a adaptação ao clima e as viagens entre uma partida e outra (o Japão joga nos dias 14 em Recife, 19 em Natal e 24 em Cuiabá).

Qual o objetivo de sua equipe no Mundial? Até onde imagina que podem chegar?

É claro que nossa meta é chegar o mais longe possível. Minha meta pessoal é jogar um futebol de boa qualidade e continuar o desenvolvimento da equipe, que tem sido meu objetivo desde que fui contratado como treinador.

Como vê as outras seleções do grupo? Colômbia, Grécia e Costa do Marfim estão numa condição de equilíbrio com sua equipe?

Acredito que seja um grupo equilibrado. A Colômbia parece ser tecnicamente superior e tem fortes valores individuais também. Eles mostraram isso em seus últimos resultados e performances.

Colômbia e Costa do Marfim são times que se apoiam bastante em grandes astros, como Falcao, que ainda não tem presença certa e Drogba. No caso do Japão, você acha que o ponto forte é o coletivo ou também vai investir em atletas como Kagawa e Honda?

Jogadores de classe mundial são classificados dessa maneira apenas quando eles têm o suporte de uma boa equipe. O Japão pode contar com a unidade do grupo, é um aspecto muito importante da nossa equipe.

Há algum jogador que você esteja especialmente curioso para ver em campo na Copa?

É claro que estou excitado para ver muitos jogadores, mas sempre tenho um olhar diferente para atletas jovens que recebem oportunidades, especialmente no maior evento de futebol de todos, que é a Copa do Mundo.

Como foi sua experiência no Brasil, no ano passado, durante a Copa das Confederações, em relação à organização, torcida e segurança? O que precisa ser melhor em 2014?

Durante a Copa das Confederações, tudo funcionou perfeitamente e a atmosfera nos estádios era eletrizante. Este ano vai ser ainda mais e o amor do Brasil pelo futebol fará com que essa edição da Copa do Mundo seja inesquecível.

(a reportagem fez sete perguntas sobre o Brasil. Zaccheroni mandou apenas uma resposta para todas) Você gostaria de enfrentar o Brasil? Acha que a Seleção é favorita? Quem são seus maiores rivais? O que acha do futebol brasileiro? Aposta em algum jogador para ser eleito Bola de Ouro? Neymar pode estar entre os melhores? O que acha de Luiz Felipe Scolari?

Certamente o Brasil tem de ser considerado favorito, por sua história, sua qualidade e o apoio que terão durante toda a competição. Por outro lado, eles vão carregar uma grande pressão sobre eles. O Brasil também tem um ótimo treinador. Luiz Felipe Scolari tem a experiência de já ter conquistado uma Copa do Mundo aqui no Japão e muito carisma. Acredito que as outras seleções sul-americanas também terão de ser respeitadas.



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