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Preso suspeito de lançar rojão que matou cinegrafista desembarca no Rio

brasil


12/02/2014



 Já está no Rio Caio Silva de Souza, suspeito de lançar o rojão que atingiu e matou o cinegrafista Santiago Andrade. Ele, o delegado da 17ª DP (São Cristóvão), Maurício Luciano, e mais três agentes desembarcaram por volta das 9h no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, no Galeão.

Eles estavam em voo doméstico da empresa aérea Avianca vindo da Bahia. Caio foi preso na cidade de Feira de Santana, em uma pousada. O suspeito foi levado para a Cidade da Polícia, no Jacaré, onde chegou por volta das 9h30. Ele será apresentado para a imprensa e haverá coletiva da Polícia Civil.

Caio foi preso durante a madrugada desta quarta-feira por policiais da 17ª DP (São Cristóvão). De acordo com a polícia, ele não reagiu a prisão. Em entrevista ao Bom Dia Rio , da TV Globo, o chefe de Polícia, Fernando Veloso, disse que a operação foi montada na tarde anterior, e que a polícia baiana foi avisada. O acusado está com prisão temporária decretada pela Justiça do Rio.

A policia carioca disse ter as provas necessárias de que Caio foi, de fato, o homem que acionou o rojão. Fábio Raposo, o co-autor, que entregou o explosivo à Caio, está preso em Gericinó, onde cumpre, também, prisão temporária.

Ainda segundo informações dadas ao Bom Dia Rio , Caio, no momento da prisão, declarou ao delegado Maurício Luciano que não sabia que era um rojão. "Pensei que fosse um simples ‘cabeção de nego’ e não tive intenção de ferir ou matar ninguém", teria dito. Caio estava indo para o Ceará, para buscar abrigo na casa de um avô. Sua namorada e o advogado Jonas Tadeu acompanharam a operação.

O advogado disse estava em contato com Caio, por telefone, e que o último contato foi por volta das 17h de terça-feira. "Foi quando ele desembarcou do ônibus em que viajava, em Feira de Santana, desistindo de prosseguir até o Ceará". A namorada também ajudou a convencer Caio de se entregar.

Estado fecha cerco a radicais

A morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, de 49 anos, após inúmeros episódios violentos em manifestações no Rio, causou comoção em todo o Brasil e reação de autoridades policiais e políticas contra grupos radicais. O aperto do cerco a vândalos e criminosos nos protestos foi o assunto do dia. O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou que vai encaminhar à Comissão de Segurança do Senado um projeto de lei para tentar organizar as manifestações de rua no país.

“A sociedade tem que escolher qual é o nível de tolerância que ela quer aceitar. Porque nós (a polícia), que estamos na ponta, sofremos muito com isso. A legislação quer uma tipificação, e tipificação de uma pessoa com rosto coberto como é que se faz?”, afirmou Beltrame, em entrevista à Rádio CBN , dizendo que o desafio é buscar mecanismos que evitem as máscaras nas passeatas.

“Uma pessoa que vai mascarada não vai para protestar”, justificou Beltrame, dizendo que tem gente deixando de ir às manifestações porque sabe que haverá ‘atos de banditismo’. O assunto também preocupa a cúpula da Polícia Civil. Tanto que as manifestações também foram o assunto principal ontem da reunião do novo chefe de Polícia Civil, delegado Fernando Veloso — empossado semana passada — com delegados da capital. Ele determinou que os titulares de unidades localizadas em áreas de protestos e seu efetivo deverão estar de prontidão em dia de atos nas ruas.

Já o deputado estadual Carlos Minc (PT) protocolou na Alerj ontem um projeto de lei que proíbe a venda no estado de explosivos, principalmente aqueles com ‘potencial de produzir danos substanciais à saúde e à vida’. O texto prevê multa acrescida de R$ 20 mil ao estabelecimento que descumprir a determinação, caso a lei seja sancionada.“Vou pedir urgência na tramitação do projeto. A expectativa é que seja votado antes do Carnaval. Hoje em dia, qualquer pessoa entra numa loja do ramo e sai com dez rojões”, ressaltou Minc.

Com medo de o governo passar uma imagem de insegurança no país, no ano da Copa do Mundo, senadores afirmaram ontem que não há crime de terrorismo no Brasil, contradizendo defesas anteriores que classificavam as ações de black blocs como atos terroristas. Os líderes partidários se reuniram na tarde de ontem com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e decidiram votar, em duas semanas, o projeto de lei 499/2013, que define o crime de terrorismo.



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