Paraíba

Sargento da PM morto é sepultado e companheiro desabafa: “nos falta o básico”

Morto em Serviço


03/01/2016

A pedido da família, o corpo do Sargento Sandro, que morreu após ser atingido por disparo de bandidos e não resistir aos ferimentos, é sepultado na cidade de Bayeux, próximo à casa de parentes, com honrarias militares de quem morreu a serviço da corporação.

O sargento servia o 5º Batalhão há 23 anos e faleceu na madrugada deste domingo (3) após sofrer parada cardiorrespiratória no Hospital de Trauma de João Pessoa. Dois meliantes foram presos e responsabilizados pelo crime, ainda neste domingo.

O 1º sargento do 5º Batalhão de Polícia Militar da Paraíba, Astronado Pereira, divulgou na tarde deste domingo um texto de desabado após a morte do seu companheiro, Sargento Sandro.

Em seu relato, O sargento Pereira questiona de quem é a culpa da morte do policial e denuncia carências da Polícia Militar do estado. “Para começar este diálogo queremos saber porquê o sargento Sandro estava acompanhado apenas de seu policial motorista, ou seja, praticamente só”.

“Já começaríamos tentando responder sem querer colocar a culpa em alguém especificamente. Mas precisamos lembrar que uma guarnição policial de rádio patrulha ou qualquer outra atividade de polícia requer número superior de força, recursos expressivos, apoio, procedimentos e estratégias. Sandro estava acompanhado apenas de seu motorista policial”, diz o sargento Pereira.

O sargento ainda faz denúncia sobre equipamentos do dia-a-dia da corporação. “Falta até mesmo as questões mais básicas, tais como: Lanterna policial; visores noturno; cães farejadores; GPS; viaturas policial preparadas para a atividade de polícia e em condições de um bom desempenho; binóculos; computador abordo”.

“O que salva policiais na rua é procedimento! Este é um tema que deve ser discutido com toda força policial e de Segurança. Portanto, a culpa de todas as mortes de policiais na Paraíba e no Brasil é, sem dúvida, da falta de uma política séria de Segurança Pública e Defesa Social”, continua

Em sua análise, o sargento ainda pontifica a falta de policiais com “perfil profissiográfico”, e conclama uma revolução metodológica e pedagógica na formação policial. “Falta inclusive policiais. Há um descalabro ilógico e desmedido na ausência de uma renovação e aumento do efetivo policial. “

Por fim, ele culpabiliza o Estado pelo acontecimento trágico não só com policiais, mas qualquer vítima da sociedade. “É preciso que a sociedade entenda que a violência social é culpa do Estado. A morte de policiais em serviço é culpa do Estado. A morte de trabalhadores é culpa do Estado. Roubos e violência é culpa do Estado. Delitos é culpa do Estado. Ineficiência da Polícia é culpa do Estado. Desordem e contravenções social é culpa do Estado.
 



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
// //