Política

Sérgio Rezende responsabiliza Bolsonaro pelo saldo de mortes por Covid-19 no país e explica contraponto científico do Nordeste para evitar o caos


07/07/2021

Sergio Rezende, é coordenador do Comitê Científico do Consórcio Nordeste

Portal WSCOM / Revista NORDESTE

Em entrevista exclusiva publicada na edição de nº 173 da Revista NORDESTE, o coordenador do Comitê Cientifico do Consórcio Nordeste, Sérgio Rezende, detalha sobre como o desempenho regional conseguiu evitar o caos na pandemia da Covid-19. Ele também fala o alto número de mortes pela doença no país e acusa a falta de políticas públicas do Governo Federal como causa principal.

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LEIA NA ÍNTEGRA:

Reprodução: Revista NORDESTE

A LEITURA CIENTÍFICA DO NORDESTE SOBRE BOLSONARO NA COVID

Diante da perspectiva de 500 mil mortos no País, coordenador Sérgio Rezende responsabiliza Presidente pelo saldo genocida no País e explica como Nordeste fez contraponto científico para evitar o caos

Por Walter Santos

O Comitê Cientifico do Consórcio Nordeste tem estudos gerando comprovação de que o número de mortes pela Covid alcançando 500 mil óbitos é fruto de políticas do Governo Bolsonaro. É o que diz o coordenador científico Sérgio Rezende garantido que o Nordeste teve melhor desempenho. Ele responsabiliza o presidente e até pessoalmente defende o Impeachment.

Revista NORDESTE – Como coordenador do Comitê Científico do Consórcio Nordeste, qual a projeção que os senhores fazem para os próximos tempos dos nove estados levando em conta as políticas de restrições para conter Covid e os efeitos das aglomerações recentemente?

Sérgio Rezende – Como você sabe, o que o Comitê Científico faz é elaborar recomendações, fazer projeções e os resultados desse trabalho são apresentados uma vez por mês, atualmente, aos governadores e prefeitos do Nordeste. Então, nós verificamos claramente que a segunda onda do Nordeste foi maior em alguns estados, e menor em outros estados do que na primeira onda, e alguns foi parecida. Por exemplo, a Paraíba tem uma segunda onda um pouquinho maior do que a primeira onda, por outro lado Pernambuco tem pico da segunda onda claramente menor do que na primeira onda, mas em ambas a queda depois do pico é muito lenta. Aqui, quase todos estados Nordeste tiveram um pico na segunda onda que foi alcançado os primeiros dias de abril e claramente em todos eles o número vem caindo, mas caiu 30%, uma coisa assim. Então o que nós temos feito é reiterado recomendações para que os governos estudem as questões locais e tomem medidas restritivas ou não.

NORDESTE – Qual a realidade deste momento?

Sérgio Rezende – Nós podemos dizer que de uma maneira geral nos últimos dois meses a situação se agravou mais no interior do que nas capitais, então as recomendações têm sido de aumentar restrições em certas regiões. Recomendamos mais de uma vez que fosse verificado o transporte intermunicipal, mas infelizmente isso não foi feito aliás. Nós também recomendamos diversas vezes que fossem tomadas medidas ostensivas para que o transporte intermunicipal fosse fiscalizado e tivesse policiais nos terminais dos pontos de ônibus de maior aglomeração para evitar que as pessoas entrem em número maior do que o aconselhado nos veículos e  todos tenham máscaras, infelizmente nossas recomendações são seguidas mais ou menos e, portanto, como eu falei, a projeção que nós fazemos é de uma queda lenta nesses próximos tempos.

NORDESTE – Como os senhores conceituados no mundo cientifico encaram a realidade da vida Covid na conjuntura dos Estados nordestinos nos próximos meses? Estamos às vésperas de terceira onda ou não?

Sérgio Rezende – Essa é uma pergunta difícil de fazer porque nós temos um subcomitê de modelagem com pessoas altamente capacitados, só que a modelagem ela não pode prever o comportamento humano quando há mudanças. A nossa esperança é que o fato de nós termos tido uma segunda onda forte que causou um grande número de mortes  tenha um impacto importante nas pessoas, porque os governos poderiam estar fazendo mais do que estão no sentido de tomar medidas restritivas. Agora é impossível que governos do Nordeste, prefeituras e governos estaduais, com toda a dificuldade da conjuntura que nós temos, grande desigualdades sociais, pessoas necessitando trabalhar porque o auxílio emergencial alcança poucas pessoas e ele é praticamente irrisório.

