Saúde

Remédios homeopáticos não tratam sintomas particulares, mas a pessoa como um tod

Integral


27/08/2014



 Pesquisando quantos medicamentos homeopáticos existem, verifiquei que são cerca de 2 mil. Puxa! Quantos, não é? Então isso nos leva a pergunta: como o homeopata escolhe qual medicamento usar para cada paciente e por que ele receita o mesmo medicamento para pessoas e doenças diferentes?

Tudo começa com uma consulta. O paciente normalmente vem preparado, pois já contaram para ele que a consulta demora muito. Faz parte da consulta que o paciente relate os seguintes pontos:

Neste momento começam as diferenças entre as consultas. Detalhes são essenciais: como a pessoa adoece é característica de cada um e os diferencia. Vamos supor que a queixa seja crise de bronquite. Perguntamos sobre o horário de agravação, época do ano, posição que assume durante a crise, como melhora, como piora, se sente medo, chama alguém. No caso da criança: questionamos se ela quer colo, se pede para ir até a janela respirar, se não quer que a toquem e quais são os sintomas que acompanham a crise?

Levamos em conta sintomas físicos, psíquicos, sensações, desde quando a doença se manifesta. Vocês já ouviram alguém comentar: "desde aquela doença nunca mais fui o mesmo…"? Esse relato para o homeopata é a causalidade, ou seja, o ponto de partida da doença.

A homeopatia está calcada em quatro pilares:

1) Experimentação – Todo remédio homeopático é obtido após experimentação;
2) Lei da Semelhança – Procuramos, dentro da experimentação, o remédio mais semelhante à sua doença;
3) Remédio Único – O ideal é um remédio único para tratamento. Mas, tendo em vista a complexidade dos medicamentos e das pessoas, nem sempre é possível;
4) Doses Mínimas – Hahnemann, pai da homeopatia, considerava o paciente ?fragilizado? pela doença e, portanto, deveria ser medicado com muito cuidado. Por isso as doses mínimas.

Ao final da consulta, após muita conversa, faço e entrego uma receita com o medicamento que considerei mais adequado ao caso.

Paciente me pergunta o que faz o medicamento? O que esperar? O medicamento homeopático não é pontual, ele não é usado para uma doença, mas sim para uma "situação". Nunca adoecemos um órgão de cada vez, adoecemos como um todo. O que mostramos como "sintoma" é a ponta de nosso Iceberg, por baixo tem muito mais.

Hahnemann desiludido com a medicina de sua época (sangrias, ventosas, purgativos) foi trabalhar como tradutor. Ao traduzir a obra "As leituras da Matéria Médica de Cullen", ele leu a descrição dos efeitos do uso da China officinalis ou Casca do Peru (planta usada pelos indígenas para tratamento do paludismo ou malária). Percebeu que a descrição da toxicologia da China off. é muito semelhante à doença Malária e que, se um indivíduo saudável tomasse a China, desenvolveria um quadro de intoxicação acidental semelhante à doença Malária. Isto dá origem ao primeiro dos pilares: Lei da Semelhança.

Da mesma forma foram obtidos os outros medicamentos, pela observação nas intoxicações acidentais, picadas de animais e venenos.

Como exemplo de intoxicação por plantas, vamos usar a Belladonna. A ingestão acidental da planta principalmente pelas crianças pode provocar:

A intensidade dos sintomas produzidos pela intoxicação depende de sensibilidade individual. Por esta descrição, ela é usada pelas mães para estados febris das crianças.

Cada remédio homeopático tem suas próprias características e sintomas para os quais são mais eficazes. Então, não é possível dizer qual a indicação para cada medicamento. Para obter essa indicação, usamos os sintomas e queixas do paciente e as descrições dos medicamentos.

Dois alertas:

Não tente se automedicar, principalmente com homeopatia, pois poderá ter um efeito indesejado
O dito popular de que o medicamento homeopático se não fizer bem mal também não faz não é real, por isso fale sempre com seu médico.



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