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Sobreviventes de naufrágio ficaram 9 horas no mar antes de resgate

Naufrágio


02/09/2014

Os três sobreviventes do acidente com uma lancha em Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, ficaram cerca de nove horas em alto mar e usaram um colchão flutuante para conseguir chegar à costa sul da ilha, onde foram resgatados por pescadores. A informação é da Capitania dos Portos, que investiga o acidente e segue em busca de um homem que está desaparecido desde a noite de domingo (31). Um dos tripulantes foi encontrado morto na segunda-feira (1°).

O acidente aconteceu por volta das 23h de domingo na região da Ponta da Sela, no extremo sul da ilha. Cinco turistas de Mogi das Cruzes estavam na embarcação, sendo que três delas sobreviveram ao naufrágio e conseguiram chegar até a costa. Segundo a Capitania dos Portos, o dono e um dos tripulantes da lancha, Ricardo Henrique Guerra, disse que o grupo foi surpreendido por uma onda que virou a embarcação.

"Ele contou que estavam saindo para pescar e estava um vento forte. Ficaram um tempo no Saco da Capela e saíram quando perceberam que o vento diminuiu. Depois de um tempo em alto mar, foram surpreendidos por uma onda por conta de uma rajada forte de vento que virou a embarcação", afirmou o capitão Marcelo de Sá, da Capitania dos Portos.

Dois dos ocupantes pularam ao mar com boia e colete salva-vidas – entre eles, o homem de 47 anos que morreu e o que está desaparecido. Os outros três usaram inicialmente a embarcação como ponto de apoio e conseguiram pegar um colchão flutuante. O trio se apoiou no objeto e bateu os pés até chegar à ilha.

"Ficaram a madrugada inteira em alto mar, cerca de nove horas, até serem resgatados por pescadores na manhã seguinte. Nem ele (Ricardo) soube precisar a distância que estavam, mas acredito que estivesse a mais ou menos cinco quilômetros da costa. Provavelmente a correnteza ajudou eles a voltarem à ilha e também se guiaram pelas luzes da cidade", disse Sá.

O pescador Thiago Vale ajudou a resgatar o trio de sobreviventes na manhã de segunda-feira (1°), quando saiu para trabalhar. Ele afirmou que ouviu os gritos de socorro deles e os colocou no barco dos pescadores para levá-los até a praia.

"Eles passaram a noite inteira boiando, estavam bem cansados, quase com hipotermia. Tiramos nossas roupas e demos para eles. Tínhamos pão no barco e também demos para eles comerem", disse.
A Capitania dos Portos informou ainda que os outros dois sobreviventes também devem ser ouvidos no inquérito aberto para apurar o acidente. A investigação pode levar até 90 dias.



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