NORDESTE – Como a sociedade tem reagido?

Sérgio Rezende – Então, a nossa esperança  é que a sociedade como um todo perceba a importância de manter um certo isolamento social. Quando não for possível é muito importante que as pessoas usem máscaras e que as pessoas tomem os cuidados com higienização, lavagem das mãos com sabão e uso de álcool em gel. Nós não temos elementos para dizer que estamos em véspera da terceira onda, não é isso que parece e como a vacinação está avançando mesmo que lentamente, nós esperamos que não tenhamos uma terceira onda.

Reprodução: Revista NORDESTE

NORDESTE – Como tem sido a rotina do comitê científico? Qual o papel jogado desde 2020 e que efeitos positivos construiu para arrefecer os efeitos da pandemia?

Sérgio Rezende – Nesse ponto nós temos hoje evidências que os estados do Nordeste tiveram um comportamento bem melhor do que o Brasil como todo. O estado do Brasil que tem o menor número de óbitos por habitantes é o estado do Maranhão, que tem aproximadamente 110 óbitos por 100 mil habitantes, segundo melhor aliás, os três seguintes com menor número de óbitos também são do Nordeste: Alagoas, Bahia e Pernambuco. Então esses Quatro estados do Nordeste são os que tem o menor número de óbitos por habitantes e aqui no Nordeste como eu falei antes tem uma situação de desigualdade social muito grande, um PIB per capita dos menores do Brasil, ou seja muita dificuldade pois existe nos estados do Nordeste uma aglomeração maior de pessoas por dormitório e apesar dessas dificuldades socioeconômicas os estados do Nordeste são que tem o menor número de óbitos por habitante.

NORDESTE – Qual a conclusão a que se pode chegar diante deste cenário distinto?

Sérgio Rezende – Nós tendemos a acreditar que isso é resultado do fato de que os nossos governantes, governadores e prefeitos, seguiram nossas recomendações. Não seguiram as recomendações com a intensidade de que nós gostaríamos, mas de certa forma segura o fato do Nordeste, da média de mortes por habitantes ser menor do que do Brasil como um todo é muito significativo, assim significa dizer que os governadores ouviram a ciência de forma muito mais evidente do que o resto do Brasil.

NORDESTE – Como os senhores constroem acompanhamento de dados dos Estados, através de que mecanismo e de que forma os governos abrigam as orientações produzidas?

Sérgio Rezende – Nós fazemos o acompanhamento de dados de diversas formas diferentes. Eu gostaria de esclarecer que temos um comitê de modelagem com representante de quase todos os estados. Não são todos porque alguns resolveram se afastar do Comitê Científico por razões diversas, mas temos representantes de sete estados, e uma vez por mês alguns representantes do comitê estão em permanente contato com as Secretarias de Saúde não só estaduais, mas algumas municipais. Eles acompanham com detalhe que acontece com o estado e não apenas usando aqueles as informações nacionais que são produzidas pela Fiocruz e pelo consórcio de veículos de imprensa, assim por diante. Eles têm contato direto com a Secretaria de Saúde, com isso eles têm informações mais detalhadas que são divulgados além das informações sobre número de casos, número de óbitos, número de internações, de ocupação de UTI. Eles têm informações mais detalhadas que permitem fazer com que eles possam fazer chegar a conclusões sobre o que está acontecendo, de um município para outro fazer algumas provisões. Agora, como eu disse anteriormente, de uma maneira geral os governos do Nordeste seguiram nossas orientações, mas sempre com mais flexibilidade do que nós gostaríamos.

NORDESTE – E se tivessem seguido à risca as recomendações?

Sérgio Rezende –  Nós acreditamos que se eles tivessem seguido a recomendação de maneira mais restritas o número de óbitos seria muito melhor. Mas quero terminar dizendo o seguinte: existe um efeito produzido na sociedade e nas pessoas pelo mau comportamento do Presidente da República. O Presidente desde o início da pandemia fez pouco dessa doença. No começo disse que ela não seria grave, que seria uma gripezinha, que o Brasil não teria mais do que 2 mil mortes Depois, ele começou a fazer campanha contra o isolamento social e repetidamente sempre deu mau exemplo. Então, o Nordeste como sabem os estados, deram uma menor votação para Bolsonaro do que os outros estados do Brasil, mas sempre tem uma parcela da população que votou nele e acredita nele e isso contribui para Sociedade do país como todo e também do Nordeste que muitas pessoas não sigam as recomendações da ciência, que sigam as recomendações do Presidente da República.

