Futebol

Saudade, choro, indignação e legado: os 10 anos da morte de Serginho

fatalidade


27/10/2014



Um dos capítulos mais tristes da história do futebol brasileiro completa 10 anos nesta segunda-feira. Foi no dia 27 de outubro de 2004 que o zagueiro Serginho, do São Caetano, então com 30 anos, caiu no gramado do Morumbi após sofrer uma parada cardiorrespiratória durante o jogo contra o São Paulo. Ele morreu cerca de uma hora depois, já no Hospital São Luiz.

A tragédia chocou o país. Mas, tanto tempo depois, muitas incertezas, tristeza e mistérios ainda envolvem o caso, que teve seus desdobramentos na Justiça, mas nem tudo foi esclarecido, tampouco esquecido. O GloboEsporte.com falou com pessoas envolvidas na morte do jogador e, entre tantas incoerências, apenas uma coisa é absoluta: a saudade de um dos pilares daquele emergente Azulão.

SERGINHO SABIA?

– Nós levamos os atletas para avaliação no Incor (Instituto do Coração). No exame do teste ergométrico, o Serginho teve uma arritmia de grau leve, sem significado, e foi dito a ele que era uma alteração típica de coração de atleta. Fizemos outros exames e o Serginho jamais foi proibido de jogar. Por que eu levaria um jogador ser avaliado no Incor para não obedecer a orientação de lá? Categoricamente eu digo: nunca foi cogitado nada para ele parar. Nunca fomos avisados que ele teria de parar e ele jamais teve um problema que o impedisse.

A frase acima é de Paulo Forte, médico do São Caetano. Assim, ele tenta esclarecer duas das maiores dúvidas que envolvem a morte de Serginho: qual era a gravidade da doença do atleta? Ele sabia que corria risco de morrer ao continuar jogando futebol?

Os exames que detectaram a arritmia cardíaca foram feitos em fevereiro de 2004. Ele chegou a ser afastado dos treinos alguns dias para cuidar do problema e, após novas avaliações, foi constatado que tal problema não o impediria de seguir atuando. Essa é a versão do clube e também das pessoas mais próximas ao jogador, como os pais, a viúva e os ex-companheiros.

Paulo Forte tem outra versão para esse caso. E a defesa dele diz que um instituto de perícia avaliou o documento e comprovou que o que estava escrito lá não era o diagnóstico inicial.

– Isso está muito claro dentro de mim. Houve a morte, os médicos do Incor produziram um prontuário e o promotor viu nisso a chance de mostrar o trabalho dele. Não havia necessidade de nada disso, era só esperar o resultado da necrópsia. Eles não precisavam ter produzido provas contra mim. Uma linha de conduta sem a menor necessidade. Hoje eles reconhecem que o Serginho morreu de uma doença que não havia problema algum no início do ano. Estive com os médicos do Incor e eles reconheceram que a morte dele foi uma fatalidade – defendeu-se.

Segundo Forte, após o resultado da necrópsia ele foi procurado pela equipe médica do Incor, e juntos decidiram emitir uma nota classificando a morte como "fatalidade". A reportagem entrou em contato com Bocchi para ouvir a posição dele.

– Você está falando de qual jogador? Não me lembro, você disse que faz 10 anos… São tantos casos que passam pelas nossas mãos todos os dias aqui, assinamos tantos exames, que não tenho condições de falar sobre esse caso específico, não vou poder ajudar. Desculpe-me, mas não me lembro direito desse caso – falou, por telefone.

A viúva de Serginho, Helaine Cristina de Castro, garante até hoje que ele não sabia que tinha um problema grave no coração. A causa da morte, segundo o Serviço de Verificação de Óbitos, foi uma hipertrofia miocárdica (ou cardiomiopatia hipertrófica), desenvolvida após o último exame.

– Ele não sabia. Ele sabia da arritmia, que o médico falou para ele, mas que ele poderia seguir a vida normal. Só não poderia mais tomar Coca Cola e café, que eram coisas que ele adorava, mas nunca mais tomou. Ele não tinha consciência que poderia acontecer algo grave. E eu tenho certeza absoluta que se ele soubesse disso, não jogaria mais futebol. Em primeiro lugar estavam a família e o filho. Nunca duvidei disso e ele jamais correria esse risco – contou.

