Política

PT aproveita escândalo com pastores do MEC para se reaproximar dos evangélicos


04/04/2022

Lula. Foto: Ricardo Stuckert

Portal WSCOM com 247

O PT viu como oportunidade a queda do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, segundo o Valor Econômico, por causa do escândalo envolvendo propinas na pasta, esquema que era coordenado por dois pastores ligados a Ribeiro e Jair Bolsonaro (PL), Gilmar Santos e Arilton Moura.

O partido acredita que o episódio pode lhe ajudar na sua empreitada de se reaproximar dos evangélicos, setor da sociedade que apoiou fortemente Bolsonaro na eleição de 2018.

A pré-campanha do ex-presidente Lula (PT) tem como estratégia para conseguir se aproximar dos evangélicos o fortalecimento dos núcleos evangélicos da sigla já existentes em todos os estados, sobretudo nas periferias, e aproximação de pastores pentecostais para realização de eventos em todo o país.

Sobre o esquema no MEC, o secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, acredita que o episódio “constrange” e afasta evangélicos do atual governo. “Essa trapalhada e a maneira como estão agindo acabam afastando os evangélicos que estão com ele (Bolsonaro). Constrange, não é? E acaba ajudando (a estratégia do PT) para atrair para o nosso lado”.

O escândalo foi lembrado por Lula durante discurso na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) na quarta-feira (30). “O ministro (Milton Ribeiro) só cuidava da educação dos pastores dele. Ele tinha um rebanho. Só cuidava do rebanho dele. Eram os pastores amigos do ministro que conseguiam dinheiro”.

O pastor paranaense Paulo Marcelo Schallenberger ajuda Lula a se conectar com os fiéis. “Já conseguimos o cadastramento aqui do WhatsApp de 6 mil pastores em todo o país. Estamos conectados com muita gente em diversas igrejas”. Em abril, o religioso fará pregação num trio elétrico na Bahia para falar sobre o momento político do Brasil. “Eu consigo acessar uma camada dos evangélicos que o PT não acessa. O PT tem os núcleos evangélicos, mas são mais ligados ao setor progressista”.

A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), coordenadora do Núcleo de Evangélicos do PT (NEPT), diz que é preciso lembrar os evangélicos que não votaram no PT nas últimas eleições de como era a vida deles quando Lula governava o Brasil. “Nós sempre fizemos esse trabalho com os evangélicos, mas agora estamos dando mais visibilidade. Vamos mostrar que as nossas políticas públicas beneficiaram muitos pobres. E a maioria desses pobres são evangélicos”.



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