Internacional

Rebeldes pró-Rússia e Ucrânia assinam cessar-fogo


05/09/2014



O acordo, que entra em vigor às 12h (hora de Brasília) desta sexta-feira, foi fechado em uma reunião envolvendo representantes de Kiev, da Rússia e dos rebeldes em Minsk, capital de Belarus.

Em uma mensagem publicada no site oficial do governo ucraniano, o presidente do país Petro Poroshenko, disse ter ordenado que as forças armadas paralisem suas atividades na região de conflito na hora determinada no acordo.
Na sua conta no Twitter, Poroshenko disse que se trata de um acordo "preliminar", sem dar mais detalhes.

O conflito no leste da Ucrânia, iniciado em abril, já deixou cerca de 2,6 mil mortos. A Rússia é acusada por países do ocidente de apoiar os rebeldes, mas nega ter envolvimento direto no conflito.

Doze pontos

Na quarta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, havia apresentado uma proposta de paz envolvendo sete pontos, incluindo que as tropas ucranianas e os rebeldes abandonassem operações ofensivas da região de conflito. O plano também previa a criação de corredores humanitários, troca de prisioneiros e o monitoramento internacional da trégua.

Um representante da OSCE presente à reunião em Minsk e citado pela agência de notícias AP disse que o acordo assinado consiste não de doze pontos, não sete – mas não deu mais informações.

"O cessar-fogo vai permitir que salvemos as vidas não só de civis, mas também de pessoas que pegaram em armas para defender sua terra e seus ideais", disse o líder rebelde da região de Donetsk Alexander Zakharchenko, que participou da reunião, à AP.

Por outro lado, Igor Plotnitskty, líder rebelde da região de Lugansk, disse que o cessar-fogo "não significa que nosso caminho rumo à secessão está acabado". Nos últimos dias, os rebeldes vinham avançando pelo sudeste ucraniano rumo ao estratégico porto de Mariupol, na costa do Mar de Azov.

Otan

O acordo foi fechado no momento em que os líderes da Otan estão reunidos no País de Gales. A cúpula da aliança militar do ocidente deve aprovar a mobilização de uma força de reação rápida para ser enviada para a região de fronteira entre os países-membros e a Rússia, o que elevou a tensão com Moscou.

A chancelaria russa emitiu uma nota logo após a assinatura do cessar-fogo dizendo a retórica dos líderes da Otan e planos da organização de realizar exercícios militares conjuntos deveriam ser abandonados em prol da estabilização do leste ucraniano.

Em relação aos exercícios militares, previstos para entre 16 e 26 deste mês, a mensagem diz que eles "aumentariam a tensão, ameaçando a tentativa de progresso no processo de paz na Ucrânia, contribuindo para o agravamento da divisão da sociedade".



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