– O Serginho morreu de uma doença que não havia sido prevista nos exames. O exame que detecta isso é o ecocardiograma. E, segundo os médicos do Incor, esse exame estava totalmente normal – explicou Forte.

Nada disso convence Rogério Leão Zagallo, promotor do Ministério Público responsável pelo caso. Ele, que indiciou o presidente e o médico do São Caetano por homicídio doloso, afirma que o clube sabia, sim, que Serginho tinha um grave problema (veja mais detalhes abaixo).

O DIA DA TRAGÉDIA

– Estávamos assistindo ao jogo aqui no sofá, aí eu vi quando ele caiu e eu comecei a gritar: "O Serginho está morrendo, está morrendo". Meus filhos vieram e me disseram que ele só tinha se machucado, mas depois daquilo eu não vi mais nada. Assim eu passei aquilo e para mim ele estava morrendo mesmo, eu senti isso, que era grave. Ele olhou para cima, olhou para baixo e caiu. Isso é muito triste para uma mãe. Foi muito triste. A única coisa que ele me falou que chamou a atenção foi que ele me ligou e pediu para que eu orasse por ele: "Ora por mim, mãe, que eu não posso ser expulso e nem tomar um cartão nesse jogo com o São Paulo”. Isso nunca sai de dentro de mim. É muito ruim, muito difícil.

Anna Oliveira da Silva, de 77 anos, mãe de Serginho, descreve assim o que passou naquela noite. Ela assistia ao jogo na cidade de Serra, no Espírito Santo, onde vive até hoje. E pra quem viu a cena de perto, dentro do gramado do Morumbi, o sofrimento não foi diferente.

– Ele estava perto de mim, caído, eu corri pensando que o Grafite tinha dado uma cotovelada nele. Mas vi o olhos do Serginho fechados, fui abrir e vi as retinas viradas, ele bufando, respirando muito forte, fiquei muito preocupado e comecei a gritar. Estava todo mundo desesperado, não tinha ninguém na ambulância, demoraram a chegar. O Anderson Lima lembrou na hora do problema do coração dele. Já estavam fazendo massagem cardíaca, o Serginho deu um suspiro, e eu pensei "acho que ele voltou", mas depois apagou de novo, ficou amarelo. Todo mundo achava que tinha falecido já. No vestiário, recebemos a notícia que ele tinha melhorado. Aí eu, Lúcio Flávio e o Euller fomos ao hospital. Na esquina, recebemos a notícia do morte. Foi muito duro, o Serginho era uma pessoa maravilhosa – contou o ex-goleiro Silvio Luiz.

Serginho caiu aos 14 minutos do segundo tempo, dentro da área de defesa do Azulão. Os médicos dos dois times tentaram reanimá-lo com massagem cardíaca e respiração boca a boca. Os jogadores entraram em desespero, ainda mais depois de saberem que a ambulância que ficava ao lado do campo estava trancada. Ele chegou ao automóvel cerca de três minutos depois, no carro-maca, e ali recebeu o primeiro atendimento. Seguiu para o centro médico do Morumbi, onde até foi reanimado e enviado ao Hospital São Luiz, mas morreu às 22h45, após muitas tentativas de mantê-lo vivo.

– Ele caiu nos pés de um jogador (Grafite) e a ambulância demorou a vir. Se fosse agora, acho que ele seria salvo. Nós nunca passamos por algo daquela maneira que nós passamos – lembra Virgílio Oliveira da Silva, de 78 anos, pai do zagueiro.

O presidente do São Caetano presenciou a última tentativa de reanimar Serginho, já no São Luiz. E não esquece do que viu.

– Era uma sala pequena com muita aparelhagem, os cardiologistas, ele em uma maca e estavam tentando reanimar. Ele voltou algumas vezes, reanimava e apagava depois. Até que não voltou mais. Eu estava lá dentro, vi ele morrendo. Foi muito chocante – lembra Nairo Ferreira.

