O deputado federal Luiz Couto (PT-PB) apresentou, em setembro, um projeto de lei com a finalidade de inscrever o nome do saudoso Dom José Maria Pires no Livro dos Heróis da Pátria, que se encontra no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília.

Em sua justificativa, o parlamentar paraibano cita a biografia do Arcebispo da Paraíba, que permaneceu 30 anos no Estado e explica que Dom José cumpriu sua missão de forma gratificante, mesmo em momentos de dificuldades, sempre se preocupando com o próximo, inclusive com aqueles que o consideravam como adversário.

Enquanto esteve à frente da Arquidiocese, Dom José contribuiu muito nos colégios católicos, apoiou e incentivou a criação dos Institutos Paraibanos de Educação (atualmente Unipê), sendo hoje uma universidade de indiscutível importância no Estado da Paraíba. Ele também ajudou a criar vários cursos de alfabetização, ensinando crianças e adultos a ler e escrever. Através desse aprendizado, por exemplo, muitos dos alfabetizados passaram a entender mais o Estatuto da Terra e o ABC da Reforma Agrária. Dom José ainda ajudou a manter o INDES (Instituto de Formação para o Desenvolvimento), que tinha como objetivo preparar intelectualmente os primeiros Diáconos Permanentes, e agentes pastorais, para instruir na ação evangelizadora. Ainda incluiu as mulheres como candidatas no Seminário Arquidiocesano da Paraíba, para aprenderem Teologia. Dom José, contribuiu muito na promoção de cursos profissionalizantes em diversas áreas, com a participação de professores da UFPB, de outros Estados, e do Exterior, no tempo da Promoção Humana.

Ainda em sua justificativa, Luiz Couto enfatizou a atuação de Dom José como membro de diversos organismos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), integrando, também a delegação do episcopado brasileiro, nas Conferências de Medellín e Santo Domingo. Representou a CNBB na IV 3 Conferência Mundial das Religiões para a Paz, em Melbourne, Austrália, onde proferiu palestra em 1989. Arcebispo forte e respeitado no país e no mundo, conduziu a Igreja da Paraíba, no período de março de 1966 a 31 de dezembro de 1995 de onde comandou uma verdadeira revolução: a de conscientização e de promoção do povo excluído e oprimido, que aprendeu a lutar, a buscar os seus direitos, a reivindicar, a enfrentar os opressores: os governos, os patrões e os proprietários de terra.

"Dom José Maria Pires tem um grande histórico de lutas pelos Direitos Humanos, por uma justiça social, durante toda a sua trajetória, ficando conhecido também como Dom Pelé e Dom Zumbi, por lutar e defender os direitos dos negros oprimidos, tendo sempre como foco alcançar os mais fracos e perseguir a simplicidade", disse Luiz Couto.