Economia
Relatório da FVG aponta consequências do conflito Israel-Irã e Tarifaço de Trump para a economia brasileira
Estudo da Fundação Getúlio Vargas alerta para os efeitos negativos de tensões geopolíticas e tarifárias no comércio exterior e no superávit brasileiro.
17/06/2025

(Foto: Reprodução)
Anna Barros
A economia brasileira além de driblar os percalços internos, assim como a outras nações, também sofre consequências de conflitos externos, como é o caso do cenário atual entre Israel e Irã. Somado a isso, as incertezas causadas pelo tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também deixam o país em alerta.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) divulgou, nesta terça-feira (17), o relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) que analisa e alerta sobre esses cenários.
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O relatório destacou que o acordo formalizado entre os EUA e a China, na última terça-feira (10), é um sinal de Washington que as tarifas do país são utilizadas como “instrumento de barganha para alcançar outros objetivos”. Com isso, as incertezas sobre a política tarifária dos EUA não deixam de trazer incertezas para o comércio mundial associados ao país.
“No caso do Brasil em relação ao tarifaço de Trump, um cenário não desejável é a manutenção da tarifa de 10% sobre as importações brasileiras e de 50% sobre produtos da siderurgia e de alumínio. Nesse último caso, uma reversão irá depender não só de negociações que o Brasil possa fazer, mas também pressões da indústria americana que usa produtos siderúrgicos fabricados no Brasil e com oferta insuficiente no mercado dos Estados Unidos. O pior cenário seria se Trump resolver usar as tarifas para obter vantagens em outras áreas, como exploração de minerais estratégicos e terras raras ou pressionar o governo brasileiro em relação a investimentos e/ou importações chinesas”, analisou o relatório.
Balança comercial brasileira
De acordo com o Incomex, a balança comercial brasileira apresentou US$ 7,2 bilhões de superávit em maio, um recuo de US$ 1,1 quando comparado com o mesmo período do ano passado. De janeiro a maio, o superávit chegou a US$ 24,4 bilhões, apresentando uma diferença significativa com os US$ 35,2 bilhões atingidos no mesmo intervalo de tempo de 2024.
A instituição afirma que esse declínio é um reflexo do aumento das importações, que somaram US$ 112,5 bilhões de janeiro a maio. Por outro lado, as exportações chegaram a US$ 136,9 bilhões.
Outro fator apresentado pelo relatório como justificativa para a queda do superávit nos primeiros 5 meses do ano foi o recuo do saldo comercial com a China. Em 2024, o supéravit doi de US$ 18,6 bilhões, enquanto em 2025 esse total caiu para US$ 8,3 bilhões.
O relacionamento comercial com outros dois países também contribuíram para os resultados nacionais, como foi o caso com os Estados Unidos e com a Argentina. No primeiro, houve um aumento do déficit que no ano passado era de US$ 226 milhões e teve um salto para 1,04 bilhões em 2025. A relação com a Argentina, por outro lado, teve um resultado positivo tendo passado de um déficit para superávit.
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