O dirigente, naquele momento, pegou o par de chuteiras usado por Serginho. Hoje, eles estão expostos em um quadro, dentro da sala de troféus do São Caetano, na sede social do clube, acima de duas fotos do atleta. Em meio às taças e pôsteres da história do clube, ele é o único com uma homenagem exclusiva no local.

– Deve ter até grama do Morumbi ainda aí dentro. Lembro que ele estava com a roupa toda rasgada, peguei as chuteiras e coloquei aqui para homenageá-lo – contou Nairo, que em determinado momento quase chorou ao falar sobre o ídolo da torcida do Azulão.

– O que me marcou mais foi quando perdi as esperanças. Isso foi difícil, quando o médico disse que não tinha mais jeito. Me arrebentou – lembrou Paulo Forte, chorando.
 

A morte de Serginho teve desdobramentos judiciais. O promotor do Ministério Público Rogério Leão Zagallo indiciou o presidente e o médico do São Caetano por homicídio doloso – no caso, dolo eventual, por considerar que eles assumiram o risco de o jogador morrer ao não afastá-lo.

Até hoje, Zagallo sustenta a opinião de que a dupla tinha conhecimento da gravidade do problema de Serginho e que isso o levaria à morte, mas omitiram do zagueiro.

– Seríssimos problemas cardíacos foram detectados em vários exames, como o cateterismo. Ele não poderia fazer nenhum esforço, dar nenhuma corrida. O coração era muito vulnerável. Era um caso gravíssimo e o São Caetano sabia disso desde o início. A morte era prevista. Se eles tivessem feito o que o Incor recomendou, ele não teria morrido daquela forma. Ele foi orientado pelo pessoal do São Caetano de que aquilo lá não tinha sentido, de que ele não morreria – disse.

– A morte foi criminosa, não há dúvida. Eles mataram o jogador. Assumiram o risco. Não tenho dúvida nenhuma que eles mataram o jogador, pensaram na ganância e no clube e esqueceram de um ser humano que precisava de um tratamento. Ele ouviu do Incor que não poderia jogar. Há provas no Incor que ele e o São Caetano foram avisados. Criaram na cabeça dele que ele não corria nenhum risco. Ele tinha um problema seríssimo e a solução foi negligenciada – falou.

Antes de morrer, Serginho estava sendo sondado por times da Europa e do Brasil. Familiares dele confirmam que essas propostas existiam. Para o promotor, o São Caetano se preocupou em lucrar com uma possível transferência e, por isso, não o afastou. A diretoria nega que houvesse oferta pelo zagueiro, que ainda tinha pouco mais de um ano de vínculo e diz que, se fosse vendido, teria de passar por exames na nova equipe, os quais constatariam a suposta doença.

A denúncia foi desqualificada pelo Superior Tribunal Federal para homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e Nairo e Paulo Forte foram absolvidos. O caso já foi arquivado e não há mais nenhum tipo de processo rolando. Judicialmente, ninguém pagou pela morte de Serginho.

Já na parte esportiva, o STJD tirou 24 pontos do Azulão no Brasileirão de 2004. Mesmo assim o time se livrou do rebaixamento. O presidente foi suspenso da função por 720 dias, mas conseguiu baixá-la para apenas um ano – impedido de exercer o cargo, ele diz que pagava ingresso e ia aos jogos normalmente. Já Forte recebeu gancho de quatro anos, reduzido para dois na sequência. Hoje ele segue trabalhando no clube e também é médico das categorias de base da seleção brasileira.

– Ele é promotor, tinha de usar o papel dele, mas foi muito infeliz nas declarações. Aquilo foi muito chocante e desgastante para mim. Bateram muito em mim dizendo que eu era culpado. Mas a justiça divina provou o que aconteceu. Tenho minha consciência tranquila, fui em todas as audiências e nunca tentei fazer um acordo. Não tem um culpado. Não posso falar do Incor. Eles podem ter omitido informação, mas não posso provar. Não existe um culpado, foi uma fatalidade que estava determinada. Mas nós nunca fomos avisados que ele não poderia jogar mais – defendeu-se Nairo Ferreira.

