Educação

Prefeitura investe em projetos educativos e beneficia milhares de estudantes

Dia do Estudante


10/08/2013



Filha de açougueiro e de uma dona de casa, Nayanne Cybelle, 14, sonha em ser dançarina clássica. Para conquistar o espaço treina horas por semana; Andrey Lima, 18, nasceu surdo, mas não se contenta com a limitação, se destaca pela competência. O alvo é se tornar um renomado educador físico; Criada pelo pai, Emilly Priscila, 13, deseja ser agente federal, para conseguir o objetivo estuda xadrez, que estimula o raciocínio lógico e aguça a memória, uma preparação para o concurso público; Pedro Ivo, 20, divide o tempo entre o emprego que ajuda na renda familiar, a sala de aula, e o palco, onde aprimora o talento para vencer e se tornar um sucedido professor de ballet.

As histórias são distintas, mas o trajeto e a oportunidade dada foram às mesmas. Estes são exemplos dos mais de 58 mil estudantes da Rede Municipal de Ensino, que recebem apoio pedagógico, artístico e musical, por meio de disciplinas curriculares e projetos extracurriculares, ponta pé inicial para a concretização de sonhos.

Nayanne Cybelle, é aluna do 8º ano, da Escola David Trindade, em Mangabeira. A aplicada aluna integra o grupo de dança da unidade escolar. “Posso expressar o que sinto através dos movimentos. A dança me ajuda a trabalhar a respiração, melhora o meu condicionamento físico e a minha saúde. Me sinto mais viva quando estou dançando. Descobri a minha vocação, graças a este projeto”, disse feliz a aluna dançarina.

A bailarina e coreografa Carmen Cahin, que coordena o grupo há cerca de cinco anos, lembra que além de tirar os alunos da ociosidade, a prática do movimento realizado através da dança, de forma adequada e bem orientada traz inúmeros benefícios no que se refere ao aumento da qualidade de vida e a autoestima.

Em outro ponto da cidade, no bairro dos Novais, o estudante do 9° ano da escola João Santa Cruz, Andrey Lima, é referência no que diz respeito a esforço e disciplina. A surdez não limita seus anseios. “Reconheço a dificuldade de aprender na língua de sinais. Mas, isso não me desanima. Não saio do meu foco. E, quando vejo um colega surdo sem ânimo, trato logo de falar das coisas boas da vida”, relatou Andrey, futuro educador físico.

Quem acompanha há quatro anos o esforço diário do jovem é a tradutora Edileide Nascimento. A educadora não segura a emoção ao falar do aluno. “É um espelho do nosso trabalho. Somos um canal para que o estudante surdo tenha mais oportunidades de se sentir integrante deste mundo, privilegiado pela sonoridade”, esclareceu Edileide.

A Prefeitura de João Pessoa (PMJP), através da Secretaria da Educação e Cultura (Sedec), atende atualmente cerca de 150 alunos surdos distribuídos em 15 instituições pólo, desde o Ensino Infantil até o Fundamental II. “Inserir o estudante com deficiência auditiva no ensino regular é valorizar a diversidade humana e gerar uma vida comunitária. Para a criança, surda ou não, o desenvolvimento das suas capacidades linguísticas, emocionais e sociais é uma condição importante para o crescimento dela como ser humano”, explicou o secretário, Luís Souza Júnior.

Matriculada no 8º ano, na Escola Celso Furtado, no bairro João Paulo II, Emilly Priscila, é reconhecida entre o alunado como a mestre do xadrez. A garota que vai representar a Paraíba nas Olímpidas Escolares Brasileiras tem a receita para o sucesso. “Meu pai criou duas filhas sozinho. Merece recompensa. Como a escola me deu esta oportunidade de treinar, oferecendo material didático e professores capacitados, não desperdicei. Mergulhei no tabuleiro e hoje já não me vejo longe deste esporte”, comemorou a enxadrista, que no intervalo das aulas ensina xadrez aos colegas.

Para o agente reciclador, é um momento de glória ver a filha representando a escola, a cidade e o seu Estado. “Emilly é muito esforçada. Mesmo com as dificuldades do dia a dia, ela não desiste de treinar. Agora vamos nos preparar para o brasileiro”, comentou o pai, Edvaldo Nascimento.

Pedro Ivo, estudante do IV ciclo da Educação de Jovens e Adultos (EJA), é a prova que não se deve desistir na primeira tentativa. Iniciou seus primeiros passos na dança aos 12 anos, na David Trindade, quando participou do teste de seleção para a Escola de Ballet Bolshoi no Brasil. Após sair o resultado, que não foi o esperado, resolver congelar o sonho.

