Nordeste

Revista NORDESTE: Governadora Fátima Bezerra fala sobre investimentos e efeitos do petróleo da Margem Equatorial no RN


06/11/2023

Governadora Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte (Reprodução Revista NORDESTE)

 

A Revista NORDESTE traz abordagem com entrevista da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, sobre os investimentos,  viagem à Espanha com novas prospecções, e energia limpa, além do caso do petróleo.

 

Leia aqui ou abaixo:

 

Por Walter Santos

 

 

 

A cena administrativo – financeira do Governo do Rio Grande do Norte está em vias de conviver com nova fase de alto impacto nas contas governamentais diante das iniciativas tomadas pela governadora Fátima Bezerra na Espanha e, em especial, com a implementação da Margem Equatorial a partir da Bacia Potiguar de forma pioneira.

Eis a síntese da entrevista exclusiva da chefe do executivo do RN explicando detalhes da conjuntura estadual. Leiamos:

 

 

Revista NORDESTE – A Sra acaba de chegar de uma agenda internacional tratando com a Espanha de alternativa energética. Qual o saldo concreto desses entendimentos?

Fátima Bezerra – Foi uma agenda extremamente positiva para o Rio Grande do Norte. Tivemos a oportunidade de apresentar para representantes de empresas do Continente Europeu que investem em infraestrutura portuária o projeto de construção do nosso Porto-Indústria Verde, um equipamento para dar suporte à geração de energia eólica onshore e offshore, mineração, petróleo e gás, fruticultura, sal e pesca. E, o mais importante: viabilizar a produção de hidrogênio verde e seus derivados.

 

NORDESTE – Então as articulações têm correspondido?

Fátima Bezerra – A visita à Espanha foi o desdobramento das últimas ações que adotamos no Rio Grande do Norte nesse sentido. É bom dizer que, nos últimos anos, nosso Governo firmou 10 acordos de cooperação e memorandos de entendimento com empresas do setor energético de diversas partes do mundo com objetivo de desenvolver novas fontes de energias renováveis, entre elas a energia eólica offshore, o hidrogênio verde, e-metanol e power to X.

 

NORDESTE – Que pauta diferenciada também foi apresentada ?

Fátima Bezerra – Em Madri também tivemos a oportunidade de apresentar para investidores, produtores e importadores de várias partes do mundo, o potencial do RN para a fruticultura. As frutas têm um peso considerável em nossa pauta de exportações.

 

NORDESTE – O fato é que a senhora chega diante de uma notícia extraordinária para o estado do Rio Grande do Norte, que é a autorização do IBAMA para iniciar a partir de seu estado o projeto Margem Equatorial a exploração e petróleo e gás na base marítima. Como a Sra acompanha as tratativas e qual sua opinião?

Fátima Bezerra – A substituição dos combustíveis fósseis por fontes limpas vai levar um tempo. Ainda vamos precisar do petróleo. Nesse cenário, a retomada do projeto de prospecção e futura exploração na margem equatorial pela Petrobras é uma notícia extraordinária. Isso vai significar umnovo ciclo de desenvolvimento econômico no Rio Grande do Norte.  Teremos a oportunidade de recuperar aquilo que perdemos com a saída da Petrobras do RN.

 

NORDESTE – Objetivamente, o que essas prospecções indicam e significam para o futuro socioeconômico potiguar e, de agora em diante, como tratar os investimentos da Petrobras com perspectiva social?

Fátima Bezerra – Todos sabemos o prejuízo que foi para os municípios, para o Estado e para o cidadão comum, a venda dos ativos da Petrobras. Dada a capilaridade que tem a cadeia produtiva do petróleo e do gás, a volta da Petrobras será um marco para a economia potiguar. Teremos aquilo que a população mais almeja, que é o emprego. Teremos incremento das receitas estadual e municipais através do pagamento de royalties.

 

NORDESTE – Algumas bacias foram fechadas nos últimos tempos. Tem perspectiva de reabertura?

Fátima Bezerra – A defesa de uma empresa estatal de petróleo forte, inclusiva, levando em conta os interesses do País, sempre fez parte de nossas preocupações desde os tempos de atuação parlamentar, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, na Câmara dos Deputados, no Senado. Reagimos, por exemplo, quando o Senado aprovou em 2015 o projeto entreguista que revogava a participação obrigatória da Petrobras na exploração do petróleo da camada pré-sal. Imagine, só! Um retrocesso sem tamanho. A reconstrução da Petrobras no Rio Grande do Norte está começando e esperamos que seja plena, com responsabilidade social e ambiental.

 

NORDESTE – por fim, como a Sra encara o debate de setores ecologistas contra a exploração do petróleo pela matriz fóssil? Como compatibilizar?

Fátima Bezerra – Como disse antes, a descarbonização da economia vai levar algum tempo ainda, talvez décadas. E vamos precisar do petróleo. Mas no Rio Grande do Norte, já iniciamos a transição energética. Hoje, 98% da energia que produzimos vêm de fontes renováveis. Levando em conta a potência instalada e os projetos já contratados teremos, até 2026, uma matriz elétrica formada por 54% de energia eólica, 44% fotovoltaica e os 2% restantes de outras fontes, como biomassa. No ano passado, os investimentos em energias renováveis somaram R$ 31,2 bilhões, dos quais R$ 21,8 bi em projetos de energia solar.

 

NORDESTE – qual a conjuntura estrutural para distribuição e/ou transmissão no estado  ?

Fátima Bezerra – Nossa luta agora, e eu já estive várias vezes no Ministério das Minas e Energia tratando do assunto, é a construção das linhas de transmissão para levar a energia produzidas nos parques eólicos e usinas fotovoltaicas ao sistema nacional. A consolidação da produção de hidrogênio verde, o chamado combustível do futuro, passa pelo porto. Essa é uma luta não só do governo, mas de toda a sociedade potiguar.



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