O empresário Ruan Ferreira de Oliveira, mais conhecido como ‘Ruan Macário’, será julgado nesta sexta-feira (24) pelo crime de atropelar e matar o motoboy Kelton Marques em uma das principais avenidas de João Pessoa, no ano de 2021. O júri popular acontecerá no Fórum Criminal de João Pessoa, mais de dois anos após o acidente fatal que ocorreu no bairro Manaíra, na capital paraibana.

O caso chocou a cidade e gerou vários protestos de familiares e colegas da vítima, que cobravam justiça. Kelton Marques de Sousa, de 33 anos, trabalhava em um restaurante que atendia nas madrugadas e na hora do acidente já tinha terminado as entregas do dia e voltava para casa. Ele deixou uma esposa e duas filhas.

Segundo as investigações, Ruan Macário dirigia um carro em alta velocidade, sob efeito de álcool e drogas, e avançou o sinal vermelho em um dos cruzamentos da Avenida Flávio Ribeiro Coutinho, em Manaíra, na madrugada do dia 11 de setembro de 2021. Ele colidiu com a moto de Kelton, que seguia em velocidade normal pela Avenida Miriam Barreto Rabêlo. Kelton foi arremessado a alguns metros e teve morte instantânea.

Imagens gravadas de dentro do carro de Ruan Macário mostram que o automóvel trafegava a 163 km/h e ultrapassou o sinal vermelho no Retão de Manaíra. A gravação foi obtida pela família da vítima junto à polícia e cedida à imprensa. Após o acidente, o carro de Ruan Macário se chocou com o muro de um condomínio e ficou parcialmente danificado. Câmeras de segurança da região registraram o motorista fugindo a pé, aparentemente sem ferimentos. Latas de cerveja vazias e maconha foram encontradas dentro do automóvel.

Ruan Macário ficou foragido por mais de dez meses, até ser preso na cidade de Catolé do Rocha, no Sertão, em julho de 2022. Ele será julgado por homicídio qualificado com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. A defesa de Ruan Macário tentou adiar o julgamento pela segunda vez, alegando problemas de saúde por parte do acusado, mas o pedido foi negado pela Justiça. O acusado será julgado através de vídeochamada, por questão de segurança e distância.