NORDESTE – Então, o maus exemplo teve efeitos?

Sérgio Rezende – Não vimos passar uma semana sequer sem que o Presidente da República fizesse, participasse de algum evento ou faça alguma declaração contra o isolamento social. Recentemente, ele declarou que não entende como pessoas idiotas ainda ficam presas em casa. Ele chamou as pessoas de idiotas por ficarem presas em casa, então tem gente que acha interessante, intui queo presidente tenha coragem, né, e  seguem as orientações dele. Então, não temos dúvida de que o mau exemplo do Presidente da República contribui para o Brasil como todo ter um grande número de casos e de óbitos.

NORDESTE – Com visão científica, portanto técnica, qual opinião do comitê científico sobre a resistência da Anvisa de demorar na aprovação da Sputnik? Afinal, os senhores avalizam ou não a vacina russa?

Sérgio Rezende – O nosso comitê científico tem especialistas em vacinas, especialistas em epidemiologia, em virologia, que estão até antenados,  ligados a informações internacionais, a literatura científica, a formação de assuntos que são discutidos em conferências e congressos. Todas as informações que nós temos indicam claramente que vacina Sputnik V é uma vacina Segura, que tem uma eficácia alta e não tem efeitos adversos. Várias vacinas usadas no mundo, e no Brasil, também já mostraram efeitos adversos, como por exemplo coagulação sanguínea e assim por diante. Não há evidência de efeito adverso da vacina Sputnik e é usada atualmente em mais de 100 países e muitos desses países têm agências de saúde que verificaram.

NORDESTE – por que demorou a aprovação?

Sérgio Rezende – A Argentina, por exemplo, já vacinou mais de 1 milhão de pessoas e lá foi feito o estudo e verificaram que a eficácia é acima de 94%. A Rússia vacinou praticamente 30 milhões de habitantes e também comprovou a eficácia, não foram detectados efeitos adversos e a vacina mostrou a eficiência dela. Então, realmente não compreendemos a resistência da vida.

NORDESTE – Quais os parâmetros com outras vacinas?

Sérgio Rezende – Quero acrescentar o seguinte: ao contrário de algumas agências importantes no mundo, como por exemplo a Americana, ela tem uma forma de trabalhar razoavelmente aberta. Ela tem seus técnicos, cientistas, mas quando há a  análise para autorização de um medicamento, ou de uma vacina importante, eles fazem workshop, conferência de um dia com convidados, pessoas para fazer apresentação pró e contra e eles ouvem muito especialistas e a Diretoria da agência só toma decisão depois de uma discussão mais Ampla e a discussão é aberta e clara. A Anvisa não dizia claramente o que que estava faltando. A Anvisa não diz a sociedade ‘falta comprovação disso, falta evidência disso e daquilo e assim por diante’. Ela dizia simplesmente que a Gamaleya, o laboratório que desenvolveu, não deu as informações completas. E tem mais, a Anvisa quando anunciou que não tinha aprovado a importação emergencial da Sputnik, eles fizeram um show de algumas horas e eles mentiram porque disseram que tinham examinado doses de vacina e tinham encontrado impurezas e tinham encontrado um adenovírus replicante.

NORDESTE – Mas houve reações, inclusive do Comitê do Consórcio…

SSérgio Rezende – Nós, imediatamente, reagimos a isso. Eu mesmo dei declaração para alguns órgãos da Imprensa e dois dias depois o diretor técnico da Anvisa voltou à televisão para dizer ‘não na verdade nós não fizemos análise nem recebemos as doses para realizar nós chegamos a essa conclusão pelos documentos enviados pela Gamaleya”, o que é uma situação muito constrangedora para Anvisa, porque a Gamaleya apresentou vários documentos mostrando a forma com que eles fazem a purificação da vacina e mostrando que eles fazem testes de adenovírus e várias fases da produção e fazem isso repetidamente nas doses finais.