Ficou parado por alguns anos, mas voltou a estudar ballet, no Teatro Ednaldo do Egyto, em Manaíra. Local, onde se exercita duas vezes por semana e pretende permanecer até se tornar professor. “Quero repassar tudo que aprendi. Infelizmente pela idade não tenho mais tempo de ser um bailarino profissional, mas posso sim ser um mestre no assunto”, contou satisfeito o estudante.

Arte – Mantido pela PMJP, o Centro de Arte e Cultura Municipal Teatro Ednaldo do Egypto funciona como anexo das escolas municipais, oferecendo aos alunos cursos de dança, música e literatura. Tudo gratuitamente, através do Projeto Sementes da Arte.

No espaço teatral é ainda facilitado o acesso aos grupos e companhias de teatro da nossa cidade, ONGs e outras instituições filantrópicas. O Teatro desenvolve alguns projetos culturais como: ‘Teatro vai à escola e a escola vai ao teatro’, Projeto Saúde Família (em parceria com o PSF do Bairro São José), ‘Cinema em Debate’ (este em parceria com o SESC) e Leitura Dramática, desenvolvidos durante o ano letivo, sempre facilitando o acesso aos alunos das escolas municipais.

Educação Musical – A capital paraibana é a única do país que tem 100% das escolas municipais com bandas marciais. Elas são divididas em dois grupos: Linha de Frente e Corpo Musical. Na primeira, tem destaque porta estandarte, porta bandeira, baliza, comandante mor e corpo coreográfico. Na última, estão os instrumentalistas com bombos, caixa, pratos, trompete, trombone, tuba, bombardino e trompa.

“Quando abrimos matrículas, fazemos uma pré-seleção para avaliar a aptidão de cada aluno. Na maioria das vezes, eles nunca tiveram contato com esse universo. Começamos o trabalho do zero, com ensinamentos da linguagem musical, passando pela apresentação e história dos instrumentos até chegar à leitura de partituras, após essa fase damos início a parte prática”, explicou o coordenador da educação musical da Sedec, Júlio Ruffo.

Dança na Escola – O projeto, que vem sendo desenvolvido desde 1998 nas escolas da rede municipal, tem como foco ações de cunho pedagógico com os professores, no intuito de prepará-los para uma prática educativa e formativa, capacitando-os para sua realização, propondo um trabalho nas formas de danças, folclórica, clássica e moderna, e transmitindo conhecimentos nos aspectos sócio-culturais e vivência corporal.

Durante o ano letivo são realizados encontros pedagógicos, oficinas e cursos para capacitação dos docentes que integram o projeto, promovido pela Prefeitura de João Pessoa.
“A idéia é oportunizar um melhor conhecimento de si, e do outro, da comunicação e expressão da manifestação coletiva e apreciação da dança como manifestação cultural e educativa. Atualmente participam do projeto 20 escolas“, relatou a coordenador do projeto, Joseneide Behar.

Xadrez Escolar – O Projeto executado pelo governo municipal é desenvolvido em 60 escolas, com a participação de oito mil estudantes, a maioria do Ensino Fundamental I.
“O esporte que é praticado semanalmente em sala de aula, como disciplina extracurricular apresenta resultados positivos junto aos alunos desde a sua criação, como o êxito em concursos públicos e em competições escolares e federativas”, falou o coordenador do projeto, Francisco Cavalcante.

Inclusão Social – A PMJP atende atualmente cerca de 650 estudantes com necessidades especiais, seja com deficiência, autismo, down ou superdotado. Eles estão divididos nas escolas e
Centros de Referência em educação Infantil (Creis) do município. “Precisamos desses momentos de interação para que haja uma troca de experiência e para que sejam tomadas soluções para os problemas existentes”, esclareceu a coordenadora de educação especial da Sedec, Sandra Verônica.

Passe Livre – Alunos da Rede Municipal de Ensino cadastrados na Associação das Empresas de Transportes Coletivos Urbanos de João Pessoa (AETC-JP) estão sendo beneficiados com o Passe Livre, com investimentos provenientes de recursos adquiridos pela própria Prefeitura.

Os dias de Bruno Henrique, aluno do 7º no da Escola Antonia do Socorro Silva Machado, situada no Valentina, estão mais alegres e proveitosos desde que o garoto deixou de ir caminhando para unidade de ensino. “Agora não preciso sair tão cedo de casa. Já chegava na sala de aula cansado. Como não tinha condições de pagar passagem, o jeito era vir a pé”, falou o aluno.



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