Paraíba

Reunião define cinco estratégias para enfrentar a crise hídrica em Campina

Crise hídrica


15/05/2015



A atual crise hídrica que assola Campina Grande foi motivo de uma reunião envolvendo representantes de diversas entidades e instituições no salão nobre do Palácio do Bispo, nesta sexta-feira (15), sob o comando do prefeito Romero Rodrigues (PSDB), que tomou a iniciativa para ouvir sugestões da sociedade civil organizada sobre o que fazer para enfrentar o problema.

Durante o encontro ele destacou o que governo municipal já tem desenvolvido frente à preocupante questão, pois a cidade corre o risco de ficar praticamente sem abastecimento d’água até o final do ano. Isto porque o açude de Boqueirão, responsável pelo abastecimento local e de outras cidades, conta apenas com 79 milhões de metros cúbicos d’água.

Além do prefeito, a reunião contou com a participação do vice-prefeito, Ronaldo Cunha Lima Filho; presidente da Câmara Municipal, Pimentel Filho; deputados estaduais Tovar Correia Lima e Bruno Cunha Lima; deputado federal Pedro Cunha Lima; secretários municipais; sindicalistas; gerente regional da Cagepa; representantes de outras instituições ou órgãos, como Aesa, Apan, universidades, Ministério Público do Estado da Paraíba, CDL, Associação Comercial e lideranças comunitárias.

Ao fazer um balanço da reunião, Romero Rodrigues destacou que ela foi muito proveitosa, tendo havido o acatamento dos presentes quanto a cinco estratégias ou sugestões apresentadas pelo professor Janiro Costa do Rego, do Departamento de Engenharia Civil, da UFCG. Segundo o professor, diante da gravidade do problema, é preciso evitar e suspender a retirada direta de água do Açude de Boqueirão para qualquer uso, que não seja o consumo humano; diminuição drástica da perda de água nos sistemas de distribuição; convocar a população, comércio e indústria para o uso consciente da água, evitar o desperdício e reduzir o consumo na crise; busca imediata de fontes alternativas de abastecimento local e ampliação do racionamento.

Todas estas ações serão acompanhadas por um grupo que vai se incorporar a uma comissão já criada no âmbito do Ministério Público Estadual. “Assim, quem deseja participar das ações desenvolvidas pelo MP paraibano já pode fazê-lo, independente da criação de alguma nova comissão, pois o momento é de união de todos os segmentos sociais com o propósito de encontrar saídas urgentes para o problema de desabastecimento em nossa região”, disse.

Na visão do prefeito, o problema foi gerado devido a falta de gestão quanto à coleta e distribuição de água, mas também em relação a falta de uso racional da água na bacia hidrográfica do Açude Epitácio Pessoa, onde ainda existe um intenso processo de irrigação por meio de técnicas de inundação e não de cotejamento, que é mais ameno e racional.

“A própria Cagepa revelou, na reunião, um dado estarrecedor, caso não chova: só teremos água, sem fazer uso do volume morto, até o dia 8 de dezembro, por sinal dia da padroeira da nossa cidade. As previsões são negativas e o momento exige uma operação de guerra de toda a população de Campina Grande, devendo frisar, contudo, que a responsável por esta gestão do sistema de abastecimento d’água é a Cagepa. Tal sistema, infelizmente, é caracterizado pela perda de 43% da água destinada a Campina Grande”, lamentou.

Romero Rodrigues informou que, emergencialmente, para enfrentar este problema a PMCG tomou a iniciativa de “estender as suas mãos” em direção a todos os segmentos da sociedade organizada buscando encontrar saídas para o problema. Contudo, mencionou que, entre muitas outras iniciativas, já durante o Maior São João do Mundo, a PMCG não fará uso do atual sistema de água, mas de carros-pipas e até de poços artesianos para a limpeza das baterias de banheiros e outros serviços no Parque do Povo.

Haverá, ainda, licitação para a compra de perfuratriz com capacidade para 120 metros de profundidade destinada à perfuração de até três poços artesianos diários, com recursos próprios; construção de mais cisternas; limpeza e recuperação de barreiros; realização de campanhas educativas em escolas; coleta de água de precipitação; construção de barragens subterrâneas.

O prefeito também se comprometeu em continuar a luta pela transposição das águas do Rio São Francisco. Para tanto, está tentando agendar audiências junto a ANA e outros órgãos federais, já a partir da próxima semana, em Brasília.

Por outro lado, a PMCG, através da Coordenadoria de Comunicação Social, está articulando ampla campanha educativa e de conscientização da população sobre o uso racional da água. Esta iniciativa será feita por meio de folders, cartazes, mensagens em veículos de comunicação, contando, para tanto, com o apoio de importantes e representativas instituições da sociedade organizada campinense.



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