Economia

Selic sobe para 14,75 e bate recorde de alta em quase 20 anos


08/05/2025

(Foto: Reprodução)

Anna Barros/ Portal WSCOM



Após dois dias de reuniões, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu, nesta quarta-feira (7), aumentar a Selic em 0,5 ponto percentual. Assim, a taxa básica de juros da economia brasileira saltou de 14,25% para 14,75% ao ano, sendo essa a mais alta desde 2006.

Embora esse reajuste sendo menor do que os três anteriores – que subiram 1 ponto percentual por vez –, ainda alarma os especialistas devido ao impacto nas operações de crédito e financiamento.

Por que aumentou?
Segundo o comunicado do Copom, um dos motivos para o aumento da Selic é o cenário político e econômico externo, principalmente pelas últimas medidas dos Estados Unidos. Embora o tarifaço do presidente Donald Trump não tenha sido citado diretamente, a entidade fala sobre o ambiente externo adverso.

“​O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos. A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da magnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária”, diz um trecho.

Outro fator que impactou a medida foi a configuração do cenário interno.
“Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho ainda tem apresentado dinamismo, mas observa-se uma incipiente moderação no crescimento. Nas divulgações mais recentes, a inflação cheia e as medidas subjacentes mantiveram-se acima da meta para a inflação”, continua o comunicado.

Com a elevação da Selic, a tomada de empréstimos se torna mais cara e, consequentemente, o consumo é inibido. Assim, a inflação também é contida. No entanto, a manutenção da taxa em alta também desacelera a produção industrial e aumenta o desemprego.

Votação Unânime

Confira os diretores que votaram:

  • Gabriel Galípolo (Presidente do BC)
  • Nilton David (política monetária)
  • Ailton de Aquino Santos (fiscalização)
  • Izabela Correa (relacionamento institucional, cidadania e supervisão de conduta)
  • Diogo Abry Guillen (política econômica)
  • Gilneu Vivan (regulação)
  • Paulo Picchetti (assuntos internacionais e gestão de riscos corporativos)
  • Renato Dias de Brito Gomes (organização do sistema financeiro)
  • Rodrigo Alves Teixeira (administração)


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