Internacional

Primeiro-ministro de Israel culpa Hamas por morte acidental de palestinos

Conflito


14/07/2014



 O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou neste domingo (13) o Hamas de ser o causador da morte acidental de civis palestinos na troca de bombardeios com Israel, ao utilizar sua própria população para "proteger seus mísseis".

"A diferença é que nós estamos usando um escudo antimísseis para proteger nossos civis e eles estão usando seus civis para proteger seus mísseis", disse durante um discurso no programa americano "Face the Nation", da emissora CBS.

Segundo Netanyahu, mesmo que as mortes tenham acontecido acidentalmente, o Hamas terá de ser responsabilizado pela postura adotada.

"Naturalmente, são responsáveis por todas as mortes de civis que acontecem de forma acidental. Lamentamos qualquer morte acidental de civis, mas o Hamas tem que assumir a completa responsabilidade por essas mortes civis", acrescentou.

Além disso, o primeiro-ministro pediu que Israel fizesse o possível para proteger sua população, tanto em termos diplomático quanto militares, e não descartou a possibilidade de realizar uma invasão terrestre na Faixa de Gaza.

"Querem destruir o Estado de Israel. Nem sequer estamos falando da construção de um Estado palestino, querem estabelecer alguma versão de seu califado. Dizem que têm que matar judeus onde quer que se encontrem no mundo todo", disse.

"Essas pessoas não desejam acordos políticos, mas isso não significa que não possamos tomar as medidas necessárias, junto com o apoio diplomático, para conseguir a proteção dos cidadãos israelenses", disse o primeiro-ministro.

Pelo menos cinco palestinos — entre eles uma família — morreram e outros dez ficaram feridos em três ataques aéreos do Exército israelense sobre o sul da Faixa de Gaza na noite de domingo para segunda-feira (14), o que elevou o número de mortos para 172 e para 1.154 o de feridos desde o início da operação "Limite Protetor", que hoje entra em seu sétimo dia.

Uma criança e seus pais foram três das cinco vítimas dos bombardeios do Exército israelense sobre a cidade de Rafah e o campo de refugiados de Khan Yunes, informou o porta-voz dos serviços de emergência, Ashraf al Qedra.

"Desde o começo da agressão militar israelense e os ataques aéreos sobre nosso povo em Gaza na terça-feira (8), 172 palestinos foram assassinados e 1.154 feridos, destacando que mais de 80 dos falecidos eram civis", assinalou o porta-voz.

Entre as vítimas foram identificadas 36 crianças e 32 mulheres, enquanto 350 menores foram contabilizados entre os feridos e mais de 460 mulheres.

As "Brigadas de Ezedin al Qassam", braço armado do Hamas, e outras milícias palestinas reivindicaram a autoria do disparo de foguetes a regiões e cidades do norte, centro e sul de Israel.

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No total, o Exército israelense notificou que 130 foguetes tinham sido lançados em direção a a seu território, dos quais cem caíram e 22 foram interceptados pelo sistema de defesa antimísseis "Cúpula de Ferro".

Um dos feridos pelos artefatos foi um jovem de 16 anos que sofreu graves ferimentos por não encontrar refúgio quando soaram os alarmes na cidade de Ascalão.

Neste domingo, grupos armados palestinos dispararam pela primeira vez um foguete de longo alcance contra a cidade israelense de Haifa, a 150 quilômetros de distância da faixa.

O artefato fazia parte de uma série de três projéteis disparados durante a tarde. Os outros dois foram interceptados pelo sistema de defesa "Cúpula de Ferro" antes de chegar à região de Tel Aviv.

Nos seis dias de confrontos armados, as milícias tinham alcançado a cidade de Hadera, a 100km da Faixa e a 70km do perímetro de Jerusalém.

Após um período de relativa calma em Israel, as milícias dispararam dezenas de foguetes no início da noite, ativando os alarmes antiaéreos em mais de 20 localidades no raio de 70 quilômetros ao redor de Gaza, incluído Jerusalém.

Segundo o último balanço dos militares, nos últimos seis dias, os palestinos lançaram cerca de 940 foguetes. Nesse mesmo período, a Força Aérea Israelense atacou mais de mil alvos na região, totalizando 1.400 toneladas de explosivo.

A ofensiva israelense se concentra, nas últimas horas, no norte do enclave mediterrâneo, onde milhares de moradores tiveram que abandonar suas casas por um ultimato dado pelo exército horas antes.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, 70% dos mortos e feridos são civis. O exército israelense nega essa porcentagem.

Israel dá início a uma segunda fase ofensiva que, incluiria bombardeios mais intensos e específicos seguidos de incursões pontuais na Faixa, como a que sábado à noite terminou com um conflito entre soldados israelenses e o Hamas.



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