Educação

Programa Future-se será debatido pela Comissão de Educação nesta segunda (4)

A reunião tem o intuito de debater se o programa é 'uma reforma empresarial da educação'.


03/11/2019

Imagem ilustrativa

Da Agência Câmara

 

A Comissão de Educação (CE) fará uma audiência pública nesta segunda-feira (4), para discutir o Programa Future-se, do Ministério da Educação (MEC). A reunião tem o intuito de debater se o programa é ‘uma reforma empresarial da educação’.

 

“Trata-se nitidamente de uma reforma empresarial na educação, que agride a autonomia das instituições federais de ensino e transfere para entidades privadas (organizações sociais) o processo de gestão dos recursos relativos a investimentos em empreendedorismo, pesquisa, desenvolvimento e inovação” enfatiza o senador Jean Paul (PT-RN) ao convocar reunião.

 

De acordo com o portal do MEC, a adesão ao programa é voluntária e as universidades continuarão a receber recursos do governo federal, ou seja, não serão privatizadas. O MEC afirma que o Future-se busca o fortalecimento da autonomia administrativa, financeira e da gestão das universidades e institutos federais por meio de parcerias com organizações sociais.

 

“O Future-se permite que universidades e institutos aumentem as receitas próprias por meio de fomento à captação de recursos próprios e com maior segurança jurídica. Além disso, terão mais flexibilidade para realizar despesas e poderão se tornar menos dependentes do orçamento, contingenciamento e PEC do gasto (Emenda Constitucional 95, que instituiu o teto de gastos públicos)”, pontua o MEC.

 

O senador Jean Paul declarou ainda que o ministério não envolveu na formulação do programa reitores, docentes, servidores técnico-administrativos, estudantes ou suas entidades representativas.

 

“A estrutura do programa denota que o governo Bolsonaro não pretende rever a política de austeridade que ameaça a manutenção das universidades públicas e institutos federais”, afirmou.  Outro ponto criticado pelo senador é a permissão (“absurda”, na avaliação dele) para que as instituições federais de ensino concedam a pessoas físicas ou jurídicas o direito de nomear uma parte de um bem, móvel ou imóvel, de um local ou evento, em troca de compensação financeira (naming rights).

 

O secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Barbosa de Lima Junior, é um dos convidados da audiência, que também terá representantes da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação e de outras organizações representativas de instituições, gestores e docentes do ensino superior.



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