NORDESTE – Pode ter havido resistência sobre influência e força política ideológica bancado pelo governo Bolsonaro e atores externos?

Sérgio Rezende – Aí a minha resposta é pessoal eu não posso falar pelo Comitê Científico que nós temos. Como falei, cientistas da área de vacinas e que não querem, não podem, digamos assim, fazer especulação sobre a motivação na Anvisa, mas eu não como não especialista em vacina, como membro do comitê científico e declarei isso para vários órgãos de imprensa: para mim, a decisão da Anvisa foi baseado em razões políticas, mencionei anteriormente as contradições da Anvisa ao anunciar que não estava aprovando a vacina e eu estou convencido de que ela foi influenciada  pelo governo Bolsonaro. Tem diretores que claramente são muito ligados ideologicamente ao presidente da República e outras pessoas e também sobre influência  externa, porque a vacina Sputnik não foi até hoje aprovada pela agência de saúde dos Estados Unidos e também não foi aprovado pela agência européia. A agência européia está mais próxima de aprovar, porque alguns países europeus que estão usando as Sputnik estão pressionando para que ela chegue e um resultado final.

Reprodução: Revista NORDESTE

NORDESTE – Quais os efeitos na atualidade?

Sérgio Rezende – Para terminar, sobre esse ponto, eu queria dizer o seguinte: A Anvisa entre outras coisas fez uma confusão de dois processos diferentes. É porque no final do ano passado uma empresa Farmoquímica brasileira que é a União Química entrou com pedido na Anvisa de autorização para fabricar a Sputnik no Brasil e a Anvisa começou a fazer exigências. E então o Consórcio Nordeste entrou com um pedido de importação excepcional, a importação em todo lugar do mundo e até nas regras brasileiras ela não requer o mesmo rigor, muitas análises, de que por exemplo a autorização para fabricação no Brasil. A importação é feita em quantidades limitadas, não se pede uma autorização para importação excepcional, indefinidamente é para importar uma certa quantidade de vacinas e se isso é importação autorizada a vacina for comprada possa ser usada no país. Nós teremos um resultado da aplicação da vacina. A Anvisa misturou os dois processos e em todas as vezes que ela veio falar sobre a vacina, ela não separa as duas, então isso mostra a má vontade da Anvisa com a vacina.

NORDESTE -.O que será feito do Comitê Científico quando o efeito da Covid for desaquecendo?

Sérgio Rezende – O Comitê Científico de combate ao Coronavírus vai desaparecer, naturalmente. Todos nós que trabalhamos no comitê somos voluntários, não recebemos um centavo para fazer isso. Só fazemos por interesse em contribuir para o país e para o Nordeste nessa situação difícil e isso naturalmente exige tempo, exige dedicação, traz desgastes, tensões. Mas, como eu disse anteriormente, estamos razoavelmente confortados pelo resultado do nosso trabalho porque os estados do Nordeste tem menos óbitos por habitante do que o resto do Brasil. Aliás nós fizemos uma conta esses dias, a média de óbitos por habitantes no Brasil, chegou a 203 óbitos por cem mil habitantes diante do número de mais de 435 mil óbitos. O Maranhão tem uma média de 110 óbitos por 100 mil habitantes. Então, nós temos a pretensão de achar que o nosso trabalho foi importante para o Nordeste.

NORDESTE – Então o Comitê apresentou resultados…

Sérgio Rezende – Aconteceu uma coisa importante. O Consórcio Nordeste, hoje presidido pelo Governador Wellington Dias, concluiu que ter um comitê científico foi importante para os estados do Nordeste. Então, o que o Consórcio está fazendo: ele está criando câmaras setoriais, as câmaras setoriais são Integradas por representantes do governo, secretários, assessores, assim por diante . Já tem uma câmara setorial de saúde, integrada pelos secretários de saúde, presidida por um deles. Há uma câmara setorial de assistência social. Estão criando, uma câmara setorial de educação, uma de comunicações, uma de recursos hídricos, assim por diante, e cada Câmara setorial vai ter um comitê científico e nós estamos já conversando sobre a forma de fazer isso envolvendo as Universidades da região que já fizeram grande Consórcio com base do nosso trabalho envolvendo institutos de pesquisa, Instituto da Fiocruz, os institutos Estaduais de pesquisa . O que vai acontecer nos próximos meses é que vamos ter os estados do Nordeste se interagindo não só na saúde, mas interagindo nos vários setores que são importantes para o bem da nossa população.