– Foi um absurdo o que fizeram. Uma vergonha. Pegaram documentos falsos, prontuários falsos, juntaram tudo e deram na mão de um promotor irresponsável, que não foi atrás de nada, e veio me acusar querendo se promover. O que fizeram comigo foi uma vergonha, eu trabalho há mais de 20 anos, sou um médico de respeito, e jamais deixaria de cuidar da saúde dos atletas. Não tenho mágoas, mas fui acusado sem ter provas – disse Forte.

FORTE: FIM DO SILÊNCIO

Foram dez anos calado, carregando o fardo de ter sido colocado por muitos como o responsável pela morte de Serginho. Mas com a consciência completamente tranquila, mesmo com tudo o que teve de passar nesse período, como acusações, denúncias, julgamentos… Até ver sua filha, Marina, chegar em casa chorando após o caso ser usado na faculdade de medicina na aula de erros médicos. Assim, quieto e reservado, Paulo Forte viveu nos últimos tempos. Mas ele quebrou o silêncio sobre o assunto e falou o que passou desde aquele 27 de outubro de 2004.

Emocionado, o médico teve de parar a entrevista em vários momentos por conta do choro. Não se conteve ao relembrar tudo o que viveu desde que passou a ser visto como vilão. Entretanto, mesmo nos momentos mais difíceis, jamais perdeu a esperança de que seria absolvido.

– Com certeza eu fui injustiçado. Eu fiquei com as mãos atadas aguardando o desenrolar das coisas. Trabalhei o tempo todo para me defender. Eu tenho inúmeros documentos que provam que sou inocente. O que me deu tranquilidade foi o apoio dos meus filhos e o reconhecimento da pessoa mais interessada, que era a esposa do Serginho. O respeito que ela tem por mim é o maior reconhecimento que eu poderia ter. Sofri injustamente, em todas as esferas que me julgaram. Me sinto aliviado, estou muito bem comigo, mas foi muito difícil todo esse tempo. Tenho a consciência tranquila que fiz o melhor para o Serginho e para todos que eu trabalho – declarou, mais uma vez sem conseguir segurar o choro.

Paulo Forte considera a morte de Serginho como o dia mais difícil de sua carreira. Mas ele passou e, com a inocência provada, também vieram momentos de satisfação e reconhecimento. O principal deles: a convocação para trabalhar como médico das categorias de base da Seleção.

– No meu íntimo é um reconhecimento de tudo que passei. Eu fui porque trabalho. Mas Deus deu isso para mim em reconhecimento por tudo que passei. Dou a minha vida para deixar o jogador bem para a profissão dele. Sempre fiz o meu melhor e isso me deixa tranquilo – disse.

Uma década depois do fatídico dia, o médico resume a história dele como superação.

– É uma história de superação, sem dúvida, por ter a força para conseguir passar pelo que eu passei. Foram 10 anos juntando provas para me defender. E o que eu mais queria era poder ver o Serginho aqui, trabalhando com a gente – completou.

FAMÍLIA

A morte de Serginho não apenas chocou o país, como também causou um distanciamento em parte da família. De um lado, morando em São Paulo, a esposa Helaine e o filho Paulo Sérgio, conhecido como Paulão, de 14 anos. Do outro, no Espírito Santo, os pais, Virgílio e Anna, casados há 58 anos e pais de mais 10 filhos. Após o adeus do jogador, as vidas deles seguiram caminhos distintos e cada vez mais distantes. Tanto que os avós só viram o neto mais uma vez.

Eles tiveram alguns atritos no passado. Primeiro porque a viúva não quis enterrá-lo em Serra, no Espírito Santo, e o fez em Coronel Fabriciano, em Minas Gerais. Depois, também houve problemas por questões financeiras.

Os pais não receberam qualquer dinheiro após o óbito. Por outro lado, Helaine conseguiu ganhar dois seguros de vida e luta na justiça para obter o valor do terceiro, que alega que a apólice só foi contratada após o problema no coração ter sido descoberto. A causa já está praticamente definida a favor dela, que também fez um acordo com o São Caetano e o clube pagou todos os vencimentos dos 13 meses restantes de contrato que Serginho ainda tinha.

