Política

Senado fará homenagem a Ronaldo Cunha Lima nesta segunda


18/03/2013



O Senado Federal promove às 18h30 de hoje uma sessão especial em homenagem à memória intelectual e à carreira política de Ronaldo Cunha Lima. Na oportunidade, será lançada mais uma edição do livro “Eu e Outras Poesias”, do escritor paraibano Augusto dos Anjos. A proposta de realização do evento foi apresentada pelo senador Cícero Lucena (PSDB-PB).

Essa edição da obra-prima de Augusto foi possível graças à iniciativa do senador Cássio Cunha Lima, que propôs a edição ao Conselho Editorial do Senado. A edição do livro, aliás, foi especialmente preparada pela Academia Paraibana de Letras.

A homenagem, na mesma data, ao Poeta Ronaldo e ao centenário do livro de Augusto não é por acaso. Ronaldo Cunha Lima era um grande admirador daquele poeta paraibano e ganhou prêmios respondendo de improviso – e em versos! – sobre a vida e a obra de Augusto dos Anjos através de programas televisivos tais como “O Céu é o Limite”, apresentado por Jota Silvestre na década de 70 (na extinta TV Tupi) e, depois, no final dos anos 80, no programa “Sem Limite” (na Rede Manchete), apresentado por Luiz Armando Queiroz.

Falecido em 7 de julho de 2012, aos 76 anos, o ex-senador Cunha Lima lutou contra um câncer no pulmão desde 2011. Além de senador, Ronaldo também foi escritor, poeta e governador da Paraíba entre 1991 e 1994.

UMA BORBOREMA DE SAUDADES
Dáblio Santowiski

Poetas de profundidade
Fingem morrer no tempo
Decodificando obras e versos em sentença
Ao eternizar as dores partilhadas

Quem ousa “ronaldear” a Borborema
Deixar nus versos íntimos de seu compadre
E ser cachoeira de palavras e encantos
Esbarrando-se na pedra “drummondiana”
Ao partir deixando rastros de eternidade

Faz tempo a poesia anda solitária
Nenhum bar de Campina soletra mais saudade
E assim na dor do infortúnio indesejado
O Ser de alma forte e apaixonada
Se reencontra no além depois do amor
Na tristeza da partida nunca superada

Nunca mais alguém cunhou a alegria
No tamanho certo do Poeta madrugador
Nem mesmo as crias, pós crias
Tanta gente se esforçando tanto
E assim o impossível vira fatalidade
Sem jamais alguém reproduzir a sua imensidão

Somente o vazio
A imagem mantida na memória
Serve de motor para manter a chama
De amor e saudades juntos
Até quando todos estiverem
No plano superior conquistado divinamente pelo Poeta



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