Economia

Selic em alta: economista analisa os cuidados e as oportunidades que devem ser observadas neste cenário


08/05/2025

(Foto: Reprodução)

Anna Barros/ Portal WSCOM

A taxa Selic subiu de 14,25% para 14,75% ao ano, um aumento de 0,5 ponto percentual. O reajuste foi feito nesta quarta-feira (7) pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). Imposto o novo cenário econômico no país, o Portal WSCOM conversou com o economista João Bosco para compreender quais são os principais cuidados a serem tomados de agora em diante.

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, e a última vez que esteve tão alta foi em 2006, onde chegou ao mesmo percentual. Durante a entrevista, Bosco explicou que a alta da Selic representa uma desconfiança do Banco Central com relação à inflação e ao consumo da população.

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“As pessoas têm que entender, a população tem que entender que a taxa Selic alta sinaliza que as operações de crédito, ela tem um risco maior quando a Selic é alta. Quando a Selic está baixa, as operações de crédito, ela tem um risco menor”, disse.

“Então o Banco Central, quando aumenta a taxa Selic é o indicativo para o mercado de que quem for precisar de empréstimo agora vai ter que pagar um pouco mais caro. Isso freia o consumo e, freando o consumo, você segura a inflação. Então as pessoas têm que estar ciente de que numa fase dessa de Selic alta, ao precisar de crédito para produção ou crédito para consumo, as taxas de juros bancárias das instituições municipais estarão muito mais caras”, continuou.

O período de Selic alta prejudica, principalmente, as pessoas com menor poder aquisitivo e precisam de alguma forma de crédito bancário. “O grande empresário, seja ele enquanto pessoa ou a sua empresa, esse ele só entra em operações de crédito quando ele é para fazer expansão da empresa, então é mais difícil. Os grandes impactados são os menores, é a pessoa física para consumo, é o pequeno empresário para gerir o seu negócio, ele pode ser até mesmo um MEI que é o microempresário individual ou uma microempresa, esses que comumente já têm uma dificuldade de acesso aos bancos, então ele será mais ainda impactado”, explicou o economista.

O que evitar?

João Bosco também alertou sobre os principais cuidados que devem ser observados em períodos de Selic alta: o endividamento, por exemplo, deve ser evitado ao máximo.
“Aqueles que utilizam cartão de crédito, cheque especial e, comumente, empréstimos bancários, eles devem analisar se aquilo é extremamente necessário ou se ele pode adiar um pouco, para evitar que ele entre numa operação com taxas de juros altas, se endivide e não tenha condições de pagar”, pontuou.

Mas para quem não precisa recorrer ao crédito bancário, é necessário pesquisar as condições mais vantajosas possíveis.

É o momento de investir?

Para aqueles que não precisam de crédito, possuem dinheiro guardado e querem multiplicá-lo, esse pode ser um bom momento para aplicar o dinheiro. Segundo Bosco, isso se deve a oportunidade de negociar com os bancos para conseguir uma taxa de rentabilidade maior.

“A Selic alta significa dizer que os bancos vão emprestar caro, mas eles vão ter que pegar dinheiro de clientes que têm dinheiro para depositar e eles ofertarem, eles ofertarem operações de investimento com uma rentabilidade maior para fazer com que as pessoas deixem o dinheiro no banco, evite o consumo, poupe e invista mais”, detalhou.

Neste momento, investimentos com Tesouro Direto, CDB (Certificado de Depósito Bancário), LCI (Letra de Crédito Imobiliário), fundos de investimento, câmbio e ações podem ser lucrativos.



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