A viúva se casou novamente, já se separou, e perdeu boa parte do dinheiro em alguns investimentos feitos em São Caetano. Hoje trabalha em uma empresa de telemarketing. Passou por alguns problemas financeiros, mas se diz recuperada. Os pais vivem em uma casa simples, de dois andares, no bairro de Laranjeiras, em Serra, com vários outros membros da família. E com a lembrança do filho ainda bem viva.

– Tem sido muito triste. Chegou um tempo que a gente só lembrava dele e chorava. Vinham pessoas aqui e era só choro e saudade. Ele era um menino muito bom, era uma pessoa muito legal para nós, batia papo. Foi duro o que nós passamos. A gente sente muito e não esquece nunca. Sempre lembra da figura, daquela pessoa. Parece que está aqui, sempre junto, mas a gente é obrigado a se conformar – lamentou Virgílio.

Helaine, emocionada, também falou sobre a dor que ainda sente pela perda do marido. Sem conseguir segurar o choro, ela não encontra um culpado pela morte e exime o São Caetano e Paulo Forte, com quem ainda tem contato, de qualquer tipo de responsabilidade. O futebol virou programa raro na televisão da casa.

– A dor passa, aquela dor absurda, mas a saudade nunca passa. Ainda sonho com ele, era meu porto seguro. Quando eu falo sobre isso ainda dói muito. Acho que era mesmo o fim do tempo dele conosco, não tem culpado. Foi uma fatalidade. O Serginho era um pai, um marido e uma pessoa sensacional. Dói quando meu filho traz algo muito bom, porque eu queria dividir com ele, é muito complicado – contou.

Hoje, a grande paixão dela é o filho do casal, Paulo Sérgio, o "Paulão". O garoto leva uma vida normal, mas também não gosta de futebol e não assiste jogos. Prefere o judô. Só viu as cenas da morte do pai há cerca de dois anos, por curiosidade, e disse que não quer mais vê-las. No começo, sofreu muito e esperava pelo retorno de Serginho. "Já ficou muito tempo no céu, já pode voltar", ele dizia. Agora, é o responsável por ser o principal pedaço que o jogador deixou na terra.

– Serginho é muito forte na vida do Paulo, tem um jeito muito parecido, o jeito de ser e falar, algumas expressões, o Paulão tem muito dele. Mato um pouquinho da saudade. Eu falo muitas vezes que ele falou igualzinho ao pai dele, é muito gostoso. Eles eram muito apegados. O Paulão está saudável e feliz. Somos muito apegados, de uma forma absurda – completou.

LEGADO

Se ficou algo bom da morte de Serginho foi o legado que o caso deixou para a medicina esportiva no Brasil. Após a tragédia, o cuidado com o estado físico dos atletas, os exames de prevenção e as medidas para evitar e controlar esse tipo de problema se tornaram maiores.

– Infelizmente teve a morte dele, mas isso mudou muita coisa. Hoje dentro de todos os estádios há duas ambulâncias equipadas para atendimento grave, temos os desfibriladores para atendimento com os médicos de cada time, em jogos e treinos. Os clubes tinham dificuldades em fazer exame, outros nem faziam, hoje se juntam para fazer. Também criou-se um protocolo da Fifa com exames básicos. No São Caetano quero fazer exames cardiológicos duas ou três vezes por ano para evitar esse tipo de patologia que teve o Serginho – disse Paulo Forte.

Além dos exames mais minuciosos e frequentes, também não é permitido começar jogo, em qualquer categoria, sem uma ambulância e um médico à disposição no estádio. A viúva de Serginho vê isso como um consolo pela perda do marido.

– Eu já vi casos de pessoas que nem estavam no futebol e depois do que aconteceu com ele resolveram mudar de vida. Isso consola. É duro aceitar isso, mas poderia ser a missão dele. Acho que era a missão dele aqui na Terra, ele teve o tempo dele e acredito que hoje está muito bem – encerrou, emocionada.

 



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