Policial

Registro de crimes contra idosos cresce no Rio


19/01/2014



 Cresce o número de idosos vítimas de violência no Estado do Rio de Janeiro. Levantamento do Instituto de Segurança Pública mostra que entre 2002 e 2012 o número de vítimas acima dos 60 anos subiu 123%. Passou de 29,4 mil para 66 mil. Entre os crimes que mais comuns estão o estelionato, a ameaça e a lesão corporal.

O estudo revela que 8,1 mil pessoas acima dos 60 anos foram vítimas de estelionato em 2012, o equivalente a 24,6% do total de casos, um recorde na série. Entre as denúncias de ameaça, as pessoas idosas correspondem a 5,7%. Nos casos de lesão corporal dolosa, os idosos representam 3,7% das vítimas.

Emmanuel Rapizo Caldas, um dos organizadores do levantamento, destaca que a violência contra idosos tem características específicas e coincide com os dias de recebimento de pensões e aposentadorias, no começo de cada mês. Os crimes, segundo ele, estão relacionados a questões financeiras.

"São famílias que brigam pela pensão do idoso; um parente que toma conta do idoso e o ameaça. Observando os registros, constatamos que um crime está ligado ao outro. Começa com uma ameaça e se transforma em algo mais grave", disse o sociólogo.

Mulheres de 60 a 69 anos estão entre as principais vítimas. Os algozes, na maioria das vezes, são pessoas conhecidas das vítimas, como filho ou enteado, vizinho, companheiro ou ex-companheiro. A casa é o local mais frequente para todos os tipos de crime. O estelionato, por exemplo, ocorre por meio de pequenos golpes, por telefone ou mesmo pela internet.

Segundo o levantamento, que teve como base os registros da Polícia Civil, o crescimento da notificação está ligado ao aumento dos casos, mas também a políticas públicas que nos últimos anos incentivaram a apresentação de queixa nas delegacias. "Assim é possível provar que subnotificação também diminuiu", concluiu o levantamento.

Pesquisadora da Fundação Osvaldo Cruz, Cecília Minayo diz que provar a queda da subnotificação é um dos méritos do levantamento. "Significa que aumentou a consciência do problema. A maioria dos registros é feita nas delegacias comuns", disse. O levantamento constatou que mais de 90% das ocorrências não foram feitas em delegacias especializadas.

Neste mês de janeiro, o Estatuto do Idoso completa dez anos.



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