Economia

Serviços crescem 0,3% em junho e atingem maior nível histórico, puxados por transportes

Setor acumula alta de 2% desde fevereiro, com destaque para transporte aéreo e de cargas; demais segmentos registram retração no mês.


14/08/2025

Foto: Reprodução

Lara Ribeiro

De acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quinta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em junho de 2025, o volume de serviços no Brasil registrou avanço de 0,3%, marcando o quinto mês seguido de crescimento.

Desde fevereiro, o setor acumula alta de 2,0% e atingiu novamente o maior patamar da série histórica, já observado em outubro de 2024.

O resultado positivo no mês foi impulsionado exclusivamente pelo setor de transportes, que cresceu 1,5%. De acordo com o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, houve destaque tanto no transporte de cargas quanto no transporte aéreo de passageiros.

Transporte aéreo: desempenho ligado à redução no preço das passagens nos últimos três meses, o que elevou a receita real das companhias.

Transporte de cargas: reflete um maior dinamismo econômico, associado ao escoamento de safras, insumos e bens industriais.

Os demais segmentos registraram queda, com destaque para:

Outros serviços (-1,3%)
Serviços prestados às famílias (-1,4%)
Informação e comunicação (-0,2%)
Serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,1%)

Neste último, porém, houve avanço em atividades jurídicas e de consultoria em gestão empresarial, o que amenizou a retração em relação a maio, quando havia crescido 0,9%.

Segundo Lobo, o aumento nas atividades jurídicas foi motivado por ganhos pontuais de causas em escritórios de advocacia, enquanto o crescimento das consultorias está ligado a estratégias de modernização, otimização de processos, redução de custos e ampliação das margens de lucro.

No cenário regional, 11 das 27 unidades da federação apresentaram alta. O Distrito Federal (2,3%) e o Paraná (0,8%) foram os que mais contribuíram para o resultado nacional.

No acumulado de janeiro a junho de 2025, o volume de serviços no Brasil cresceu 2,5% frente ao mesmo período de 2024. O maior impulso veio do setor de informação e comunicação, que avançou 6,2%, puxado principalmente pelos serviços de tecnologia da informação.

Também contribuíram para o resultado positivo o segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (1,7%), com destaque para o transporte aéreo, e o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares (2,3%), especialmente no agenciamento de espaços publicitários e na consultoria em gestão empresarial. No recorte regional, 20 das 27 unidades da federação registraram crescimento, com São Paulo à frente (3,9%).

O índice de atividades turísticas caiu 0,9% em junho de 2025, na comparação com maio, marcando a segunda retração consecutiva e acumulando perda de 1,3% no período. Apesar da queda, o setor permanece 11,6% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 1,8% abaixo do pico histórico, atingido em dezembro de 2024.

Entre os estados pesquisados, 11 dos 17 acompanharam o recuo nacional, com destaque para:

Minas Gerais (-4,2%)
Rio de Janeiro (-1,5%)
Santa Catarina (-3,6%)
Paraná (-2,1%)

Em contrapartida, registraram alta:

São Paulo (0,6%)
Distrito Federal (3,4%)

Na comparação anual, junho de 2025 teve aumento de 4,1% no volume de atividades turísticas, o 13º resultado positivo seguido, impulsionado pelo crescimento das receitas de empresas de transporte aéreo de passageiros, serviços de bufê e hotéis.

Doze unidades da federação tiveram alta, com destaque para:

São Paulo (3,6%)
Rio de Janeiro (8,7%)
Rio Grande do Sul (38,5%)
Distrito Federal (7,5%)
Paraná (4,7%)
Amazonas (14,2%)

Minas Gerais (-7,6%) exerceu o principal impacto negativo.

O transporte de passageiros cresceu 2,1% em junho, na série com ajuste sazonal, alcançando o quinto mês seguido de alta e acumulando ganho de 14,3% no período. O nível atual está 12,4% acima do registrado em fevereiro de 2020, mas ainda 13,7% abaixo do recorde de fevereiro de 2014.

Já o transporte de cargas subiu 0,7%, revertendo quedas nos dois meses anteriores. O patamar segue 6,2% abaixo do recorde histórico (julho de 2023), mas 35,4% acima do nível pré-pandemia.

Na comparação anual, o transporte de passageiros avançou 10,4% e o de cargas 0,4%. No acumulado do primeiro semestre, o transporte de passageiros teve alta de 6,7%, enquanto o transporte de cargas recuou 1,1%.

A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) acompanha o desempenho conjuntural do setor no Brasil, considerando empresas formalmente constituídas com 20 ou mais empregados e cuja atividade principal seja de serviços não financeiros, excluindo saúde e educação. Os dados estão disponíveis no sistema Sidra, e a próxima divulgação, referente a julho de 2025, está prevista para 12 de setembro.



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