Economia

Previdência e BPC podem custar R$ 600 bilhões a mais até 2040 sem a nova reforma, aponta estudo


09/07/2025

Paulo Nascimento

Um estudo divulgado nesta segunda-feira, 7, pelo Centro de Liderança Pública (CLP) alertou para o crescimento dos gastos com aposentadorias e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Segundo a entidade, se nenhuma nova reforma da Previdência for realizada, a conta pode aumentar em R$600 bilhões até 2040, um valor que é a quase um novo orçamento inteiro da saúde pública no país.

Esse crescimento dos gastos está ligado ao envelhecimento da população. O CLP defende que mesmo após a reforma da Previdência de 2019, o Brasil precisará revisar as regras atuais, como idade mínima, tempo de contribuição e cálculo dos benefícios.

O documento também sugere a necessidade de repensar o balanço entre benefícios contributivos e assistenciais, ampliando a idade efetiva de saída do trabalho e integrando os diferentes regimes previdenciários.

Assim, o CLP reconhece que apenas uma nova reforma da Previdência não será suficiente. Para enfrentar o envelhecimento populacional sobre as contas públicas, será preciso rever regras constitucionais e aperfeiçoar a gestão de outras áreas estratégicas, como educação e saúde.

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Na educação, o estudo projeta uma redução de 20% no número de alunos até 2040, o que pode gerar uma economia de até 0,8 ponto porcentual do PIB. Esse espaço fiscal, segundo mostrou a análise, poderia ser realocado para áreas mais pressionadas, como saúde e Previdência. Para isso, seria necessário flexibilizar vínculos constitucionais e atrelar novos investimentos a resultados de aprendizagem.

Já na saúde, as projeções indicam que o Sistema Único de Saúde (SUS) deverá ampliar sua fatia no PIB para garantir a mesma cobertura. A estimativa é de que os gastos passem de 4,2% para até 7,5% do PIB até 2045, o que vai exigir mudanças na forma como os recursos são aplicados, com foco maior em atenção primária, cuidados contínuos e incentivos à qualidade.

O IBGE estima que até 2040, 18% da população brasileira terá mais de 65 anos, número que deve subir para 20% em 2045. Esse movimento demográfico, segundo o estudo, terá impacto direto nos gastos públicos e exigirá uma nova abordagem do Estado.



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