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‘Só queria furar um pouquinho’, diz homem que matou turista por R$ 7


03/01/2013



 Os acusados de terem participado do assassinato do jovem de Campinas (SP) Mario dos Santos Sampaio, de 22 anos, em um restaurante em Guarujá, no litoral de São Paulo, se apresentaram à polícia na noite da última quarta-feira (02). Em depoimento, eles alegaram ter agido em legítima defesa e, de acordo com o delegado responsável pelo caso, a alegação de defesa torna a situação mais fácil para o acusado. Durante entrevista após o depoimento, José Adão Pereira Passos confessou ter matado o rapaz. "Eu não queria matar ninguém. Só queria furar um pouquinho, para ele soltar o meu filho", disse.

O delegado Cláudio Rossi explica que a clareza com que os acusados têm se apresentado faz parte da defesa deles. “O dono do restaurante e o filho se apresentaram e foram interrogados. Ele confirma ter dado a facada na vítima, mas alega ter agido em legítima defesa do filho. Essa situação toda ainda depende de esclarecimento por nossa parte. Nós estamos ouvindo testemunhas”, diz o delegado.

O dono do restaurante confirmou a ação. “Para acontecer uma fatalidade dessa na minha vida, eu vou dizer uma coisa para vocês. Foi para defender a própria vida e defender a vida dos meus filhos, porque nós somos trabalhadores. Tinha muitas pessoas em cima do meu filho. Tentei fazer com que ele largasse o meu filho, mas não consegui", relata o acusado.

A polícia ainda depende da análise de imagens registradas no local do crime. “Estamos ainda na dependência de levantar imagens nas CPUS que nós apreendemos no local. Estamos dependendo de um trabalho técnico para levantar essas imagens e então ter certeza do que realmente aconteceu, e se realmente ele agiu em legítima defesa.”, explica Cláudio Rossi.

O gerente do restaurante, filho do dono do estabelecimento, também contou a versão da história. “Assim que ele acabou de pagar R$ 13,99 ele já saiu do balcão falando que nós somos um bando de ladrões, que só sabemos roubar. A gente era a única casa que estava funcionando no Ano Novo para diversão dos outros, e a gente só sabia roubar. Foi no momento que ele agrediu o meu pai e, quando eu vi ele agredindo meu pai, eu me evadi para dentro da loja, agredindo os rapazes que estavam com ele. As moças tentaram me segurar para não deixar eu chegar até onde estava ele e meu pai, e daí para frente eu já não lembro de mais nada”, conta o gerente.

O delegado Cláudio Rossi explica o que muda caso seja confirmada a legítima defesa. “A situação dele fica bem mais tranquila com a alegação da legítima defesa. Mas isso é uma primeira alegação dele, que nós ainda estamos investigando se realmente foi isso que aconteceu”, explica.

Os acusados também apresentaram a faca e a arma que teria sido usada no crime. “Isso tudo é parte da defesa dele. Ele apresenta a faca, sempre dando a impressão de que está agindo às claras, entregando todas as provas, até para que ele tenha mais credibilidade”, diz Rossi.

O delegado ainda afirma que o acusado isenta de culpa os garçons do restaurante. “Os garçons envolvidos na briga foram nominados. Já temos a qualificação deles, e eles também deverão se apresentar para prestar esclarecimento. Embora, o proprietário do estabelecimento os isente de qualquer participação no evento”, afirma o delegado.



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