NORDESTE – Por que os governos não investiram na Hemobrás em Pernambuco para produzir vacina?

Sérgio Rezende – Infelizmente o Brasil tem um problema com frequência que é a cultura de lideres por razões diversas  de não continuar a fazer o que fizeram os governos anteriores. Eles muda a ênfase, às vezes até interrompe projetos, para fazer novos projetos. Então, a Hemobrás, em Pernambuco, que foi criado no governo do presidente Lula, teve um bom apoio do governo da presidente Dilma. Já no governo Temer, quando assumiu o secretário de saúde do Paraná, ele propôs mudar a Hemobrás de Pernambuco para o Paraná,  tirar de Pernambuco, porque é comum muitas pessoas dos estados do sul do Sudeste achar que o Nordeste não tem capacidade para certos empreendimentos, o que é um engano completo, como nós sabemos. Infelizmente, a Hemobrás ficou restrita a processamento de plasma sanguíneo e não foi equipada com equipamentos, com Recursos Humanos para produzir vacina. Mas, esperamos que essa questão dessa epidemia da covid-19 ensine aos governos e que nós possamos a partir dela ter uma capacidade de produzir vacina no Brasil muito maior que temos até agora porque os vírus vão continuar aparecendo, as epidemias existem, e assim poderemos ter outras pandemias..Espero que os governos aprendam e invistam na capacitação da Indústria Farmacêutica.

NORDESTE -.O que os governos já construíram de perspectiva real de novas vacinas de outros países e institutos?

Sérgio Rezende – Vou trazer para o Brasil. Nós tivemos notícia nesses últimos tempos que o ministério da Ciência Tecnologia e inovação que está com recursos reduzidos. Imagine, o Governo está cortando recursos! Paciência! Mas, o governo na área econômica resolveu apoiar o ministério num programa de vacinas brasileiras. Fizemos contato com ministério e parece que tem entre 10 e 15 vacinas brasileiras sendo desenvolvidas, algumas estágio muito inicial outras em estágios mais avançados e nós convidamos o secretário de Ciência e Tecnologia do ministério, um cientista conceituado chamado Marcelo Morales, professor da universidade federal do Rio de Janeiro, a fazer uma exposição sobre as vacinas novas brasileiras para o nosso comitê científico recentemente.

NORDESTE – Com a CPI da Covid já é possível admitir que o governo Bolsonaro agiu efetivamente para impedir política de imunização e ao contrário apoiando medicamento significados como a cloroquina, quem vai pagar por isso?

Sérgio Rezende – Em pouco tempo de CPI já ficou evidente que o governo Bolsonaro contribuiu de várias formas para que nós tivéssemos hoje mais 470000 óbitos, mais de 15 milhões de pessoas infectadas por várias medidas.  Já falei anteriormente uma delas, o Presidente da República pessoalmente dando mau exemplo, fazendo campanha contra o confinamento. Como os governadores tomaram medidas para o confinamento em abril, o presidente da  República entrou com uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal para que o STF derrubasse essas medidas. Felizmente, o STF agiu pela constituição, decidiu baseado na constituição que diz que os governadores podem tomar medidas do tipo, que tomaram. E apesar disso ele continua fazendo campanha o tempo  contra o isolamento social depois ele passou a fazer campanha a favor de medicamentos ineficazes como a cloroquina e a ivermectina de maneira ostensiva, porque ele mesmo pegou a doença e ele mostrava nas rede sociais uma caixinha de hidroxicloroquina.

NORDESTE – Onde tudo vai parar?

Sérgio Rezende – Quem vai pagar por isso, é o que se pergunta. Nós vamos saber daqui algumas semanas já. Essa CPI vai terminar  vai concluir seus trabalhos e relatórios, vão ser apresentados ao Congresso inicialmente , mas também acredito que eles vão ser apresentados ao sistema judicial brasileiro. O que vai acontecer é o que aguardamos. Pessoalmente, torço para que isso leve a um processo de Impeachment contra esse presidente que pelas continhas que eu mostrei tem uma responsabilidade direta por mais de 200 mil mortes, por isso ele é chamado por muitas pessoas e eu faço coro com essa com esse rótulo, Presidente deve ser responsabilizado por esse Genocídio.



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