Política

PT monta plano B para lidar com rebeldia do PMDB

Mudanças


04/11/2014

 O Plenário da Câmara fervia enquanto os deputados decidiam a votação da chamada minirreforma eleitoral. Era fim de outubro de 2013 e, em meio ao burburinho, o então líder do PT na Casa, José Guimarães (CE), não tirava os olhos do painel de votação. Alheio até aos cumprimentos dos colegas, Guimarães verificava até que ponto era possível não depender do PMDB. Pelo menos naquela ocasião, a tentativa deu errado e o PT acabou derrotado. Mais de um ano depois e sob a perspectiva do segundo mandato de Dilma Rousseff, PT e governo esboçam numa nova roupagem estratégia para obter maioria quando seu principal aliado, o PMDB, resolver jogar contra.

Agora, como nas tentativas de 2013, o plano é estreitar laços com os outros partidos da aliança que apoiou Dilma na disputa eleitoral, como PP, PR, PSD, PROS e PRB, e cortejar os nanicos. “O PT pretende conversar com todos os partidos, em especial aqueles que estiveram juntos na campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff”, diz o deputado Marco Maia (RS), ex-presidente da Câmara dos Deputados.

Nesse cálculo, o governo coloca também o PTB, cuja bancada na Câmara sempre reservou seu carinho para a presidente, apesar da coligação formal com Aécio Neves (PSDB). Reservadamente, líderes petistas ligados ao governo admitem novamente a tese de se estabelecer uma relação mais horizontal com os partidos da base e até atrair apoio de legendas que não compõem o governo.

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Mesmo a diminuição da bancada do PMDB que tomará posse na próxima legislatura é apontada como um fator a ser considerado. Com 66 deputados eleitos, o PMDB perdeu espaço na Câmara. Atualmente tem 71 deputados. Considerando os partidos da base e o PTB, o governo poderia assegurar 263 deputados a seu favor.

O número pode até ser suficiente para aprovar projetos de lei e medidas provisórias, que exigem quórum de 257 deputados e cuja aprovação demanda apenas maioria simples. A conversa, entretanto, muda de figura quando o assunto for proposta de emenda à Constituição. Nesse caso são necessários votos de 308 deputados. Para esse tipo de matéria o governo não pode abrir mão do PMDB.

 



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