Saúde

Saúde investiga uso de colírios vencidos em cirurgias oftalmológicas que deixaram pacientes com suspeita de baixa visão na Paraíba

SES afirmou que está acolhendo todos os pacientes afetados, oferecendo suporte integral, incluindo reavaliações médicas.


20/05/2025

Da Redação / Portal WSCOM

A Secretaria de Saúde anunciou nesta terça-feira (20) que está apurando denúncias de possíveis irregularidades em cirurgias oftalmológicas realizadas no último dia 15, em Campina Grande. De 64 pacientes submetidos aos procedimentos cirúrgicos, nove apresentaram desconfortos persistentes durante o período de recuperação, com suspeita de baixa visão.

Segundo a SES, os procedimentos foram executados pela empresa Fundação Rubens Dutra Segundo, contratada pela SES, sendo os profissionais e o fornecimento de materiais utilizados durante as intervenções de responsabilidade exclusiva da empresa. Após análise dos materiais da empresa que estavam dentro do hospital, a SES identificou 30 frascos da medicação utilizada, dos quais seis estavam vencidos e abertos, com indícios de terem sido utilizados nos pacientes que apresentam sintomas graves.

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Diante dessas irregularidades, a SES instaurou processos administrativos, éticos e criminais para investigar as responsabilidades da empresa e apurar as condutas adotadas no caso. O contrato com a empresa foi suspenso na manhã de hoje, e a mesma responderá administrativamente e criminalmente pelos fatos apurados.

Enquanto a apuração está em curso, a SES afirmou que está acolhendo todos os pacientes afetados, oferecendo suporte integral, incluindo reavaliações médicas, acompanhamento contínuo e logística para tratamentos complementares em nossas unidades hospitalares e clínicas do estado.

CRM divulga nota

O Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB) afirmou que tem ‘acompanhado de perto o caso dos quatro pacientes que tiveram problemas oculares após cirurgias oftalmológicas no Hospital das Clínicas em Campina Grande’.

“A informação inicial foi trazida pela própria Secretaria de Estado da Saúde, que já relatou que abriu o processo administrativo interno e também encaminhou o caso à Comissão de Ética Médica.

Nenhum familiar ou paciente procurou o CRM-PB, até o momento. O Conselho aguarda alguma manifestação, mas se não houver denúncia, abrirá uma sindicância de ofício (provocada pelo próprio Conselho) e, a partir daí, vai verificar se há indícios de irregularidade no ato médico. Se houver, será aberto um processo ético profissional para apurar a responsabilidade de cada um. Importante ressaltar que o CRM-PB é um tribunal ético, que avalia a conduta do médico na questão ética. As questões civil, criminal e penal são avaliadas por outros órgãos.”



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