Paraíba

Taxa de Analfabetismo na Paraíba recua, mas segue entre os maiores do país, aponta IBGE


13/06/2025

Crédito: Pedro Ventura/Agência Brasília

Da redação/Portal WSCOM



A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), revelou nesta sexta-feira (13) números quanto ao nível de escolaridade no Brasil. O país conta hoje com 5,3% da sua população analfabeta. Na Paraíba, estima-se a existência de cerca de 409 mil pessoas com 15 anos ou mais de idade analfabetas no estado, correspondendo a uma taxa de analfabetismo de 12,8%, em 2024.

O levantamento, que visa retratar a realidade do sistema educacional brasileiro, mostra uma redução gradativa desse indicador ao longo da série histórica iniciada em 2016 (15,4%) e, desde o ano de 2022 (13,6%) tem ficado abaixo de 15%, chegando a 13,2% em 2023 e atingindo o ponto mais baixo da série em 2024.

Apesar disso, o resultado paraibano em 2023 foi o 3ª maior do país, ficando acima das médias do Brasil (5,3%) e do Nordeste (11,1%) e só foi menor que os observados em Alagoas (14,3%) e no Piauí (13,8%). Além do mais, é bem superior à meta 9 do Plano Nacional de Educação (PNE), que determinou a redução da taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais para 6,5% até 2015 e sua erradicação até o final da vigência do Plano, em 2024.

 Analfabetismo é mais intenso entre idosos, homens e pretos ou pardos

A pesquisa constatou que na Paraíba, tal qual se verifica no Brasil como um todo, o analfabetismo segue fortemente associado à idade. Em 2024, estimava-se haver 203 mil analfabetos na faixa etária de 60 anos ou mais, correspondendo à taxa de analfabetismo de 33%.  Entre os grupos mais jovens, os percentuais diminuem progressivamente, de forma que o indicador para os idosos é maior em 19,5 pontos porcentuais (p.p.) do que a taxa de analfabetismo para grupo de 15 anos ou mais de idade (13,5%). Apesar disso, o indicador para esse grupo de idade foi, em 2024, o menor registrado na série histórica, bem abaixo do verificado em 2016 (42,2%), início da série.

As análises do analfabetismo segundo o sexo e a cor ou raça evidenciam a persistência das desigualdades educacionais, na Paraíba. Em relação ao sexo, em 2024, o levantamento apontou uma taxa bem maior entre homens (15,3%) do que entre mulheres (10,5%) com 15 ou mais anos de idade, uma diferença de 4,8 p.p., diferença essa que com variações, se mantém elevada desde o início da série histórica, em 2016.

Em relação à cor ou raça, a pesquisa apontou uma diferença de 5,7 p.p. nas taxas de analfabetismo entre os grupos de pessoas autodeclaradas pretas ou pardas (14,7%) e o das brancas (9%) com 15 ou mais anos de idade, em 2024, diferença essa semelhante à verificada no início da série histórica, em 2016, de 5,4 p.p. (17,2% para pretos ou pardos e 11,8% para brancos).

João Pessoa mantém a maior taxa de analfabetismo entre todas as regiões metropolitanas do país

Em 2024, o módulo Educação da PNADC estimou a existência de 89 mil pessoas analfabetas com idade de 15 anos ou mais, na região Metropolitana de João Pessoa, um resultado superior ao de 2023, de 80 mil analfabetos, contribuindo para que a taxa de analfabetismo passasse de 7,6%, em 2023, para 8,1%, em 2024. Embora seja inferior à verificada na média estadual, essa taxa mantinha essa Região Metropolitana como a que possuía a maior taxa de analfabetismo entre as demais regiões metropolitanas do país. A análise temporal desse indicador mostra oscilações desde o início da série histórica iniciada em 2016 (8,4%), havendo tendência de elevação até 2018 (8,9%), seguido de redução do indicador metropolitano até chegar à menor taxa da série em 2023 (7,6%), para, no ano seguinte, reverter essa tendência e ter uma pequena elevação (8,1%).



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.