Saúde

Queda de infecções por HIV estagnou, diz Unaids; no Brasil, houve aumento

AIDS


12/07/2016



A redução de novas infecções por HIV em adultos tem estagnado, alertou a Unaids nesta terça-feira (12). Relatório divulgado pelo programa conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids aponta que, nos últimos cinco anos, o mundo tem falhado em reduzir o número de transmissões e alguns países inclusive tiveram aumento de novos casos. No Brasil, por exemplo, o número anual de novas infecções subiu de 43 mil, em 2010, para 44 mil, em 2015.

Segundo a Unaids, o HIV atingiu o pico em 1997 e, desde então, o número de novas infecções entre adultos e crianças diminuiu 40%. O problema é que, na maioria das regiões, não houve progresso entre 2010 e 2015. No Leste Europeu e Ásia Central, por exemplo, o número de novas infecções entre adultos cresceu 57% no período. O Caribe registrou um aumento de 9%; já o Oriente Médio e o norte da África viram um aumento de 4%. Na América Latina, o crescimento nesse período foi de 2%.

Nos últimos cinco anos, houve apenas discretos declínios de novos casos na Europa Ocidental e Central, na América do Norte e na África Central e Ocidental.

O diretor-executivo da Unaids, Michel Sidibé, observou que o alarme está tocando. "O poder de prevenção não está sendo realizado. Se houver um novo aumento de novas infecções por HIV agora, a epidemia vai se tornar impossível de controlar. O mundo precisa tomar medidas urgentes e imediatas para acabar com a lacuna na prevenção."

36,7 milhões vivem com HIV
Segundo o relatório, em 2015 havia 36,7 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo, das quais 34,9 milhões de adultos e 1,8 milhão de crianças. Do total, 57% sabem que estão infectados, 46% já têm acesso a tratamento com drogas antirretrovirais e 38% conseguiram zerar sua carga viral.

Só no Brasil, 830 mil pessoas viviam com HIV em 2015, de acordo com os dados da Unaids. Esse número era de 700 mil em 2010.

Novas infecções
Em 2015, houve 2,1 milhão de novas infecções por HIV, entre as quais 1,9 milhão entre adultos e 150 mil entre crianças. No Brasil, o número de novas infecções em 2015 foi de 44 mil entre adultos e de menos de 500 entre crianças.

Ainda segundo o documento, cerca de 1,1 milhão de essoas morreram em decorrência da Aids em 2015: 1 milhão de adultos e 110 mil crianças.

Meta: fim da epidemia em 2030
A Unaids estabeleceu metas para acabar com a epidemia de HIV em 2030. Elas propõem que, em 2020, 90% das pessoas infectadas sejam diagnosticadas. Dentro desse grupo, que 90% receba tratamento com antirretrovirais. E que, finalmente, 90% das pessoas em tratamento tenham carga viral zerada.

Para 2030, a meta é acabar com a epidemia de Aids. Isso não significa eliminar todos os casos de infecção, mas que ela passe a ser uma doença controlada. 



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