{arquivo}O caso ‘Jampa Digital’ ganhou novos contornos, nesta segunda-feira (29). O programa Bom Dia Paraíba, da TV Cabo Branco, apresentou reportagem em que são exibidos documentos e gravações que revelam que o dinheiro do projeto, criado para levar internet gratuita à população de João Pessoa, foi desviado e usado na campanha do governador Ricardo Coutinho (PSB) e do vice-governador Rômulo Gouveia (PSD), em 2010.

O inquérito da Polícia Federal (PF) revelou que uma empresa de nome ‘Brickell’, possivelmente fantasma, pagou o salário de pessoas contratadas para trabalhar na campanha eleitoral pela Coligação ‘Uma Nova Paraíba’. Documentos revelam ainda que, mesmo o salário de um funcionário tendo sido pago pela Brickell, a carteira de trabalho dele foi assinada pela MKPol – Marketing Político, do marqueteiro Duda Mendonça, contratado para fazer a campanha do PSB.

Uma das pessoas ouvidas pela PF afirmou ter recebido R$ 3 mil para trabalhar como motorista por um período de três meses. Em depoimento, ele teria informado que entregou a carteira de trabalho no local onde eram gravados os guias eleitorais da campanha de Ricardo Coutinho, no bairro de Mangabeira, em João Pessoa.

O inquérito ainda apresenta informações bancárias, nos anexos, que comprova que apenas um funcionário da empresa Brickell fez vários depósitos em outras contas, em um total de R$ 104 mil. A polícia agora quer saber a quantia que foi parar nas contas de quem trabalhou na campanha do atual governador da Paraíba. O funcionário responsável pelos depósitos é um motoboy, que trabalha para Duda Mendonça em São Paulo.

Aliada da Ideia Digital

A Brickel é uma das duas empresas usadas para a lavagem de dinheiro, de acordo com o inquérito da PF. As empresas receberam mais de R$ 1,1 milhão da Ideia Digital, empresa que ganhou a licitação para implantar o Programa Jampa Digital, lançado em 2010 para levar internet de graça à população de João Pessoa.

Entenda o caso ‘Jampa Digital’

A Polícia Federal indiciou 23 pessoas entre gestores, funcionários públicos e empresários. Entre eles, o vice-governador Rômulo Gouveia. De acordo com o inquérito da PF, houve direcionamento de licitação, superfaturamento, desvio de verbas públicas, pagamento de propina e falsificação de documentos.

Na última sexta-feira (26), o Ministério Público Federal (MPF) deu um parecer no qual confirma os indícios de irregularidades no Projeto ‘Jampa Digital’ apontados no inquérito da PF.