Economia

Projeções indicam novo crash na Bolsa brasileira com queda de 15%

Os chamados ADRs, as ações de empresas brasileiras negociadas nos EUA, despencam 14,95% no pré-market da bolsa de Nova York, indicando uma sessão bastante negativa para a Bolsa brasileira.


16/03/2020

Imagem ilustrativa - Ibovespa

Infomoney

A sessão é de perdas para a maior parte dos mercados pelo mundo, com a decisão do Federal Reserv, o banco central dos Estados Unidos, em cortar os juros, em uma reação conjunta com outros bancos centrais pelo mundo para reduzir o impacto do coronavírus nas economias. A inciatova. Porém, não ajudou a melhorar o sentimento do mercado financeiro global.

O MSCI Brazil Capped ETF (EWZ), principal indicador de acompanhamento ligado aos fundos de gestão passiva que acompanham o mercado e são negociados em Bolsa por meio dos chamados ADRs (na prática, as ações de empresas brasileiras negociadas nos EUA) despencam 14,95% no pré-market da bolsa de Nova York, já indicando uma sessão bastante negativa para a bolsa brasileira.

O Fed reduziu sua principal taxa de juros em um ponto percentual para quase zero e disse que aumentará sua atuação em US$ 700 bilhões com compra de títulos. A decisão emergencial, antes da reunião desta semana, é vista como mais um sinal de que a autoridade monetária vê que o efeito recessivo do coronavírus pode ser pior do que o previsto. Enquanto isso, na China, os dados da economia vieram piores do que o esperado. Na Europa, a sessão é também de forte queda, com os investidores reagindo às medidas mais restritivas para grandes economias da região com maiores casos do coronavírus.

Já aqui no Brasil, os investidores esperam por um pacote econômico do governo e também readequam as suas perspectivas para a decisão de política monetária do Banco Central. Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais

As bolsas de valores da Europa operam em forte baixa na manhã de hoje, com o anúncio do Federal Reserve na véspera falhando em melhorar o humor dos investidores; os mercados asiáticos, por sua vez, fecharam em queda, intensificando as perdas depois dos dados da China, após abrirem em baixa moderada.  Já os futuros de Nova York estão em terreno negativo, com o Dow Jones em queda superior a mil pontos.

Na Ásia, as bolsas de valores fecharam na maioria em queda, mesmo após o anúncio do Banco do Povo da China, que injetou US$ 14,7 bilhões no mercado, reporta a CNBC News.

A produção industrial da China recuou 13,5% no primeiro bimestre de 2020, ante igual período de 2019, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês). O resultado é pior do que os 3% de queda esperados por analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. As vendas no varejo cederam 20,5%, quando era esperado uma baixa de 5%. Os investimentos em ativos fixos mergulharam 24,5%, ante projeção de queda de 1%. E o desemprego urbano subiu de 5,2% em dezembro para 5,7% no fim de fevereiro.

Enquanto isso, no Japão, o presidente do Banco do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda, disse nesta segunda-feira que a economia japonesa se enfraqueceu recentemente devido aos efeitos do novo coronavírus e não descartou corte de juros. Mais cedo, o BC japonês anunciou uma série de medidas para lidar com o impacto do coronavírus, antecipando sua reunião de política monetária, que estava originalmente marcada para os dias 18 e 19 de março. O BoJ, no entanto, deixou suas taxas de juros inalteradas: a de depósito permanece em -0,1% e a meta do rendimento do bônus do governo japonês (JGB) de 10 anos continua em 0%.

Na Europa, a queda das bolsas é de cerca de 8%, com a propagação dos casos de coronavírus por mais países do Continente além da Itália. Desta forma, grande parte da região passou a tomar medidas drásticas para impedir a propagação do novo coronavírus, afetando principalmente as ações de aéreas.

O governo da Espanha, o segundo país da Europa com mais casos, afirmou que o movimento de pessoas será restringido sob o estado de emergência. O número de casos e de mortes cresce também na França. Assim como na Espanha, o premiê francês, Édouard Philippe, anunciou restrições à abertura de estabelecimentos, em uma entrevista coletiva na noite desse sábado.

Os mercados aguardam a teleconferência dos presidentes dos bancos centrais dos países do G-7, que acontecerá mais tarde na manhã de hoje.

Os índices futuros dos EUA também seguem em queda expressiva, entre 4,5% e 4,7%, perto do limite de baixa de 5%, ainda seguindo a decisão do Fed de antecipar o corte de sua taxa de juros em 1 ponto percentual, para perto de zero, além de anunciar programa de compra de títulos. Os investidores seguem vendo a atuação do Fed como sinal de que impacto do coronavírus pode ser maior que se imaginava e questionando se política monetária poderá mitigar o efeito econômico do surto.



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